Um contrato que poderia mudar a vida deles para sempre.
Ethan, um homem arrogante que não liga para nada que não seja a quantidade de zeros na sua conta bancária, ou em ter noites delirantes de puro prazer que nunca saíram disso. Nem sempre ele foi...
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CAMILA SILVA
Coloco o meu fone, deixando o mesmo no som mais alto possível. Enquanto Ed Sheeran toca em meus ouvidos, saio de casa, atravesso a rua e começo a correr pela orla.
Não haviam se passado muitas horas desde o amanhecer, isso fazia com que a praia estivesse vazia. O que é bom, o azul do céu se misturando com o azul do mar. Retiro o meu fone, escutando o som das ondas se quebrando na mais perfeita magnitude da natureza. Conseguia escutar perfeitamente, afinal é cedo demais para que o barulho dos carros pudessem me atrapalhar.
Fecho os meus olhos, sentindo a brisa gelada na minha face. Naquele mesmo momento eu viajo, não estava mais em Copacabana, mas sim em algum lugar do oceano. Estava nos braços de Ethan, encarando o mar a nossa frente, esperando pela lancha que nos levaria ao nosso próximo passeio. Estávamos a poucos dias de chegar ao nosso destino, em Maldivas.
Viro o meu rosto, encontrando o seu olhar. Respirei fundo, sentindo amor e carinho por aquele homem. Meu coração transborda de carinho, estava tudo tão maravilhoso, tão perfeito. Não queria mais sair dos seus braços, do seu lado, pois havia descoberto que ali é o meu lar, o meu lugar.
__ Que droga Ethan.--- Falei abrindo os meus olhos, voltando a realidade.
Sinto a dor do abandono novamente. Consigo sentir o peso do mundo em meus ombros, a dor que percorreu cada veia minha quando vi a decepção em seus olhos, quando não encontrei mais carinho sendo direcionado a mim. Ao invés disso, ele me olhava como se eu fosse uma pessoa desprezível.
O mesmo olhar de domingo, quando me viu pela primeira vez depois de cinco longos anos. Eu não sabia, acreditava que já estava preparada, mas aquele olhar me machucou da mesma forma, quase como se fosse a primeira vez que ele me dirigia aquele olhar. De uma forma que eu mesma me odeio por isso, sinto-me culpada por permitir que ele me afete dessa forma.
Coloco as mãos no rosto, passando a mesma pelos meus olhos. Abafei um grito que desejou sair no mesmo momento. A dor que aperta o meu peito é devastadora, a dor de um coração despedaçado pela pessoa que amou.
Eu não quero ele na minha vida, não quero reviver cada momento. Eu já superei, vivia tranquilamente e por alguns momentos era como se ele não tivesse cruzado a minha vida, se nunca tivesse me machucado. Mas agora, tão repentina quanto uma onda, que em pouco tempo invade o litoral e ninguém nem sabia de onde ela vinha, foi a forma que ele retornou a minha vida.
Posso até ser dura com ele, com a família. Mas eu não vou me permitir ser simpática com eles, afinal da vez que fiz isso eles me machucam. O pior é que nem mesmo se demonstram arrependidos com isso. Ninguém me machuca pela segunda vez, isso é certo.
__ Vejam só se não é a minha cliente favorita.--- Lívian fala assim que me observa se aproximar do seu quiosque.
__ Eu sou maravilhosa, pode confessar.--- Falei soltando um sorriso, sentando na banqueta do quiosque.
