Capítulo quarenta e três

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Camila Silva

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Camila Silva

Arraial do Cabo, meu lar, minha segunda casa. Esse lugar sempre foi o meu refúgio, quando eu sentia que o mundo estava prestes a desabar era para cá que eu vinha. Não apenas pela beleza do lugar, claro que isso ajuda muito, mas também porque esse lugar tem um gosto de lar para mim, de família.

Passei muitas dificuldades quando pequena, presenciei muitos momentos difíceis. E sempre que a coisa começava a ficar feia, minha mãe me mandava para cá, ficar um tempo com a minha família até que as coisas voltassem a ficar boas.

Até hoje sou a sobrinha favorita do meu tio Cláudio, mesmo que ele não assuma muito, o jeito que ele me trata é como se eu fosse a sua filha.  Sempre fazendo os meus gostos, fazendo de tudo para que eu me sinta bem e, principalmente, volte lá mais vezes.

Foi aqui que aprendi a amar o mar, a me conectar com o mar. As coisas apertavam e eu ia para o meu ponto seguro, cada onda que eu furava era um problema que superava. Na praia eu tenho as minhas memórias, eu consigo me desligar do mundo e me conectar comigo mesma, com os meus pensamentos  e sentimentos.

__ Eu amo essa musica.--- Comemorei aumentando o som.

Luz e Tyler, acostumados com essa música, logo retiram os fones. Acredito que eles puxaram de mim essa paixão pela música, não podem escutar as primeiras melodias soando que começam a  sentir o ritmo. Os criei assim, com muita música envolvida e acima de tudo, muitas risadas.

Abri as janelas do carro, desligando o ar. O barulho das ondas se quebrando invade o carro, se misturando com o barulho da música. A brisa entra, tirando um sorriso enorme do meu rosto. É um pouco mais de uma hora da tarde, realmente demos sorte e não pegamos engarrafamento.

__ Mergulho no mar
Pra lavar a alma
Frescor vem
Trazendo a calma
Amanhecendo o dia

Comecei a contar, com os trigêmeos me acompanhando. Balancei o meu corpo no ritmo, ganhando o olhar atento, e divertido do loiro ao meu lado que não parava de sorrir.

__ Sinto os pés sobre
Búzios e conchas Corais
Refletindo em ondas
Uma nova brisa

Sorri virando na rua da minha tia, aumentando ainda mais o som. Uma mini férias se iniciava e eu só espero que a água salgada lave a minha alma, levando com si todas as preocupações, pensamentos e sentimentos negativos.

__ Chegamos, meus amores.--- Comemorei tirando a música, desligando o rádio.

__ COMIDA DA TIA FÁTIMA.--- As crianças comemoram gritando.

Arregalei os meus olhos, prendendo a risada. É claro que os dois puxaram a minha fome sem fim. Eles são a minha cara, puxaram diversas coisas de mim, por isso eu digo que eles são as minhas minis versões.

__ Deixa tua vó escutar isso.--- Neguei com a cabeça, soltando o cinto deles.--- Podem deixar as malas no carro.

Segurei nas mãos da Luz, guiando a pequena. Abri o portão da garagem dos meus tios, sempre fica aberto aqui embaixo. Depois que todos passamos, voltei a fechar a garagem. Conforme nos aproximávamos das escadas que davam para o quintal, escutamos o som.

Sua Por ContratoOnde histórias criam vida. Descubra agora