- como estão os músculos? - Sebastian a questionava risonho, ela gemeu o olhando.
- doem. - sacudiu a cabeça e riu sentando ao seu lado no chão.
Ele suspirou, aos olhos da menina, ele estava mais leve que o normal. - onde dói? - branca piscou confusa.
Seus olhos desviaram para o chão. - eu não fiz os movimentos errados, se é o que está pensando...- sebastian riu alto.
A garota não compreendia o porque da mudança de humor tão repentina do homem de olhos verdes.- não estou acusando você de nada. Vamos, me diga. Onde dói? - em segundos, ela sentiu aquela mão áspera acariciando as costas magras e tensas que havia adquirido ao longo do tempo.
Branca se afastou o olhando. Sebastian se repreendeu - desculpe... eu não...- clareou a garganta e voltou a seu silêncio habitual.
Afinal o que estava pensando? Que depois de um dia de treino, os dois se tornariam amigos íntimos?
Mesmo sentindo medo, e corando violentamente, á menina abriu três dos botões do vestido, trazendo de volta a atenção do homem. Se sentou ao seu lado, ficando de costas, e implorou aos céus que ele não se afasta-se - não precisa fazer isso garota.- o homem frio havia voltado.
Branca reuniu coragem suficiente para derrubar um gigante. - me assustou.. só isso. - relaxou os ombros. - mas se quer saber onde dói.. - tocou em um dos músculos - aqui.
Sebastian desejava tocar sua pele, desejava desesperadamente. Mas, e quanto a ela?
Ele ergueu o vestido fechando os três botões.- faça o movimento de maneira correta, e seu músculo não irá doer tanto.
- basth.- ela o chamou calma.- o que foi àquilo?...- suas costas se mantinham eretas.
Ele levou o chá aos lábios. - temos coisas mais preocupantes para tratarmos.
- pra mim foi preocupante o que aconteceu.- sussurrava sem coragem alguma. - por que tocou meus lábios com os seus? E por que eu quero outra vez? - se virou o olhando.
E foi naquele momento.
Naquele exato momento em que ele tinha de tomar uma decisão, a de beijar ela outra vez e mandar tudo e todos ao inferno, ou, a de impor limites bem claros entre os dois, deixando fixa a ideia de que ela era uma menina... uma princesa, e ele... um homem mais velho, um minerador. Os olhos castos e escuros da pequena mulher a sua frente imploravam por mais, por muito mais.
- olha garota..- começou cauteloso - eu não sou o que você pensa...
Ela piscou - e o que eu penso?
Sebastian sussurrou sério - isso precisa parar...- falava a si próprio. Ele a olhou fixamente - escute.. aquilo, foi um erro..
- não parecia um erro. - ela se aproximou, tinha medo que ele a feri-se, mas não o fez.
Sebastian era um homem vivido, em breve teria 30 anos. O que poderia oferecer a alguém que o leite ainda era fresco nos lábios? Sua Sofia era uma alma gentil, e havia sido o grande amor de sua vida. E era assim que sua história terminava, sozinho. Branca se aproximou, perdida em sentimentos estranhos. Ele segurou seu rosto, estava confuso e irritado - branca...
- quem é Sofia?
Ele se emudeceu.
Piscou confuso, afinal como ela iria saber o nome, que o próprio havia proibido de mencionar. A garota de traços fáceis e pele alva, agora pouco dourada pelo sol, continuava quieta a sua frente.
- o que disse?...
- molly!
Branca ergueu o rosto, Tristan acenava próximo a ponte. - Tristan? - sussurrou com seu rosto confuso. - o que ele faz aqui? - ela levantou rapidamente e com isso, sentiu uma fisgadas de dor na coxa esquerda. Sebastian a observou caminhar.- como ele nos achou?..
Sebastian suspirava. - vá. - disse de forma fria.
Ergueu-se com o melhor dos sorriso.
- não sabia que ele...
Tentava justificar-se.
O homem negou com gentileza - vá, ele está aqui por você. - branca tocou em sua mão.
- você é um péssimo mentiroso.
sebastian assentiu.
Soltou sua mão e entrou outra vez na casa.
- molly! - o rapaz sorria. A abraçou fortemente, de maneira que a erguia do chão. - estou tão feliz que achei vocês!
A garota piscou. - como nos achou?
Ele sorriu. - Deniel me contou. - ela assentiu pensativa. - ei, calma... não fui seguido. Eu me assegurei.- ela sorriu ainda surpresa. - eu vim.. pelas flores.
- flores?
Tristan a beijou nos lábios rapidamente, a fazendo saltar com o susto. - eu fui rápido demais?! - ela tocou em seus lábios com a ponta dos dedos. - me desculpa.. não queria que fosse assim.
Branca se afastou. Ela definitivamente havia gostado mais dos lábios... céus, o que estava havendo?! - fala do festival? - foi tudo o que conseguiu dizer.
O homem sorriu. - sim! Vamos partir no amanhecer, e voltamos no outro dia.
Molly olhava o chão pensativa. - não sei... sebastian pode não aprovar. - a grande verdade, era que... tudo o que ela mais queria era estar em outro lugar.
- eu falo com ele.- sorriu beijando suas mãos. - vem, vamos!
Apesar de ter 18 anos, e Tristan pouco mais de 23. Branca se sentia mais madura que o rapaz, ele a arrastou para dentro da casa, encontrando sebastian amolando uma faca. O irmão o abraçou e esse gesto fez com que branca se sentisse uma intrusa outra vez, e por mais que todos sempre lhe falassem, você é uma de nós! , não era bem assim que se sentia em boa parte do tempo.
Tristan sorriu, comentava sobre o festival das flores e que aconteceria no dia seguinte, e enquanto falavam sebastian e branca se encaravam vez ou outra, e pareciam partilhar da ideia de que, se havia alguma chance de ter algo entre os dois, não aconteceria naquela noite. O que de certo modo, para basth, ter o garoto ali, era um alívio. Pois, assim se manteria focado em suas obrigações e em sua promessa, de que nunca iria sentir compaixão de um nobre.
- então podemos ir ao baile. - o rapaz falava para a mulher a sua frente, que em seu íntimo não sentia necessidade alguma de ir ver algumas flores ou em dançar. O título de uma princesa não lhe cabia a muito tempo, e a muito tempo, branca já havia decidido trocar uma coroa pela espada. - o que diz?
Ela olhou para os olhos verdes e frios de sebastian. E em um ato desesperado sorriu - eu adoraria. - beijou o rosto de Tristan e se retirou.
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MAIS QUE TUDO NO MUNDO
Romancebranca de neve fugiu do palácio, e encontrou os 7 homens da floresta. agora ela precisa resolver os conflitos com ravena sua madrasta e com seu coração. fadada a conviver no mundo real, a menina não aprenderá apenas como se vive em um mundo real...