No dia seguinte, Bose e Chapa saíram pra tomar café no píer da cidade, beirando o mar, perto do lado litorâneo da cidade. Ela estava com um macacão preto, e saltos num tom de nude um pouco mais escuro. Usava óculos de sol, na cabeça.
Chapa: Não sou a maior fã de mares, sabia? Água, rios, enfim... - Comentou, olhando o mar. - Nunca fiz cruzeiros ou pensei se quer em andar de navio.
Bose: Eu percebi no dia que chegamos, mas porquê? - Deu um gole no suco, a olhando.
Chapa: Imensidão, eu acho. A água pode causar grandes estragos em todas s suas formas. - Ele suspirou. Ela estava se referindo, provavelmente, á neve. - Eu não sei nadar e tenho pavor á tsunamis, não moraria beira mar como seus pais.
Bose: Eu entendo. Acho que todos temos um medo assim, sabe? - Pensou um pouco. - Um medo complexo.
Chapa: E qual é o seu? Seu maior medo. - Inclinou a cabeça. Ele sorriu, ela estava tão linda e ficava ainda mais quando fazia aquilo.
Bose: Não ver mais sentido na vida. - Ela olhou confusa pra ele. - Eu não sei explicar, mas chegou uma hora que eu parei de viver pra ser o filho que meu pai queria e passei á viver pra ser a pessoa que eu quero ser. - Ela sorriu de lado, o olhando. - Eu quis viver.
Ela entendia isso, porque ela mesmo já tinha perdido o sentido da vida. Quando estava entrando na adolescência, sem o pai, trocando de colégio, sem o amor da mãe. Pensou que não tinha mais pelo que lutar. Então lembrou do pai dizendo que se um dia ela achasse que nada mais valia a pena, era só se olhar no espelho, lá estava a pessoa que merecia ser recompensada. Passou a lutar por si mesma. E mesmo que tivesse feito coisas muito erradas e tratado pessoas de forma que não deveria, nunca tinha passado por cima de ninguém pra chegar onde tinha chegado. Nunca derrubou alguém pra conseguir o que queria. E da forma estranha dela, procurava recompensar quem merecia ser recompensado.
Chapa: Eu não entendo. Então porquê você continuou na empresa, não merecia aquele tratamento. Só o salário? Aquele dinheiro valia sua dignidade? - Voltou a tocar no assunto.
Bose: Pare de agir como se pisasse em mim todo o tempo, Lula Elena... Você só não era simpática. Ou não, mas eu não sei explicar. Você era o tipo de chefe que conseguia liderar pelo medo. Era isso.
Chapa: Defina. - Uniu as mãos em cima da mesa.
Bose: Quis que a pessoas temessem você, pra te obedecerem. - Explicou.
Chapa: E qual é a outra forma? - Franziu o cenho.
Bose: Obedecerem porquê sabe que estão sendo reconhecidas e recompensadas.
Bose teve os dois exemplos em casa. Célia reconhecia até as menores coisas ou as tentativas falhas. Vicent era obedecido porque o temiam. Mas diferente de Chapa, ele fazia isso porque era frustrado consigo mesmo. Ela, pela forma que a mãe á havia criado.
Chapa: E porque se refere á mim fazendo isso no passado?
Bose: Primeiro, porque você me fez uma promessa que eu vou cobrar. O acompanhamento vai te ajudar. Segundo, porquê você não é mais sozinha nesse mundo, Elena. Você tem a minha mãe, tem nossos amigos e tem á mim. Entende? Sabe disso, não é? Independente disso ser um acordo - Colocou as mãos por cima das mão unidas dela. - Você tem á mim, agora. Porque agora eu te conheço, conheço seus motivos e eu sei quem você é de verdade. Gosto dessa nova Chapa e eu espero que saiba disso.
Ela abriu as mãos, pegando as dele e dando um sorriso. Tentou conter as lágrimas, mas foi praticamente impossível. Ele soltou as mãos dela e agora se sentando na cadeira ao lado da dela, a abraçando de lado e dando um beijo em sua testa. Foi o ponto prático pra fazer ela desabar.
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Oneshots Bapa - Bose e Chapa
RomanceCompilados de Oneshot Bapa - pequenas histórias de Bose e Chapa da Força Danger.