Pure《ABO/Lysandre • Concluída》

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— Você já está pronta para me contar o que está acontecendo? — Rosalya disse, parecendo agitada. Virei para ela e suspirei, sendo sincera. Ela pareceu frustrada e eu entendia, havia chegado em um estado deplorável a sua casa. E nada havia melhorado desde então, era impressionante.

Minha marca ardia, provavelmente pela distância de Lysandre, o quão mais irônico isso fosse. Coloquei minha mão por cima, sentindo o mau humor me alcançar apenas por lembrar que eu ainda estava presa a ele daquela maneira. Não sabia nem como eu poderia o encarar depois do que aconteceu. Estava com tanta raiva, tão magoada.
E também, como eu iria comentar esse assunto, justamente com a minha irmã? Era como uma grande ironia.

— Eu realmente não quero tocar nesse assunto — larguei o livro na mesa, me espreguiçando um pouco. Não estava com cabeça para ler e sabia que minha irmã não estava mais com cabeça para ficar em silêncio. Entendia o lado dela, na verdade.

— Não estou reclamando de tê-la aqui, Lia, você sabe disso, pode ficar o quanto desejar — disse de forma carinhosa. Sorri um pouco em sua direção — mas quando você quiser me contar, talvez eu possa ajudar com algo — pontuou e eu assenti, não querendo entrar muito naquele assunto.

— Preciso de um tempo para esvaziar a cabeça. Você vai ser a primeira a saber — dei a certeza que podia ficar tranquila. Mesmo que não tivesse certeza que ela gostaria de ouvir sobre isso, talvez fosse muito próximo de seus problemas. Agora, tinha certeza que realmente era algo sobre família.

Mas eu sabia que se a situação fosse inversa, eu não conseguiria ficar tranquila até que ela me contasse o que a afligia, Rosalya era basicamente meu bebê nessas coisas, eu sentia que deveria cuidar dela. Mas eu realmente nem conseguia parar para pensar sobre aquele assunto sem ter vontade de chorar ou algo assim, meu coração doía bastante e parecia que me faltava um pouco de ar, apenas de estar longe dele daquela maneira. Era uma sensação horrível que dava uma sensação ainda pior na boca, então não tinha cabeça para contar aquela história de uma maneira que não fosse expor nossa farsa, por isso, não conseguia contar.

Se Lysandre e eu tivéssemos nos casado em circunstâncias normais, isso não seria um problema. Mas talvez não estivéssemos nessa situação também, talvez ele me contasse as coisas e confiasse mais em mim, eu só conseguia ficar agoniada pensando nos “e se” daquela situação, mesmo assim, acho que nada era desculpa para o jeito que ele falou comigo. Suspirei apenas de pensar naquela conversa.
Naturalmente saí correndo para minha irmã, sentia que não tinha mais onde ir e aquela não parecia minha casa depois da nossa conversa. Estava tudo muito nublado em minha cabeça.

— Podemos falar sobre outra coisa ou você gostaria de meu apoio e amor silencioso? — ela comentou, em um tom humorado. Ri um pouco e então voltei a olhar para meu livro, balançando a cabeça. Sabia que não poderia voltar a me concentrar e era tortura para minha irmã ler de forma silenciosa, apenas se o livro tivesse algumas anotações de sua irmã incrível.

— Talvez nós pudéssemos fazer alguma de suas atividades, sabe, enquanto conversamos — virei minha cabeça em sua direção e ela sorriu de forma torta, me deixando intrigada.

— Você não vai gostar, mas nesse momento da tarde eu estaria pintando — se encolheu, esperando a minha pior reação. Coloquei a minha cabeça para o lado, pensando sobre o assunto. Não parecia tão mal, então apenas sorri em sua direção — nós poderíamos pintar juntas, sabe, como nos velhos tempos — se empolgou.

— Você quis dizer que você vai pintar e eu vou simplesmente encarar, sendo completamente humilhada por suas habilidades? — ironizei e ela riu, se levantando. A segui para fora de sua biblioteca e em direção ao corredor.