Mirrorball - Parte 2.

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Estavam todos na sala do hospital. Aquele caso, não dava pra Schowz resolver, era bem mais complicado.
Bose estava no telefone, andando de um lado pro outro, já tinha chorado tanto que estava com o rosto inchado e vermelho. A voz rouca pelo cansaço.

Bose: Como assim ele vai sair? Ele atropelou uma pessoa, ele atropelou minha namorada. - O tom de voz dele estava mais alto do que anteriormente, o que fez com que todos o olhassem.

Mika estava sentada com Samanta, com a cabeça deitada no ombro dela, também chorando. Miles e Nina, também estavam sentados ao lado, Nina estava dormindo após tomar um calmante, devido o nervoso excessivo pela situação. Ray não parava de balançar as pernas, ansioso por uma notícia, que não chegava. Schwoz estava na delegacia, tinha ligado pra Bose pra explicar a situação, mas nesse momento, do outro lado da linha, era o delegado de Swellview.

Bose: ELE ATROPELOU MINHA NAMORADA! - Bose deu um tapa no balcão, que assustou todos os amigos ali presentes. Mika engoliu em seco, surpresa. Miles ficou sem entender. Ray não reconhecia seu menino.

A recepcionista o olhou, dizendo um "senhor...", provavelmente iria pedir pra que ele não repetisse aquilo e abaixasse o tom de voz, afinal, era um hospital.

Bose: VOCÊ SABE QUEM SOU EU? EU SOU O FILHO DO VICE PREFEITO E ELE NÃO VAI SAIR DAÍ COM OU SEM ADVOGADO, OU O MEU PAI É QUEM VAI RESOLVER ISSO. ELE ATROPELOU MINHA NAMORADA, NÃO TENHO NOTÍCIAS DELA Á HORAS.

A recepcionista se encolheu, acuada. Não iria falar mais nada, pro filho do vice prefeito. Ele talvez a colocasse na rua na mesma noite.

Ela não sabia que ele não era assim. Mas os amigos dele, estavam estarrecidos. Aquele não era o Bose que conheciam, usando de uma posição política pra conseguir algo.
Mas ficaram no impasse, porque aparentemente, Bose só não queria que liberassem o homem que atropelou Chapa. E realmente, não era nada justo que ele saísse, ela estava em estado grave e á horas não tinham notícias. Estavam temendo muito o que viria pela frente. Qualquer pequena ou grande coisa.

Bose: SCHWOZ, NÃO DEIXA ELE SAIR DAÍ! - Ray olhou pra Bose atento. - EU VOU AÍ E VOU RESOLVER ISSO. EU MESMO VOU DAR UM JEITO NISSO!

Ray; Ei, não! - Se levantou, indo até o mais novo. - Nada disso, me dá esse celular aqui.  - Pegou o celular da mão do mais novo, que o encarou irritado.

Samanta se levantou, indo até Bose. Ray não tinha cabeça alguma pra ter pulso firme com ele e infelizmente, seria necessário.

Samanta: Bose, já chega! - Colocou as mãos nos braços dele, levantando as sobrancelhas. - Você precisa colocar sua cabeça no lugar, as coisas não se resolvem assim.

Bose: QUEREM TIRAR ELE DA CADEIA! - Falou quase que entredentes. - COMO ISSO É POSSÍVEL SAMANTA? COMO EU VOU ME ACALMAR? NÃO É JUSTO.

Samanta: COLOCA SUA CABEÇA NO LUGAR, BOSE. - Gritou de volta, chacoalhando ele. A enfermeira se encolheu mais, ou tomaria um grito do chefe ou a demissão do vice prefeito. Estava na linha tênue. - Quando a Chapa acordar, vai precisar de você, você não pode estar descontrolado assim. E outra, não é da sua índole usar do nepotismo pra fazer justiça ou resolver qualquer coisa. Não é assim que solucionamos nada, é antiético dadas as circunstâncias. - Ele engoliu em seco. Não estava nem aí pra heroísmo, era sua garota. Tinham a machucado. - Eu sei que está doendo, Bose. Nós sabemos. Nós também queremos fazer justiça com as próprias mãos. Mas você precisa se controlar, porque ela vai precisar de nós quando acordar e principalmente de você. Os pais dela e a irmã já não estão aqui, imagina ter o namorado descontrolado. Eu preciso, aliás, ela precisa que coloque a cabeça no lugar.

Oneshots Bapa - Bose e ChapaOnde histórias criam vida. Descubra agora