‹18

1K 94 5
                                    

𝐓𝐑𝐄𝐙𝐄 𝐀𝐍𝐎𝐒 𝐀𝐓𝐑𝐀́𝐒

ᴇsᴛᴀᴅᴏs ᴜɴɪᴅᴏs, ᴄᴀᴍʙʀɪᴅɢᴇ
27 ᴅᴇ ᴊᴜɴʜᴏ  / 18:57 ᴘᴍ

𝐓𝐑𝐄𝐙𝐄 𝐀𝐍𝐎𝐒 𝐀𝐓𝐑𝐀́𝐒—ᴇsᴛᴀᴅᴏs ᴜɴɪᴅᴏs, ᴄᴀᴍʙʀɪᴅɢᴇ27 ᴅᴇ ᴊᴜɴʜᴏ  / 18:57 ᴘᴍ

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

𝑺𝑻𝑬𝑳𝑳𝑨 𝑴𝑨𝑬𝑽𝑬
(ǫᴜᴀᴛʀᴏ ᴀɴᴏs)

Olho fixamente o telefone na parede, cabisbaixa.
A minha mamãe não me ligou para me dar parabéns. A tia Natasha, diz que ela vai ligar e que eu não preciso me preocupar porque ela nunca iria esquecer de mim.

Ela me falou isso no dia seguinte depois do meu aniversário, e hoje já faz quatro dias. Quatro dias sem nem uma mensagem ou ligação. O meu bolo já acabou e os salgados também, e nada de um telefonema da mamãe.

Aperto um dos meus ursinhos de pelúcia contra o peito, e apoio o meu queixo entre os joelhos.

Ficar sentada no chão do corredor e atender cada ligação virou uma parte da minha rotina desde anteontem. E admito que, a cada "trin trin trin" do telefone, meu coração acelera, esperando que seja ela.

Não estou tão triste, porque papai estava na minha festa. Ele trabalhava na mesma empresa que a mamãe e vivia viajando igual a ela, mas ele conseguiu estar presente na minha festa.

De qualquer jeito, ele teve que ir embora no dia seguinte. Fiquei triste, achei que iria durar mais e que poderíamos passear juntos.

Eu queria um pouco mais de tempo dos meus pais. No fundo, eu queria que eles fossem igual a família dos Collin's. Uma família feliz e unida. Mas, não posso ser ingrata, foi o melhor aniversário da minha vida, e os tios Collin's que me abrigaram na sua própria casa, fizeram um aniversário enorme pra mim. O tema era Tinker bell, e eu me saí muito bem fantasiada dela.

Sorrio fraco ao lembrar das brincadeiras e da cama elástica enorme que estava no jardim imenso e colorido por conta das várias flores lindas que havia nele.

Se eu pudesse voltar no tempo, eu com certeza voltaria para essa festa e iria voltar bem no momento em que eu pegava um algodão doce colorido.

— O que você tá fazendo sentada no corredor, pirralha?

Meu corpo pula, assustada com a intrusão da sua voz que me tirou dos meus pensamentos.

Olho em direção ao ruído que ressoou pelo corredor. E vejo o Alexander, me olhando com um pequeno sorriso de canto no seu rosto e a testa franzida.

— Oi. — Eu falo baixo, o suficiente para ele escutar

Ele se aproxima mais um pouco.

— Oi. — Ele me responde, ainda com a testa franzida. — Tá tudo bem?

— Sim. — Minto, desviando o meu olhar dele e olhando novamente para o telefone à minha frente.

Ele senta no chão, ao meu lado direito. Suas pernas esticam-se pelo chão, enquanto seus dedos brincavam com o cordão da sua calça moletom.

— Porque você não foi brincar hoje? — Ele pergunta, ainda mantendo sua atenção no cordão

— Eu não estava com vontade. — Minto de novo. Engulo seco e agora sinto seus olhos em mim.

— Você mente mal. — Viro o meu rosto e olho-o diretamente.

Seus olhos azuis transbordando de apreensão, e então eu digo;

— Mamãe não me ligou. — Meus olhos encaram o chão, repletos de desânimo

— Ela vai ligar. Ela sempre liga, não é? — Suas mãos param no meu ombro direito, me confortando

— Ela não me ligou para me dar parabéns, até hoje.

Eu o olho novamente. Suas sobrancelhas agora levantadas, seu queixo caído. Ele estava surpreso.

Mamãe sempre liga, nunca teve um dia que ela não ligasse, pelo menos não até o dia do meu aniversário. O que poderia ter acontecido para isso ter mudado?

E então, sinto seu braço passar levemente para o meu outro ombro, me puxando para mais perto de si. Com a aproximação, apoio minha cabeça na lateral do seu peitoral. E ele alisava cuidadosamente o meu ombro esquerdo.

— Ela vai ligar, não importa a demora. — Ele sussurra, mas por mais baixo que ele diga, eu ainda escuto a sua voz reconfortante e o seu coração batendo.

Acelerado.

— Eu vou esperar.

E o silêncio reconfortante se instala sobre a gente. Ele não disse mais nada, mas estava alí. Era só isso o que eu queria da mamãe, a sua presença.

E o Alexander era como um irmão mais velho pra mim.
Um que eu sempre quis ter.

 Um que eu sempre quis ter

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

estrelinha
sa.

𝐎𝐬 𝐐𝐮𝐚𝐭𝐫𝐨𝐬 𝐈𝐫𝐦𝐚̃𝐨𝐬Onde histórias criam vida. Descubra agora