Love, Soph. - Parte 10.

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Depois daquele dia, de chorar por horas, aos poucos, Chapa foi conseguindo retornar sua vida. Primeiro de tudo, visitou a irmã em Swellview, a acolheu, conversou com ela. Jogaram as cinzas do pai em uma montanha afastada, onde ele gostava de ir e tirar fotos.
Sam tinha a mesma energia dos pais, aquele sorriso iluminado, aquela felicidade transmissível. Chapa fez o papel de irmã mais velha, a aconselhou, a tirou da foça. O pai estaria orgulhoso.

E então logo Chapa estava levando Soph pra escolinha, trabalhando, fazendo sua parte das tarefas de casa. Bose arrumou um emprego e estava agora estudando semipresencial, ao invés de apenas on-line. Já era muito pra eles, voltaram a construir suas vidas. Era necessário, tinham uma filha pra criar, estudo, trabalho, casa. E eram felizes e gratos por isso. Coisas pelas quais valia a pena viver e lutar.

E um mês e meio depois, ninguém mais, ninguém menos que Sam apareceu por lá, de surpresa.

Estava recuperada, é claro que ainda doía, mas tinha vivido seu luto e agora iria viver sua vida. E fazer seu ótimo papel de cupido.

Sam: E então, onde elas estão? - Perguntou baixinho pra Bose. Chapa não sabia que ela estava lá. Ele havia aberto a porta, e Chapa não devia ter ouvido.

Bose: Estão no quarto, Chapa foi vê-la, ela estava chorando. Cuidado pra não assusta-las. - Sam sorriu. Bose era um ótimo garoto, torcia muito pra ele e a irmã.

Sam: Ah, minha princesinha. - Fez um biquinho. - Vou ir vê-las, tenho uma surpresa pra vocês. Você e Chapa. Presente de Bapa Lover.

Bose: Ei... quem é Bapa Lover?

Ele ia com certeza perguntar também qual a surpresa, mas Sami saiu, indo até a direção do quarto. Ouviu chegando perto, a voz da irmã cantando.

Chapa: Tudo o que eu quero ser, tudo o que eu sempre quero ser, sim, sim
É alguém para você
Tudo o que eu quero ser, tudo o que eu sempre quero ser, sim, sim
É alguém para você
Todo mundo está tentando ficar bilionário
Mas toda vez que eu te olho eu não me importo
Porque tudo o que eu quero ser, tudo o que eu sempre quero ser, sim, sim
É alguém para você.

Chapa sorriu, vendo Soph se acalmar, prestando atenção na mãe. A voz dela sempre a acalmava. Soph já devia conhecer a música, pois sempre ouvia a mãe cantar essa mesma música. A letra era bonita e descrevia como se sentia.

Sam sorriu, sentindo os olhos marejarem, orgulhosa. Soph já estava entre oito e nove meses, estava prestes a andar e balbuciava algumas coisas. Muitas vezes Chapa se referia á si mesma como Mad e outras como Mãe. Mas todos sabiam, aquela era a mãe que o destino havia reservado para a pequena Sophia. Um presente.

Sam: O acorde dos anjos, Bose é um homem de sorte. - Chapa se assustou e Soph gargalhou.

Chapa: Nunca mais faça isso. - Levou a mão ao peito, se estabilizando.

Sam: É assim que me recebe? - Riu, se aproximando das duas. Deu um beijo na cabeça da irmã caçula e pegou a sobrinha no colo. - Vim lhe presentear, baby girl. - Piscou pra irmã. - Vale Night. Você e Bose, sua chance.

Chapa: Não, não tenho roupa pra isso. Aliás, chance de que? - Perguntou confusa.

Sam: Se confessar, ué. Até quando vocês vão ficar nessa? Tá na hora de alguém agir, como sempre, vou dar um empurrãozinho. O que seria desse mundo sem mim? - Revirou os olhos, fingindo estar inconformada.

Chapa: Eu não tenho o que vestir, ok? - Se levantou, colocando a mão na testa ainda mais preocupada. - E o que vou dizer? - Começou a andar de um lado pro outro. - Você não podia avisar com um mês de antecedência? Ou não pode voltar daqui á um mês?

Oneshots Bapa - Bose e ChapaOnde histórias criam vida. Descubra agora