Uma semana depois, Chapa completou os tão esperado quatro meses. E então cinco, seis e sete. Ela estava agoniada pra que o resto do tempo passasse logo. A gravidez era uma loucura e de gêmeos, conseguia ser ainda mais louco. Ela não fez uma barriga enorme, pelo contrário, sempre perguntava ao médico se era saudável o tamanho da barriga pra uma gravidez de dois bebês. Os exercícios a ajudavam a se manter ativa, mas os efeitos ainda estavam ali.
Bose e ela haviam acabado de jantar. Estavam na sala, sentados, era noite de sábado e no outro dia dormiria até tarde. Sam havia saído com Mika, elas estavam muito, muito próximas.
Chapa: O que quer fazer agora? - Ela estava com um pote de sorvete em cima da barriga, comendo. Ele achava engraçado como agora sempre apoiava os potes com comida em cima.
Bose: Música? Cantar? Dançar? - Levantou as sobrancelhas. - Ainda vamos comprar aquele piano. - Ela sorriu.
Chapa: Dançar? Bom, faz tempo que eu não danço. Pode ser. - Afirmou com a cabeça.
Bose: Eu sei. - Piscou pra ela.
Bose sabia que Chapa adorava dançar, cantar, se exercitar. E os últimos meses tinham sido corridos, tinham comprado móveis, decorado o quarto, trabalho, ido as consultas. Bose ia muito ao escritório, e quando não ia, trabalhava de casa pra ficar com Chapa.
Ele estava sendo tão dedicado, dava o máximo de si pros três e sempre que passava pela rua e via coisas pra bebês, ele comprava. Chapa não era uma grávida de vestidos e rasteirinhas. Ela costumava usar legging, tênis e camisetas. Ainda assim, Bose entendia o que as pessoas diziam sobre o famoso brilho da gravidez. Ela estava espetacular.
Todos os dias, quando ele acordava e olhava pra ela, entendia que certas coisas apenas tinham que acontecer. Ele tinha que estar lá, não se via em outro lugar no mundo.
Bose ligou o som, começou a tocar "sweater weather" do The Neighbourhood. Chapa e Bose começaram a dançar, e no começo, apenas se balançavam. Isso era uma coisa que faziam desde a infância, dançar apenas pra passar o tempo, sentir a música.
Chapa tocava baixo, piano e sanfona.
Bose tocava violão, flauta e bateria.
Amavam música, sentir a música ou fazer dela a representação de alguma coisa.E pra Bose, não havia nada mais bonito do que a voz dela. Ele se lembrava perfeitamente de quando notou que era perdidamente apaixonado por ela.
Chapa estava em cima do sofá, pulando e cantando "Jenny" do Studio Killers. Ela trocava as palavras, Jenny se tornava Bose e ela apontava pra ele todo o tempo, como se cantasse pra ele.E ele queria tanto que realmente fosse, os cabelos dela, que ela mantinha curto desde os dez anos, balançavam, caindo por seu rosto. Os braços eram jogados pro ar e ela pulava, com um sorriso encantador. Bose se sentiu inebriado com a energia que tomava a sala, ela era linda, era incrível. Eles tinham apenas doze anos, mas ele soube que amaria apenas ela pra vida toda.
E foi realmente isso que aconteceu. Lá estavam eles, formando uma família, mesmo de um jeito meio torto e não convencional pra sociedade. Não namoravam e menos ainda eram casados. Tinham apenas dezoito anos.
Mas uma vida em processo de construção. Tinham alugado a própria casa, Chapa havia se transferido pra faculdade de teatro em Swellview, mas trancou temporariamente. Bose trabalhava, e logo começaria a faculdade que queria. De um jeito torto, mas de um jeito deles e dando certo. Aqueles bebês teriam um lar repleto de amor e respeito.Tudo isso, estava passando na cabeça dele, enquanto ela dançava, em cima da mesa de centro, rindo. E quando a música acabou, ele já emendou em outra que sabia que ela gostava. Colocou Habits, da Genevieve Stokes, ela bateu palminhas. Bose olhou bem a mesa, ela não podia correr risco nenhum e Sam pulava ali em cima sempre que comemorava algo.
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Oneshots Bapa - Bose e Chapa
RomanceCompilados de Oneshot Bapa - pequenas histórias de Bose e Chapa da Força Danger.