Epílogo

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DEZ ANOS DEPOIS

Abro a porta ainda escuro, sorrio com a brisa suave da madrugada esvoaçando os meus cabelos, dou mais alguns passos e ouço pequenas pisadas, logo sinto uma bolinha de pelos amarelos dançando entre minhas pernas.

— Meu amigo mais fiel. — falo ao me agachar e levar a mão em suas orelhas.

Pitoco da algumas latidinhas e apoia suas patas nos meus joelhos, vindo lamber o meu rosto. Sorrio com sua atitude e ele fica ainda mais animado.

— Vamos? - chamo, e ele prontamente se afasta, pronto para a nossa costumeira aventura.

Seguimos saltitantes pelo caminho de pedregulhos, até que alcançamos o nosso ponto, um lugar perto de uma pequena cachoeira, vamos até nossa pedra e nos acomodamos ali, faço carinho na cabeça do meu cachorro e não demora muito até começar o nosso pequeno show.

Sinto braços envolvendo o meu corpo, e não preciso me virar para saber de quem são, apenas me encosto nele com um sorriso no rosto.

— Você nunca dorme até mais tarde, nem mesmo nos domingos. — Comenta depositando um beijo em meu pescoço.

— Não consigo. — confesso. — A dança de cores no céu para anunciar um novo amanhecer me fascina.

O sopro de sua risada esquenta o meu pescoço, me fazendo suspirar.

— Você que é fascinante, meu amor! — meu coração se aquece de felicidade, mas não digo nada, como resposta ao seu elogio, apenas recosto-me em seu peito e continuo contemplando o nascer do sol.

A dez anos atrás, decidi dar continuidade a minha vida que havia sido interrompia pela maldade humana. O primeiro passo que dei foi aproveitar a minha família como ela merece, sendo presente ao invés de apenas existir ao redor deles. Abracei os meus pais e meu irmão o quanto pude, resisti qualquer medo que tentasse se colocar entre nós.

O segundo passo foi aceitar o pedido de casamento de Eduardo, e nos casar dois meses depois, esse rapaz chegou para dar um novo sentido a minha vida, e deu.

O terceiro passo foi vencer o medo de estudar, hoje sou engenheira agrônoma e junto com o meu marido, trabalhamos em nossa própria fazenda. Construindo nosso futuro e evoluindo.

— Em que está pensando? — Eduardo pergunta, me tirando do transe.

Viro-me para ele, com um sorriso no rosto.

— Em como sou feliz por ter você. — imediatamente ganho um sorriso de volta, seguido de um beijo apaixonado.

Pode passar o tempo que for, sinto que sempre iremos conservar essa nossa paixão.

— Preciso ir para a lida. — ele fala, com a testa colada na minha.

— Preciso preparar café para os nossos pequenos. — ele ri.

— Você nunca vai querer uma empregada mesmo, né?

— Gosto de eu mesma cuidar de vocês, não sinto que precisamos de empregados. — colo meus lábios nos seus, como sempre, para que a discussão não venha a render.

Eu e Eduardo temos três filhos, o Ryan, com sete anos. A Patrícia, com cinco e o Pablo, com dois. Apesar de termos uma casa grande e todos os dois trabalhar, me recusei a contratar qualquer tipo de empregados para a nossa casa, não consigo imaginar a ideia de algo, um dia, acontecer com qualquer um deles.

Faço tudo pelos meus pequenos, sempre que preciso ir a cidade e não posso levá-los, deixo com a minha mãe, que por sinal, os adora.

Despeço do meu marido com um selinho e sigo de volta para casa, com meu cachorro no meu encalço.

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