The Forty Bet. - Parte 8.

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Uma semana depois, Chapa completou os tão esperado quatro meses. E então cinco, seis e sete. Ela estava agoniada pra que o resto do tempo passasse logo. A gravidez era uma loucura e de gêmeos, conseguia ser ainda mais louco. Ela não fez uma barriga enorme, pelo contrário, sempre perguntava ao médico se era saudável o tamanho da barriga pra uma gravidez de dois bebês. Os exercícios a ajudavam a se manter ativa, mas os efeitos ainda estavam ali.

Bose e ela haviam acabado de jantar. Estavam na sala, sentados, era noite de sábado e no outro dia dormiria até tarde. Sam havia saído com Mika, elas estavam muito, muito próximas.

Chapa: O que quer fazer agora? - Ela estava com um pote de sorvete em cima da barriga, comendo. Ele achava engraçado como agora sempre apoiava os potes com comida em cima.

Bose: Música? Cantar? Dançar? - Levantou as sobrancelhas. - Ainda vamos comprar aquele piano. - Ela sorriu.

Chapa: Dançar? Bom, faz tempo que eu não danço. Pode ser. - Afirmou com a cabeça.

Bose: Eu sei. - Piscou pra ela.

Bose sabia que Chapa adorava dançar, cantar, se exercitar. E os últimos meses tinham sido corridos, tinham comprado móveis, decorado o quarto, trabalho, ido as consultas. Bose ia muito ao escritório, e quando não ia, trabalhava de casa pra ficar com Chapa.

Ele estava sendo tão dedicado, dava o máximo de si pros três e sempre que passava pela rua e via coisas pra bebês, ele comprava. Chapa não era uma grávida de vestidos e rasteirinhas. Ela costumava usar legging, tênis e camisetas. Ainda assim, Bose entendia o que as pessoas diziam sobre o famoso brilho da gravidez. Ela estava espetacular.

Todos os dias, quando ele acordava e olhava pra ela, entendia que certas coisas apenas tinham que acontecer. Ele tinha que estar lá, não se via em outro lugar no mundo.

Bose ligou o som, começou a tocar "sweater weather"  do The Neighbourhood. Chapa e Bose começaram a dançar, e no começo, apenas se balançavam. Isso era uma coisa que faziam desde a infância, dançar apenas pra passar o tempo, sentir a música.
Chapa tocava baixo, piano e sanfona.
Bose tocava violão, flauta e bateria.
Amavam música, sentir a música ou fazer dela a representação de alguma coisa.

E pra Bose, não havia nada mais bonito do que a voz dela. Ele se lembrava perfeitamente de quando notou que era perdidamente apaixonado por ela.
Chapa estava em cima do sofá, pulando e cantando "Jenny" do Studio Killers. Ela trocava as palavras, Jenny se tornava Bose e ela apontava pra ele todo o tempo, como se cantasse pra ele.

E ele queria tanto que realmente fosse, os cabelos dela, que ela mantinha curto desde os dez anos, balançavam, caindo por seu rosto. Os braços eram jogados pro ar e ela pulava, com um sorriso encantador. Bose se sentiu inebriado com a energia que tomava a sala, ela era linda, era incrível. Eles tinham apenas doze anos, mas ele soube que amaria apenas ela pra vida toda.

E foi realmente isso que aconteceu. Lá estavam eles, formando uma família, mesmo de um jeito meio torto e não convencional pra sociedade. Não namoravam e menos ainda eram casados. Tinham apenas dezoito anos.
Mas uma vida em processo de construção. Tinham alugado a própria casa, Chapa havia se transferido pra faculdade de teatro em Swellview, mas trancou temporariamente. Bose trabalhava, e logo começaria a faculdade que queria. De um jeito torto, mas de um jeito deles e dando certo. Aqueles bebês teriam um lar repleto de amor e respeito.

Tudo isso, estava passando na cabeça dele, enquanto ela dançava, em cima da mesa de centro, rindo. E quando a música acabou, ele já emendou em outra que sabia que ela gostava. Colocou Habits, da Genevieve Stokes, ela bateu palminhas. Bose olhou bem a mesa, ela não podia correr risco nenhum e Sam pulava ali em cima sempre que comemorava algo.

Oneshots Bapa - Bose e ChapaOnde histórias criam vida. Descubra agora