capitulo 5

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Apesar do sorriso e confusão estampados no rosto de branca, ela não podia se dar ao luxo de se descuidar, ela sabia que ravena estava a sua procura e todo o cuidado seria pouco.

a água no balde não seria suficiente para limpar nem mesmo a sala, havia muita sujeira e com o entardecer e a noite se aproximando branca tinha que se apressar para preparar o jantar. mas dessa vez ela iria usar um certa tática.

os rabanetes e as verduras que cresciam lindas e fortes em um campo próximo a inspirou muito para cozinhar, ela faria sopa. era oque sabia fazer de melhor.

o suor em sua testa brilhava, e o cheiro em seu corpo não era o dos melhores. com um fogo relativamente baixo, poiis havia posto pouca madeira no fogareiro, ela saiu rumo a um pequeno lago perto da casa, se despiu e rapidamente se limpou.

submersa na água cristalina branca observou os pequenos cortes em suas mãos e joelhos. a casa não estava limpa, mas grande parte da sujeira do primeiro andar ja havia indo embora. ela suspirou, estava cansada mas estava livre, livre das paredes sujas e das grades que a cercava dia e noite. por um segundo ela se sentiu finalmente relaxada.

depois do banho a garota percebeu que suas roupas estavam sujas de poeira e lama. as olhou, não tinha outras se não aquelas. e a unica maneira era voltar a vesti-las.

o sol estava forte, porem não haveria tempo suficiente para seca-las, ela se enxugou e vestiu o vestido antes que os homens da casa chegassem.

- estou feliz... suja... - prendeu os cabelos - mas feliz...

o sol ja quase não se via no horizonte, ela sabia que logo eles iriam chegar, branca não pós enfeites ou flores dessa vez, apenas a mesa posta com todos os pratos limpos e os talheres que espelhavam contra a luz das velhas pendidas em dois grandes castiçais a muito esquecidos dentro do armário.

sem ter muito oque fazer, na cozinha, ela se pós a investigar a casa antes que os moradores viessem. haviam tantos livros na estante, as traças e o morfo ja começava a deteriora-los mas ela não iria permitir que isso viesse a acontecer.

havia um livro em especial, ela não sabia ao certo oque ele dizia, mas se bem conseguia se lembrar das letras e de como se lia algo, podia jurar que se tratava de uma estoria infantil. não so pelo nome do livro, mas pelas gravuras que continha nele.

a primeira retratava um garoto aparentemente muito pobre com um animal ao seu lado. em suas lembranças branca se lembrava de qualquer coisa parecida com aquilo.

a porta se abriu a fazendo soltar o livro no chão.

- o dia hoje foi quente, acho que os deuses estão odiando a todos nós.

- cale a boca e entre logo! - tristan sorriu distraidamente para a garota que se matinha quieta perto da estante. - estou cheio de fome.

branca se curvou até o chão pegando o livro, o pós de volta. quando seus olhos se voltaram para a porta Sebastian a olhava sem sentimento algum. aquilo a fez se encolher ainda mais, seus olhos a deixava amedrontada com o que poderia fazer. mas como que para apenas assusta-la seu olhar desviou-se e logo ele e os outros estavam na cozinha.

ela respirou profundamente.

[...]

a principio todos se irritaram com a pequena bacia cheia de água que ela havia deixado ao lado da mesa, mas ela havia notado a cor escura da água. alguém havia lavado as mãos, isso era um bom começo.

ela sorriu levemente, branca sabia que aos poucos as mudanças aconteceriam. estava feliz por isso.

ela serviu a sopa e viu todos quase se debruçarem sobre a mesa. deniel examinava as taças de vidro cristalino, parecia admirado com a cor translucida da peça.

ela sorriu levemente satisfeita. sua satisfação ainda não estava completa, ela ainda não havia recebido quais quer elogio ou reclamação sobre a comida.

carlos limpou a boca com o punho da camisa, seu olhar era alguém que estava mais do que satisfeito com uma refeição. - é... alva... parece que você não é tão inútil afinal. - um som de tapa foi desferido no ar, branca ergueu os olhos para olhar, mas tudo oque viu foi o olhar em negativa de deniel para carlos.

- obrigado. - voltou para a cozinha.

na mesa todos os 5 irmão comiam e se fartavam como crianças esfomeadas já a muito tempo. carlos, deniel, tristan, basth e charles. faziam muito tempo desde que não comiam algo tão gostoso, geralmente quem fazia a comida era tristan, mas o talento para misturas quimicas não era o mesmo para temperos.

- está muito boa! - um dos irmãos se fartou. - foi um otimo negocio deixar ela ficar... vocês viram a sala, estava quase toda limpa!

- espero que ravena não a encontre nunca! - tristan comentou.

basth olhava as mãos sujas pousadas em seu colo, ele não iria ceder as manias frescas de limpesa que as mulheres tinham, isso não!. mas, de certa forma, se sentiu um pouco encomodado por ter que tocar nos cristais tão limpos com as mãos sujas de carvão. ele sabia reconhecer um trabalho bem feito quando via um.

comeu em silencio e quieto em seu lugar.

branca se sentou junto a mesa, ela sorria ao ver todos aqueles homens se lambuzando com sua sopa. estava satisfeita consigo mesma. então ela ergueu o braço e tentou alcançar a concha dentro da sopa, e sem notar desnudou a manga do vestido revelando parte do seu pulso, basth o analisou com cuidado, e sem ela notar oque ele via inconscientemente tocou em uma das cicatrizes já antigas.

ela largou a concha derramando o caldo quente pela mesa, o barrulho aguçou a curiosidade de todos, ela se encolheu escondendo o braço. seu olhar era fixo no olhar questionador do homem a poucos metros dela. seus dedos seguravam o pulso levemente pressionado pelo homem bruto e grosseiro.

ela o olhou, recuou e subiu para seu quarto. deixando todos, inclusive sebastian com um ponto de interrogação sobre a cabeça.

- que porra foi essa...- carlos meio que riu.

basth cerrou os olhos - eu não sei... mas vou descobrir.

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