capítulo 28

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Molly estava em silêncio observando o barrulho da chuva que se iniciava no final da tarde. Logo ela teria que dar adeus ao nome de molly, branca, e teria que adotar o seu nome Bob. O nome de um homem. Seu cabelo que já quase alcançava os ombros também seriam cortados outra vez, a única coisa feminina em si seria tirada outra vez. Ela tocou os cabelos curtos avaliando se os cortaria ou não.

Sem querer, acabou entrando em um transe ao ver a chuva pela janela. Refletia sobre as palavras de Sebastian, sobre uma possível guerra, sobre alguém ter que ocupar o trono.

A vaga ideia de que ela era a pessoa a quem esse cargo competia, causava-lhe um tremo sombrio. E se não fosse uma boa rainha? Aliás, e se ela não quisesse ser rainha?!

A porta se bateu com força a fazendo olhar rapidamente para trás, o homem de olhos frios entrava na casa, estava molhado. Ela suspirou voltando a olhar a chuva pela janela, nada foi dito pelo resto da tarde. A bem verdade era que nada era dito a muito tempo entre ambos. As poucas palavras que saiam de um para o outro, não passavam de formalidades.

Apesar da chuva, o sol ainda iluminava lá fora, molly caminhou até a porta da frente e a abriu, as gotas de água batia na terra seca deixando um cheiro que ela se lembraria para sempre. Um cheiro de terra molhada, cheiro de paz, um cheiro de lar.

Não havia motivos para Sebastian não observar a moça vestida como um homem observando a chuva. Ele havia sido frio com ela, e não esperava um tratamento igual, mas podia aguentar aquilo.

Ele se virou para o quarto quando sua voz suave o parou.

- um dia...- ela exsitava em falar. - quando eu sentir saudades de casa... Posso vir aqui? -

Ele piscou. Seu coração quase saia pela boca, apenas seguiu caminho para seus aposentos.

(...)

Basth não era muito de conversas durante seu ritual noturno. Todas as noites, sentava próximo a lareira e limpava com cuidado suas botas, era habilidoso com isso, e muitas vezes se demorava horas no processo. Não que fosse de muita Valia, afinal no dia seguinte as sujava outra vez com lama ou grama fresca, talvez fosse mais por hábito do que por capricho.

Ela o assistia sem muita emoção, vez ou outra se pegava mordendo os lábios pensativa, mas logo se retirava, seria isso ou destruir sua boca com mordidas. Nesse dia em Específico, ela sentia uma enorme necessidade de enfrentamento.

Uma chuva forte ainda castigava a casa, e podia ouvir como os galhos das árvores próximas se debatiam contra a pedra firme. Molly titubeou. - podemos conversar?-

Ela havia quebrado um ciclo, e nem mesmo havia dado conta disso. Basth ergueu os olhos sentindo que nada de bom viria dali, assentiu e voltou a limpar sua bota.

Molly suspirou. - porque está me empurrando para seu irmão? -

As palavras foram como uma espada em seu peito, e por mais que o sangue jorrasse, ele piscou calmamente - não sei do que estava falando...-

Seus olhos acompanhavam o espanto no rosto da pequena senhorita. - não sabe?! Muito bem, falo do fato de que... Não se aproxima de mim, e quando faz...- viu seu rosto corar, ela era de fato uma criança. - fica dizendo em como minha idade ou jeito será melhor com o humor de tristan...-

O homem negou - e eu disse mentiras?-

Ela rosnou - é só que eu não quero o tristan. -

Um raio cruzou os céus causando um estrondo em toda a região. Sebastian travou seus membros tentando raciocinar o que aquela pequena criatura estava querendo dizer. Por um segundo seus olhos se cruzaram e ficaram ali por muito tempo, ela nem mesmo havia dado conta do que acabará de falar. O frio percorria a coluna do homem mais velho e tudo o que se permitiu dizer foi - o que? -

Molly engoliu em seco. Tinha as mãos torcidas próximas ao ventre, e apensar de parecer um tomate, repetiu. - eu... Eu disse que não é o tristan quem eu quero...- dessa vez tinha uma voz suave. - não suporto Você me desprezando assim... - basth não falou uma palavra sequer. Em seu coração, ele sabia que aquele seria o momento mais difícil de grande parte da sua vida, ele pôs o calçado, se ergueu ainda em silêncio e caminhou rumo a porta. Molly assistia tudo com o ar faltando em seu peito, afinal, ele a ignorava outra vez. Lágrimas tomaram seu rosto. - Bruno... - o chamou fazendo-o parar onde estava.

Ninguém o chamava de Bruno.

Ninguém exceto sua querida Sofia.

Basth fechou os olhos mantendo a respiração calma. Ergueu uma das mãos ao trinco da porta, apenas um fio o separava de sua total insanidade e desejo.

Sua voz baixa e suave lhe atingiu outra vez. - não vá...-

Foi o que bastou, as mãos se formavam no trinco da porta o fechando ou invés de abril-lo. Seus olhos se voltaram para a jovem senhorita, que torcia as mãos próximas ao ventre, ela era pequena e isso talvez não fosse tão ruim assim. Apenas a luz da lareira iluminava a sala, molly titubeou em suas palavras, e sentiu que elas sumiram.

Ele a consumia como um animal, um animal perigoso.

Seus passos a fizeram tremer, mas não se mexeu. - do que me chamou senhorita? -

Molly piscava incansavelmente enquanto sentia seu peito subir e descer sufocado dentro do vestido apertado. Instintivamente tocou com suavidade em sua nuca, descobrindo o quão quente seu corpo estava. Mordeu os lábios nervosa e isso o fez suspirar, basth com toda a certeza já havia tido muitas experiências com mulheres, depois da morte de Sofia, havia passado um tempo frequentando uma casa de prazeres, onde bebia em demasiado, e fodia com todas que o quisesse.
Ele sabia que ela não tinha consciência do que estava fazendo, não tinha a menor noção do porque seu corpo estava assim, tão pronto para ser tocado. Apenas alguns passos o separavam de uma grande loucura, e isso o consumia.

- olhe pra mim...- sussurrou.

Ela o olhou ainda ofegante.

O fio começava a se puir quase que totalmente partido. Ele prosseguiu - do que me chamou? -

- Bruno...- ofegou

Ele assentiu trêmulo. - entendo. - ponderou. - então... Senhorita Branca snow Cornelius white...- deu mais um passo e isso a fez tremer. - o que exatamente a senhorita quer? -

Molly sentia como se seu peito fosse de fato explodir. Ela teria coragem para falar que o desejava? Que passava horas tentando esquecer o beijo doce que haviam trocado... Que só de estar ao seu lado, sentia o mundo parar? Basth ainda a olhava como um professor olha pra seu aluno, esperando uma resposta decente para a pergunta que foi feita. Ela sorriu o pegando de surpresa, estendeu uma das mãos tocando seu rosto com cuidado. - está quente... Senhor zangado. - sussurrou.

Ele engoliu em seco. - estou...-

Ela se afastou ainda sorrindo de modo gentil. - eu me sinto assim também. - tinha um olhar inocente. Sua mão tocou o próprio peito atraindo seu olhar. - e como...como se o meu coração fosse sair pela boca a qualquer momento.- fechou os olhos apertado a pele exposta. As marcas das unhas machucavam a pele clara, deixando-a rosada no mesmo instante. - seria petulância minha dizer o que eu quero de verdade zangado?-

Ele negou com a cabeça lentamente.

Seu grande idiota, pensou, o que pensa que está fazendo?! É uma criança!

Ele passou a mãos pelo cabelo que teimava em cair sob os olhos. - escute... O que quer que esteja pensando, eu...- suas palavras foram embora e tudo o que pode fazer foi assistir a visão mais erótica e inocente de toda a sua vida.

Ela simplesmente ofegava sob os dedos quanto o olhava fixamente, ele podia ver seus seios se comprimindo na roupa apertada, quase implorando para serem liberados daquele castigo. Momentaneamente, basth a imaginou suada, com as bochechas rosadas, os cabelos soltos enquanto ofegava sob as peles quentes do seu quarto, tinha os dedos sob os lábios, trêmula com aquele mesmo olhar.

Ofegou se segurando aquele maldito fio. - me fala o que você quer... - rosnou. - ou juro branca...eu não vou ter paz essa noite.-

- você.

soprou.

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