Pure《ABO/Lysandre • Concluída》

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Duas semanas passam tão rápido. Eu pisquei e estávamos a dois dias do casamento. E eu não poderia estar mais ansiosa para tudo aquilo acabar, só Deus sabe como minha mãe fica uma pilha de nervos quanto mais a festa se aproxima. Claro, eu não estava ansiosa com a cerimônia, porque não me importava, nem mesmo depois de ouvir que o imperador e seu filho, o herdeiro irão comparecer, o que justifica a situação da minha mãe, mas não deixa de ser irritante. 

E para melhorar, eu realmente percebi como eu odiava esse tipo de festa.

Se eu estivesse me casando por amor, preferiria que fosse algo entre apenas as pessoas que eu considero, as únicas que realmente importavam, que deveriam presenciar meu matrimônio. Mesmo que eu amasse o duque, não iria gostar desta festa. E nessa realidade que eu não o amo, as coisas ficam dez vezes pior. O desconforto, a vergonha e o nervosismo eram absolutamente quem eu era agora. E algum ponto nesses dias, a visita do imperador também começou a me afetar, pensando que ele poderia descobrir nossa farsa ou algo do tipo. Isso me tirou o sono alguns dias e quando saia com a Luna, não conseguia parar de pensar nas coisas que dariam errado, mesmo assim, não conseguia falar com Lysandre sobre. 

Não conseguia me abrir com ele, mesmo que eu tivesse tentado em uma de nossas tardes em silêncio na biblioteca. Em minha defesa, ele também parecia querer dizer coisas, mas não o fazia, criando aquele clima estranho entre nós.

Não ajudava que eu só tivesse ido em apenas um casamento em minha vida, de uma prima que estava se casando com um lorde de terras próximas. A cerimônia era bem mais simples do que minha mãe tinha planejado — ainda mais com a questão do imperador  —, mas as tradições eram as mesmas. Após a cerimônia onde eles se aceitam e trocam alianças, os dois então iriam para uma cabine onde o alfa marcava o ômega e vice-versa, unindo suas almas para todo sempre. Foi quando minha mãe disse que depois que ambos tivessem marcados, não poderiam mais ficar longe um do outro.

Minha prima segredou-me que a marca doía bastante, mas que estava feliz porque foi um momento de intimidade entre seu marido e ela. Que no fim, ela gostou de marcá-lo também, pertenciam um ao outro e isso era o que sempre quis. Mas aí vinha outra fonte de minha ansiedade, a marca que Lysandre deveria fazer em mim e a marca que eu deveria fazer nele. Nós não somos como os outros ômegas e alfas, não saberia como poderia ser. Mas a ideia de pertencer a ele para sempre me assustava como nunca.

Nunca quis pertencer a ninguém daquela forma, não era uma coisa que eu só poderia aceitar assim. Nem a Castiel, a quem dei meu coração. Mesmo que eu fosse marcá-lo também, não sentia que era a mesma coisa, de certa forma eu sentia que ele tinha sempre uma vantagem neste tipo de situações por ser um alfa e era difícil não ficar irritada com ele, mesmo que eu entendesse que não necessariamente era sua culpa. Apenas parecia errado, principalmente por isso, mas porque eu também não o amava.

O outro agravante era justamente o que vinha depois de sua marca. Além de ter que me mudar, tive uma conversa muito vergonhosa com a minha mãe dois dias atrás. Ela chamou Rosalya e a mim para uma conversa na biblioteca e falou sobre o que aconteceria depois que a marca ocorresse. Bom, normalmente ômegas tem cios de seis em seis meses após completar a maturidade sexual — eu sabia disso por causa de minhas inúmeras pesquisas, mas mesmo assim ela nos explicou — e quando eu percebi sobre o quê era a conversa, quis sair correndo. Minha mãe estava falando sobre nossos cios.

Rosalya e eu nunca tivemos cios, apesar de completar a maturidade sexual há algum tempo, mas isso era porque éramos ômegas lúpus e só tínhamos certeza de nosso instinto de reprodução depois que fossemos marcadas, ou seja, depois da marca, estávamos em uma cronômetro para quando fosse acontecer. Rosalya estava envergonhada, mas não parecia se importar com a informação, já eu, havia entrado em desespero. Simplesmente não conseguia conceber a ideia de entregar-me dessa forma a ninguém, principalmente ao duque platinado.