Pure《ABO/Lysandre • Concluída》

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Eu simplesmente não sabia quando ele havia chegado ali, mas agora, não parecia conseguir parar de perceber sua presença. O duque estava sentado ao meu lado e eu como eu não percebi?

Depois do almoço, o qual nem trocamos palavras, eu vim até a biblioteca explorar se tinha mais alguma coisa que pudesse aprender sobre nossa situação. Acabei achando alguns livros que não tinha em casa, eram bem raros então eu estava deveras empolgada, era uma grande entusiasta desse tipo de livros, quase como uma relíquia com conhecimentos tão antigos. Claro, nem todos devem ser levados ao pé da letra, os mais novos geralmente tinham informações mais precisas, mas os livros antigos e raros como este tinham um charme muito rudimentar e dava sim para aprender coisas novas em livros antigos.

Bom, acho que acabei me empolgando, porque quando dei um tempo de leitura, duas horas depois, desci da mesa do segundo andar, buscando a cadeira que estava perto da janela, para não cansar tanto meus olhos e ele estava lá. Perto de uma grande janela, havia duas cadeiras, um sofá mais para frente e um grande tapete, quase como uma sala de estar na biblioteca. Eu gostava muito da decoração de sua casa, era de muito bom gosto, mas simplesmente estava totalmente envergonhada em ter Lysandre por perto. Eu definitivamente me empolgava lendo e falava sozinha algumas vezes, como tomar notas mentais, me ajudava falar em voz alta, me perguntava se ele havia ouvido.

Desci as escadas até o final e então ele levantou os olhos para mim, com uma expressão neutra em seu rosto. Achei que ele voltaria para seu livro, mantendo o silêncio do almoço e do jantar, como nos últimos três dias. Fazia quase três dias inteiros que não tínhamos uma conversa, era uma tragédia, meu casamento era uma tragédia.

— Descobriu alguma coisa nova? — comentou, me deixando sem jeito. Me sentei na cadeira ao seu lado, estávamos afastados, mas mais próximos do que quando estávamos jantando ou almoçando, que era quando nos víamos.

Lysandre tinha um cheiro muito agradável e misturado com o meu, mesmo que um pouco fraco, ainda era muito bom. Eu sempre me esquecia disso pelo clima esmagador de desconforto que sempre estávamos um em volta do outro. Mas ele mais próximo, ficava um pouco mais calma por causa de seu cheiro. Isso era completamente novo, eu não entendia direito, mas era agradável. Uma coisa agradável, para variar.

— Hm, apenas informações diferentes para o que já sabíamos — disse e então ele colocou o seu livro no colo fechado após marcar, indicando que estava prestando atenção em mim, o que me deixou sem jeito — Alguns antigos acreditavam que quando lúpus marcavam um ao outro, eles poderiam ler a mente de seu parceiro — Lysandre fez um barulho, impressionado — mas no livro mais novo que eu li dizia uma coisa totalmente diferente, então não tem como saber. Mas em vários deles dizem como nós vamos poder apenas controlar melhor as sensações um do outro e essa espécie de recepção que temos — disse, me empolgando um pouco, era um assunto muito interessante para mim — basicamente, vamos sentir com mais intensidade as emoções um do outro, mas vamos conseguir controlar melhor, é quase como uma telepatia, então entendo de onde esse mito pode ter surgido.

— É interessante — disse, ainda com uma expressão neutra — o que mais descobriu? Disse que eram informações novas sobre coisas que já sabíamos — explicou. Fiquei nervosa, era raro ele me dar toda sua atenção, sempre parecia estar em outro lugar em nossas conversas dos últimos dias, nossas raras conversas.

— Nada demais, além disso — estava frustrada, não poderia mentir.

—Entendo, sinto muito — hesitou e sabia que ele queria dizer alguma coisa, então o encarei — Liana, amanhã eu precisarei viajar a negócios e qualquer coisa que você precisar, Gerald estará ao seu dispor — disse, chamando minha atenção, mas apenas assenti, não me sentia mais com vontade de conversar com ele e voltei a prestar atenção em meu livro, apesar de estar com várias curiosidades em minha cabeça.