1. Suddenly.

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Chapa on.

Eu estava impaciente. Já tinha assistido diversos episódios de "momentos genuínos" e "cão solteiro", tomado todo sorvete que tinham deixado e ainda não tinha passado nem metade do tempo que ficaria ali.

Todos estavam em um evento importante pra Danger Force, mas eu havia me machucado em uma luta e não poderia comparecer. Estava jurando a cada segundo que eu com certeza daria um jeito no crianção assim que pudesse. Além do braço quebrado, eu tinha o ego ferido. Afinal de contas, quem quebraria o braço em uma briga com aquele patife?

Bose on.

– Até que horas vamos ficar aqui? - Pergunto  olhando o relógio e Ray me olha estranhando.

– Que pressa é essa, amigão? Você sempre gosta desses eventos e da comida. - Os gêmeos também me encararam e eu dei de ombros.

– Hoje está sem graça. - Estava sem graça porque não tinha a Chapa. Nada de piadas e risadas veladas, nada de conversas quando algo era tedioso, nada das risadas dela. Ou dela me explicando algo que eu não entendi. - Olha, minha mãe mandou mensagem... eu vou ter que ir. - Ray franziu o cenho, claramente desconfiado.

– Mas... o Ray falou com sua mãe e ela deixou você ficar até mais tarde. - Não olhei pra Mika, porque com certeza ela já estava desconfiada. E se ela soubesse e ligasse os pontos - coisa que facilmente faria - com certeza meus planos dariam errado. Ela já havia dito que heróis como nós, assumiram um compromisso com a cidade e não com romance. Ela claramente ia deduzir.

– São coisas do vice pai... - Dou de ombros, já me levantando. - Difícil explicar. Tchau. - Procuro não me enrolar nas palavras.

Eu mal parei pra escutar o que estavam dizendo ou eles se despedindo. Eu sabia que acabaria falando algo á mais, já que era mentira. E eu não era muito bom com elas.

Depois que a Chapa foi pra enfermaria do ninho do man, nós não vimos mais ela. Não que tenha sido algo muito grave, mas ela tinha se esforçado muito na hora de usar os poderes, e acabou sendo exaustivo pro corpo dela.
Quando pedimos pra ir até o quarto em que ela estava, o Schwoz pediu pra que deixássemos ela descansar. E bom, talvez ela tivesse mesmo que descansar se fosse outra pessoa, mas era a Chapa. Certamente estaria inquieta, procurando o que fazer, ela não conseguia apenas ficar quieta. Com braço quebrado, ou não.
Além de tudo, a Chapa aflorava sentimentos em mim, que iam além do que eu conhecia. Não poder ver ela depois que ela se acidentou em uma missão me deixou mais preocupado do que eu deveria estar, sendo apenas um amigo. E se deixasse claro que o evento era sem graça porque a Chapa não estava ou que sai mais cedo pra ir atrás dela, todo mundo ia sacar.

Talvez eu soubesse o que sentia, mas não quisesse confessar nem á mim mesmo, ela com certeza não sentia o mesmo, éramos melhores amigos.
E analisando as circunstâncias - não que eu fosse disso, era mais o lance da Mika - ela ia me rejeitar se soubesse.

Quando cheguei no ninho do man, minha primeira preocupação, era não dar de cara com o Shwoz, já que ele me colocaria pra voltar e ainda contaria pro Ray no dia seguinte. Então antes de passar por todos os cômodos, me certifiquei de que não me encontraria com ele. Acabei descobrindo, que na verdade, ele estava fazendo ciência com o clone dele e fiquei satisfeito por saber que ele estaria entretido demais pra me pegar no pulo.

Desci pra enfermaria e não bati na porta, abrindo a mesma devagarinho, sem fazer barulho algum. Chapa estava virada de costas pra porta, tentando pegar um copo que estava em uma mesa, ela não podia mexer um dos braços, e isso dificultava.
Usei a telecinese e levantei o copo, levando até ela, que pegou na mão, demorando á se dar conta de que tinha mais alguém. Aquilo parecia mais comigo, então eu acabei rindo baixo.

Oneshots Bapa - Bose e ChapaOnde histórias criam vida. Descubra agora