capítulo 7

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Branca entrou na casa, tinha a bolsa pesada nas mãos, talvez desse uma olhada nas roupas no fim do dia quando estivesse se banhando, no fundo ela se sentia agradecida por alguém ter lembrado de sua existência. Não confiava na mulher que havia lhe trago roupas, mas algo nela lhe despertava certa afeição.
Depois de bater os tapetes, sua atenção voltou-se para para a sujeira que estava escondida abaixo deles. Havia tanta poeira, tantos lugares cheios de lama e roupas sujas que branca pensava seriamente em se trancar no quarto e fingir ser cega ou talvez um vegetal. - Deus como sujam...- limpou o brilho da testa com a barra da camisa enquanto molhava o chão.

Era um lugar sujo e na maior parte do tempo cheirava a alguma coisa perto de roupa suja e morfo, mas com as janelas abertas a maior parte do dia, o cheiro se dissipada com mais facilidade, não que ele fosse sumi de vez. Pois, após um noite com as janelas fechadas o cheiro voltava, de forma mais sutil, mas ainda estava lá. Branca sabia que logo iria se costumar, e entre trabalhar na casa com 5 homens desconhecidos e ser escrava de ravena presa em um buraco com a constante ameaça de ter o coração arrancado. Ela escolhia os 5 homens estranhos e sujos com facilidade.
Não era um trabalho fácil, mas para ela estava tudo bem, nada mais iria machucá-la outra vez.

...

Na mina, os homens batiam contra as rochas com tanta força que faíscas saiam de suas marretas. Não podia se enxergar muito bem dentro da mina, apenas velas iluminavam o lugar, então se eles se sujavam era por pura infelicidade,  pois na maioria das vezes não enxergavam onde iam. Deniel parou um pouco, ele tinha a testa brilhando de suor e as veias do braço saltadas. Carlos ria enquanto trabalhava - que foi "deni" está cansado? - voltou a cravar sua marreta contra a parede. O ofício de achar diamantes não era algo fácil, e em geral quando conseguiam a pedra era algo pequeno ou talvez fosse apenas algum ouro de tolos. Vez ou outra achavam algum rubi, mas sempre grandes ametistas, o que lhes rendia sacos consideráveis de moedas de ouro, não que o mercado estivesse em uma boa temporada para isso, mas sempre ao fim de cada mês, Deniel ia a outro povoado em um reino vizinho, trocar os diamantes e suas lindas e incomuns ametistas azuladas.

- só estou respirando bebê chorão! - Carlos sentiu um lenço se chocando contra sua cabeça. E respondeu a isso com um sorriso, Tristan também sorriu, ele mau podia esperar pela hora do jantar, estava amando ter uma mulher em casa outra vez. - espero que a garota tenha recebido bem a nossa julia - Carlos deu de ombros.

- bem, ela com certeza deve ter ficado parada feito uma estátua, igual quando ela nos vê chegando em casa, uma completa estátua.- Tristan riu concordando.

- eu não a culpo, tendo o próprio diabo como madrasta...- basth martelou uma última vez, ele parecia mais irritado que o comum.

- voltem ao trabalho, parem de falar sobre aquela coisa! - rosnou.

Deu as costas e voltou a martelar. - ei! Vai com calma maninho, ninguém aqui está defendendo aquela vadia de coroa. - Charles apontou sua faca para basth que martelava contra a parede. - todos nós sabemos que ela mais que ninguém merece morrer... - cuspiu no chão e todos os outros cuspiram também. 

Eles faziam isso todas as vezes em que falavam de ravena. Cuspiam no chão e cessavam o assunto. - muito bem meninas, hora do almoço...- deniel gritou. - vamos ver o que a garota fez para nós...- os homens largaram suas ferramentas e saíram para fora da mina, não ouve muita alardia sobre o que seria o almoço, mas ouve protestos irritantes quando deniel e Tristan lavaram as mãos.

- já estão cedendo as frescuras daquela criatura?! - Charles gritou.

Tristan sorriu - cara, fica na boa! Qual o problema em lavar as mãos? - basth se manteve quieto de mau humor, como sempre.
...

Parte da sujeira já havia ido embora, e branca estava satisfeita com isso. Depois de varrer todo o andar de cima, era a hora de organizar os quartos. As janelas todas abertas iluminavam o lugar, os quartos eram separados, cada um tinha o seu, apenas um havia duas camas, os outros cinco eram separados, e a julgar pela arrumação de cada um ela sabia identificar aquém pertencia cada um deles. O primeiro tinha vários buracos em um lugar da parede, como se alguém houvesse espetado várias e várias vezes algo pontiagudo no mesmo lugar. - Charles - ela sussurrou.  No segundo quarto havia a cama quase não estava desarrumada, mas haviam papéis -inúmeros papéis para ser exata - sobre uma pequena escrivaninha, haviam números,  muitos e muitos números, e várias a notações. Branca suspirou pensativa, em seu pensamento não conseguia pensar em ninguém que passasse as noites em claro.  No terceiro quarto, o caos estava instaurado,  e isso ela já sabia que encontraria, mas não imaginava achar uma caixa com várias facas de todas as formas.  Haviam livros sobre a cômoda também,  mais um vez ela não conseguia distinguir a quem pertencia o espaço. Na quarta porta, havia apenas sujeira comum, e tirando as peculiares manchas coloridas na parede atrás de si, diria que alguém na casa gostava de cores.

A quinta porta estava trancada, e a julgar pela tranca, ela imaginava de quem poderia ser. - o que você esconde, sebastian... - suspirou voltando-se para o andar de baixo. Logo seria noite, e o jantar precisava estar pronto.
...

Os rapazes caminhavam pela floresta, Tristan comentava a todo instante que estava ansioso para comer o jantar. Deniel não dizia nada, e o resto apenas apreciava a paisagem, tudo seguia tranquilo quando Carlos parou no meio do caminho, basth o olhou e ambos ficaram quietos no fim da fila. - sentiu algo? - deniel parou e logo todos estavam quietos no meio da relva escura.

Carlos cerrou os olhos, e tocou com a palma no chão. - cavalos... - basth olhou ao redor - 3, não! 4. - abriu os olhos segurando sua picareta.

- viajantes? - Tristan olhou ao redor.

- paladinos... - deniel sussurrou olhando fixamente para o estandarte que os homens carregavam logo a frente.

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