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Às vezes eu acreditava que o universo, ou qualquer entidade que controlava todas as coisas, não queria o meu bem. Podia ser um palpite muito egocêntrico da minha parte, pensar que se houvesse um Deus, ele estava pessoalmente querendo me derrubar, mas às vezes realmente parecia. E eu tenho razões para acreditar nisso, razões fortíssimas. Por exemplo, o que está acontecendo agora, neste momento. Eu não podia crer nas palavras proferidas por minha mãe, depois de tudo que eu havia lhe dito sobre aquele alfa, porque eu sim, havia deixado claro meu descontentamento com sua presença muito clara logo após o baile.

Veja bem, dois dias depois após a comemoração, eu estava finalmente livre para não pensar em casamento por alguns meses, até minha querida mãe arranjar algum outro baile para nos enfiar. Mas ela parecia muito contente comigo nos últimos dias, provavelmente por me ver dançando com aquele alfa sem fazer uma expressão de que preferia estar em qualquer outro lugar além daquele. Como prometido, eu havia tentado em meus termos, normalmente, fugiria daquele alfa, mas estava até pensando em mandar-lhe aquela carta, não por estar interessada em casar com ele, mas porque realmente gostei de conversar sobre um de meus hobbies favoritos consigo.

As coisas estavam boas. Pareciam só melhorar quando Rosalya entrou no meu quarto desde a noite do baile para falar sobre Leigh e como eles realmente haviam caído nas graças um do outro. Nunca havia visto minha irmã daquela forma, falando muito encantada de um alfa, estava muito feliz por ela finalmente achar alguém que poderia durar mais que uma semana e porque eu realmente adorava ver minha irmã contente com a vida. E Rosalya ficava tão mais animada quando estava gostando de alguém. Eu só pude ficar animada com o futuro dos dois, mesmo que eu provavelmente teria que ver aquele alfa novamente, se fosse apenas no casamento dos dois, já estaria de bom tamanho. 

Com tudo voltando ao normal sem aquela bagunça que era a organização da festa, aproveitei esses dois dias para visitar Luna. Mas não visitei mais o lago como de costume, com o inverno chegando e com a possibilidade daquele alfa estar lá, eu resolvi evitar minhas chances de coisas desagradáveis acontecerem, afinal, as coisas estavam voltando ao seus rumos. Mesmo que eu ainda tivesse muitas perguntas sobre aquele alfa, provavelmente ficaria a vida sem saber, sua personalidade estragava o mínimo de interesse que eu tinha por ele. Que era estritamente por querer saber sobre a casta dos lúpus, mesmo assim, não valia a pena.

Acabei conversando com Castiel algumas vezes, ele me perguntou sobre o baile e eu fui breve em minha descrição sobre a festa, com raiva do alfa platinado a ponto de não achar que ele merecia uma menção e também com um pouco de vergonha de confessar a ele que eu havia dançando com Armin. E se eu não estivesse completamente maluca, ele também não parecia interessado em saber. Fiquei pensando o quanto aquele alfa me afetou, já que fiquei tentando decifrar as emoções de Castiel o tempo todo de nossa conversa, mas nada, eu não sentia nada vindo dele, não como aquele alfa.

Apenas me resultou em um Castiel me olhando estranho e rindo de minha careta, provavelmente estava o encarando demais enquanto falava.

Mas não me importava muito com isso quando olhando para o todo, o importante era que estava voltando a minha rotina, a qual eu gostava muito. Mas então, no jantar de ontem, minha mãe anunciou que os Ainsworth vinham para o almoço no dia seguinte, para aproveitar que ainda estavam aqui Rosalya parecia imensamente empolgada e minha mãe parecia contente, mas eu gostaria de simplesmente poder sumir naquele momento. Mas, respirei fundo e pensei que tudo bem, pois eu poderia apenas almoçar o mais rápido possível e correr daquela situação para a ala mais longe de minha casa. Provavelmente para Luna ou Lizzie, lamentar minhas mágoas. Esse, pelo menos, era meu plano.

Então, minha querida mãe, durante o almoço sugeriu um passeio pela região para que, em suas palavras "pudéssemos nos conhecer melhor" e eu achei a ideia simplesmente terrível. O duque mais novo ainda tinha aquela aura opressora sobre si. Eu não gostaria de ficar perto de si, meu ômega se remexia um pouco ansioso. Ele parecia não concordar comigo sobre aquele passeio e eu o achei um traidor dos maiores. E eu estava pronta para fugir, mas quando observei a forma que minha irmã e o duque mais velho se olhavam, entendi de onde Lysandre estava vindo e resolvi ceder àquele passeio amaldiçoado com aquele alfa que me deixava extremamente desconfortável.

Pure《ABO/Lysandre • Concluída》Onde histórias criam vida. Descubra agora