capitulo 36

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Era a quinta vez que Daniel sorria naquele mesmo dia, ter Branca, ou melhor, Noa em sua companhia era deveras revigorante. A cada lição aprendida e aplicada ele se sentia mais motivado a continuar.

Basth por outro lado resmungava tanto quando um bode velho preso pelo pescoço em dias de chuva.

As reclamações iam de como a garota andava até os perigos da floresta. De qualquer forma, ao menos poderia saber que ela estava bem e viva.

- está vendo essa pequena arranhadura aqui? - Deniel mostrava uma fissura em uma das pedras de cor translúcida.

Ela se aproximou - sim, parece danificada...- observou a peça e devolveu ao homem ao seu lado.

Ele assentiu - É está, isso acontece quando a ponta da bigorna bate com muita força na rocha. Ela acaba danificando a pedra, e nesses casos isso vira lixo. - Branca refletiu um pouco sobre o processo. - essa pedra em específico, foi o Charles quem danificou, demos sorte. - suspirou observando os homens a sua frente. - era pequena. - sorriu.

- entendi, mas como vou quebrar a rocha sem danificar? Eles.. - apontou - parecem fazer muita força. -

Deniel assentiu. - veja o basth. - cruzou os braços sob o peito. Branca se voltou na mesma direção que os seus olhar iam, e encontrou o segundo mais velho empenhado em remover uma pedra de cor safira. - olhe como ele se move, vê a leveza que ele manuseia a bigorna? É o suficiente para quebrar, mas não danificar. -

Branca observou bem mais do que gostaria.

Sebastian tinha os fios de cabelo caídos sob os olhos, e apesar da escuridão, poderia ver através da luz amarelada dos lampiões como aqueles fios estavam úmidos, como sua testa estava salpicada de terra e seus braços tinham veias tão saltadas que ela temia uma explosão. Ele ofegava, o suficiente para evocar uma sensação estranha, como um formigamento nas pontas dos dedos. - veja como ele se move..- Deniel mostrava de forma concentrada.

Branca desceu os olhos na altura dos joelhos do homem e viu o cuidado com que ele retirava a pedra do tamanho de uma laranja enterrada na mina. Ele suspirou e observou o brilho da mesma, limpou o suor da testa com a manga da camisa e cuspiu no chão fazendo seu pomo subir e descer. - Deniel. - ele a olhou. - quantas pedras são retiradas aqui por dia? -

Ele observou uma pequena anotação no canto da mesa. - ah... Umas 100? - deu de ombros. - nem todas valem algo Noa, e as que valem não tem um comprador. poucas são retiradas com eficácia, muitas danificadas. - suspirou - atualmente, basth e Carlos são os que mais conseguem extrair sem dano algum. -

Branca tinha os olhos fixos no homem a alguns metros. - quantas pedras danificadas basth tirou esse mês que voltamos? - o homem de olhos verdes passou a observar a pequena criatura com cuidado, e notando suas intenções carnais ambos desviaram o olhar outra vez.

- nenhuma, basth e bom nisso. - sorriu levemente e se levantou. - agora que sabe o que procurar, faça um bom trabalho. -

Com calma se afastou da mesa e cruzou o caminho batendo de forma leve no ombro de Charles. Noa observou as pedras e começou a trabalhar.

(...)

A poeira subia na estrada. E com ela os gritos alarmantes de Filipe, em segundos Charles segurava o pulso da garota a arrastando ao fundo da mina, ela olhava aflita por sob o ombro e via que Deniel caminhava apressando até a entrada. A cada passo que dava, Branca tropeçava e se reerguia correndo para o mais profundo que eles já haviam cavado.

- o que está acontecendo?! - perguntou ao ser arrastada.

Charles ofegava, seus olhos eram ágeis. - cale a boca garota, apenas ande. -

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