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𝐒𝐓𝐄𝐋𝐋𝐀 𝐌𝐀𝐄𝐕𝐄

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𝐒𝐓𝐄𝐋𝐋𝐀 𝐌𝐀𝐄𝐕𝐄

Depois daquele reencontro inesperado entre eu e o Alexander, eu voltei para o quarto. E ainda voltei sem a miserável água.

Mas, incrível que pareça, uma parte minha tinha perdido a sede e a fome, e só pensava em Alexander e em como era possível ele ser o cara que eu me esbarrei no aniversário da sua própria mãe. E então, me deitei na minha cama que parecia mais aconchegante do que antes, e apaguei totalmente.

Exato.
Eu dormi como se essa fosse a solução da minha mente conturbada e joguei toda a preocupação para quando eu acordasse.

Com certeza a minha eu do futuro vai lidar com isso melhor.

Bem melhor.


ᴇsᴛᴀᴅᴏs ᴜɴɪᴅᴏs, ᴄᴀᴍʙʀɪᴅɢᴇ
16 ᴅᴇ ᴅᴇᴢᴇᴍʙʀᴏ / 10:27 ᴀᴍ

—ᴇsᴛᴀᴅᴏs ᴜɴɪᴅᴏs, ᴄᴀᴍʙʀɪᴅɢᴇ16 ᴅᴇ ᴅᴇᴢᴇᴍʙʀᴏ / 10:27 ᴀᴍ

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𝐒𝐓𝐄𝐋𝐋𝐀 𝐌𝐀𝐄𝐕𝐄

Porra.
PORRA!

Tento controlar os meus batimentos cardíacos, enquanto andava descontroladamente de um lado para o outro pelo o meu quarto. Sinto o silêncio ensurdecedor ao lado da linha do telefone, e então sinto minha mandíbula pressionar, impaciente.

— Fala alguma coisa, merda! — Vocifero e meus olhos analisam a porta do meu quarto.

— Você quer que eu fale o quê? —Indagou Sophie.

— Meu deuuus. — Suspiro, tentando me manter calma. — Qualquer coisa, Sophie. Qualquer coisa. Não sei!

— Eu já falei para você descer, e sair desse seu quarto de princesa. — Comenta com a ironia visível em seu tom de voz. — Vá logo, Stella.

— Eu não consigo! — Exclamo.

— Por quê não!? — Ela indaga, sua voz mais alta do que antes.

— Eu não sei, caramba!

— O Alexander não vai te matar, Stella. Ele só está de passagem e se você continuar trancada aí, a Sra. Collin vai ir atrás de você uma hora ou outra. — Diz Sophie.

— Eu simplesmente não consigo olhar para a cara dele.

— Isso eu sei, mas agora quero saber o porquê não consegue.

— Aaah... Hummm, deixa eu pensar... — Digo sarcástica. — Talvez seja porque ele destruiu a minha vida!?

— Há mais de cinco anos!

— Foda-se??!!

O silêncio se habita, e não escuto nem sequer algum barulhinho intruso da sua ligação no fundo.
Então digo;

— Sophie, eu tô nervosa. — Engulo seco e termino de dizer. — Faz anos que eu não vejo ele, e acho que eu esperava uma mudança, pelo menos um pouquinho de diferença em sua personalidade escrota. Ser ignorada por ele hoje de madrugada foi de certa forma... Ruim. Muito ruim.

— Você esperava uma mudança que não teve, e agora você está com medo dele ser o mesmo Alexander de antes. — Ela finaliza, fazendo minha barriga embrulhar e uma sensação famíliar de enjôo aparecer de imediato. — Mas, Ste... Ele é um homem agora, um adulto. Essa fase de quando ele era um garotinho infernal já passou. Tudo mudou, você mudou, ele mudou, os irmãos dele mudaram. Bem provável que ele não vá com a sua cara? Sim, mas ele não vai chegar no seu quarto rasgando seus ursinhos de pelúcias, relaxa.

Talvez ela tenha razão.
Ou não.

Mas bem provável que ela tenha. Alexander cresceu e mudou bastante. Parece ser um homem responsável e maduro, está tudo bem ele não gostar de mim.

Meus ombros que antes estavam tensos, agora estão caídos, relaxados. Meu coração voltou aos batimentos normais e agora o meu corpo está quieto, sem nenhum tremor ou agonia constante de querer ficar se locomovendo de um canto para o outro.

Minha fixa finalmente caiu.

Alexander está lá embaixo, comendo com seus irmãos e sua mãe, e eu estou aqui em cima, remoendo coisas que ele me fez quando era mais jovem e eu era apenas uma criança. Alexander não é mais um muleque, ele era um homem agora.

Totalmente infantil da minha parte ter medo disso tudo. Não faz sentido nenhum eu estar assim nervosa, esperando alguma atitude positiva da parte dele, sendo que eu nem deveria me importar com o homem que está no andar de baixo.
Ele destruiu a minha vida, o máximo que eu quero dele é distância.

Ele conseguiu apagar todas as lembranças boas que tínhamos juntos. Meu rancor por ele sempre estará aqui, dentro de mim.

— Você está aí? — Pergunta Sophie me fazendo despertar.

— Ah, oi. Estou sim — Respondo ligeiro.

Meus olhos pousam na maçaneta da porta trancada do meu quarto.

— Você vai descer ?

Limpo a garganta seca, suspirando pesadamente.

— Sim. Beijos. — Digo rapidamente e levo o meu dedo até a opção "desligar" antes que Sophie pudesse se pronunciar.

Após desligar, vou em direção ao espelho e passo o olho depressa em mim.

Meu cabelo está preso em um rabo de cavalo alto, e estou vestindo uma regata branca, acompanhada por um short jeans preto.

Vou até a minha escrivaninha e pego uma chave que estava sobre ela, logo em seguida, vou até a minha porta que se mantém trancada e coloco a pequena chave na fechadura, a girando para o lado direito e finalmente destrancando a porta.

O que pode dar errado?

Ele é só um cara idiota mesmo.


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𝐎𝐬 𝐐𝐮𝐚𝐭𝐫𝐨𝐬 𝐈𝐫𝐦𝐚̃𝐨𝐬Onde histórias criam vida. Descubra agora