The Forty Bet. - Parte 4.

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No dia seguinte, Bose se levantou bem mais cedo. Foi ao mercado e comprou várias coisas pra montar um super café. Tinha muitas coisas que Chapa amava, queria que a primeira manhã dela na cidade fosse agradável.
Quando Sam se levantou, olhou pra mesa boquiaberta.

Sam: Nossa, o que o amor faz com as pessoas - Debochou. - Pra quem não gostava de acordar cedo, você até preparou o café. Isso é coisa de homem apaixonado. Homem apaixonado que vai chorar de saudade. - Se sentou.

Bose: Para Sam, não começa. O café é pra você também, e de nada, gratidão em pessoa- Fez uma careta pra ela.

Sam: Mas e aí, como vai ser? Você lá, ela cá, cresceram juntos e agora vão seguir caminhos diferentes. Quer dizer, ela vai. Porque você não? Acho que não faz sentido dividir percurso nessa altura do campeonato. - Começou a passar manteiga em uma torrada.

Bose: Não entendi. Tá me chamando de sem futuro, Hadassa? - Se apoiou na ilha da cozinha e cruzou os braços.

Sam: Não, tô te chamando pra morar aqui. Vocês dois já dormem juntinhos. Que tal viver um... - Pensou. - Sobre as estrelas de Nova York. - Pontuou. - Esse vai ser o nome do livro de vocês.

Bose: Que livro? - Perguntou confuso. - E aliás, que papo é esse? Você realmente é complexada.

Sam: O que eu vou escrever sobre vocês, ué. Sabia que já mandei "Do berço, ao noivado" pras editoras? Mas não deu muito certo, talvez se entrar essa história de você vindo pra NY atrás do seu amor, ainda vou melhorar o livro e conseguir lançar ele.

Sam tinha 21 anos. Estava prestes a terminar a faculdade de letras e tinha pelo menos cinco romances já terminados. Mas não sairia espalhando os cinco de uma vez.

"Do berço, ao noivado" era uma história sobre Bose e Chapa, com um final criado por ela. Eles terminavam se confessando em um parque, no alto da roda gigante. Casados e com um cachorro no epílogo. Mas ela sabia que faltava alguma coisa, faltava alguma mágica, algo forte. Tinha que ter momentos que prendessem mais os leitores.

Chapa: Bom dia! - Disse saindo do quarto, antes de Bose poder responder. - Espero que tenham...

Também não terminou de falar ou ouviu a resposta, porque correu pro banheiro pra vomitar. Novamente escovou os dentes e saiu, estava com uma blusa de Bose e um short de pijama, Sam deu um sorriso de lado, "você não usa a blusa do melhor amigo se não tiver ao menos uma queda por ele", pensou.

Chapa tinha um penhasco.

Sam: Você tem que ver esse estômago, em? Pode acabar sendo uma gastrite. Eu tenho um chá que ajuda. - Bose a olhou arqueando uma sobrancelha. Tinha algo no tom de voz de Sam que ele não estava identificando.

Era desconfiança.

Chapa: Não, não... dessa vez foi o cheiro da manteiga, não estou aguentando sentir. - E então Sam foi quem arqueou uma sobrancelha. - Nunca foi tão enjoativo pra mim.

Apenas afirmou com a cabeça. Chapa praticamente devorou a maior parte das coisas que tinha na mesa, era totalmente mimada por Bose, que até passava nutella no pão dela e colocava suco no copo pra ela.
Sam se achava a última romântica do mundo, descobriu que Bose é quem era.

Ele olhava Chapa com uma devoção sem fim. Dava pra ver o quanto ele estava prestes a derreter sempre que ela sorria. Ou como também, o toque dele e o olhar, a desconcertava. Ela corava, ria, se encolhia.

Sam começou a se perguntar porque eles não se davam conta, se pra ela parecia tão óbvio.

Bose tinha que ir embora após o café, então Chapa estendeu muito o final, pra que ele ficasse mais. Emendou um assunto monômetro, pediu ajuda, conversou, fez de tudo pra ele ficar mais.

Oneshots Bapa - Bose e ChapaOnde histórias criam vida. Descubra agora