Acordei em um pulo na cama, a dor não demorou a me atingir assim que meu cérebro estava consciente. E foram segundos para que eu levasse a mão até o local onde Lysandre tinha me mordido. Coloquei a mão com cuidado sob o local que latejava e me atingia com uma dor até a ponta de meus pés, não entendia de onde isso estava vindo, doía como o inferno. Olhei para o lado para onde meu marido se encontrava noite passada para ver se ele não tinha acordado em minha movimentação súbita, mas arregalei os olhos quando meu processei que o outro lado daquela enorme cama estava vazio.
Meu coração se apertou um pouco e o ar me faltou por alguns segundos enquanto meu cérebro processava aquele acontecimento. Não era a primeira vez que acordava e Lysandre não estava ali, mas depois do que tinha acontecido ontem, não importava o que fosse, achava que ele pelo menos falaria comigo pela manhã. Novamente, ele fugiu de mim. Era completamente bobo o fato de que eu estava magoada com aquilo, quer dizer, esperava pelo menos um pouco de cortesia de sua parte, mesmo assim, sua resposta estava bem clara.
Não pude deixar de sentir um pouco de vergonha de minhas atitudes e nem poderia culpar o vinho tanto assim, não havia bebido tanto. Milhares de possibilidades passavam por minha cabeça sobre o significado daquele sumiço, algo que fosse suficiente para acalmar a ansiedade e vergonha que havia me atingido. O pior de tudo era que a minha marca estava ardendo demais, não conseguia pensar em nada corretamente. Era isso que Lysandre havia passado quando eu o marquei e escolhi dormir no quarto ao lado? Se sim, por que ele saiu, sabendo que era horroroso dessa maneira? Meu cérebro tinha dificuldades de entender suas ações. No fim, me levantei rapidamente quando a vontade súbita de chorar me atingiu, chorar já era demais.
Suspirei enquanto passava minha mão pela marca, tentando acalmar aquela ardência. O meu dia mal havia começado e já estava arruinado, era um recorde. Acho que tudo fica pior quando penso que minha marca só pararia de dor quando visse meu marido, o que em minha mente estava fora de cogitação no momento. Ao mesmo tempo que queria lhe dar o benefício da dúvida, pensando que ele poderia ter um motivo para sair, a situação parecia um pouco familiar demais para mim. Minhas emoções não lhe dariam esse benefício agora, tinha certeza.
Antes que pudesse me lamentar um pouco mais, alguém bateu na porta. Por alguns segundos, meu coração quase pulou no peito para pensar que seria Gerald para avisar que Lysandre tinha ido em uma viagem de três meses ou algo assim, mas logo me acalmei, balançando a cabeça com essa insegurança que apenas invadiu minha mente. Sabia que era Elizabeth, ela sempre vinha me acordar pela manhã para o meu banho, geralmente era a hora que Lysandre ia embora também, para se trocar e começar seu dia. Suspirei novamente pensando sobre meu marido.
Derrotada, fui abrir a porta para Elizabeth, tentando superar a tontura que era me mover naquele momento. Era como se agulhas me penetrassem a todo passo, apenas pelo fato de Lysandre não estar por perto. Bendita ideia que foi concordar com ele sobre a marca, bendita ideia foi querer que ele me marcasse. Odiava toda aquela história no momento.
Enquanto entrava, pude ver sua expressão curiosa, provavelmente por causa da marca e da completa derrota em meu rosto, tinha certeza que mais por causa do meu rosto, ela era muito observadora. Apenas neguei com a cabeça e a segui em direção ao banheiro. Elizabeth rapidamente começou a preparar meu banho e eu me despi rapidamente, entrando na água que fez com que eu me sentisse um pouco melhor daquela dor do inferno que habitava em meu pescoço.
— Talvez seja uma boa ideia você deixar outras empregadas lhe banharem — Elizabeth comentou enquanto esfregava gentilmente meu cabelo. Não consegui decifrar seu tom e ergui as sobrancelhas, não sabendo onde ela queria chegar com o assunto — agora que está marcada, talvez seja hora de se comunicar melhor para as pessoas que trabalham para você. Sei que decidiu ficar e lutar por isso — explicou. Me encolhi e abracei meus joelhos, pensando sobre o que ela havia dito.
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Pure《ABO/Lysandre • Concluída》
Fanfic{Concluída} Liana Henderson é uma ômega lúpus nascida em uma família de um lorde feudal. Ela não deseja nada além de liberdade e poder aproveitar seus hobbies, além de ter uma boa vida ao lado de sua irmã, Rosalya Henderson, também uma ômega lúpus...