capítulo 25

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Apesar do frio da noite se chocando em seu rosto e parte do peito, branca era aquecida tanto por matrona como pelo homem atrás de si, que vez ou outra fazia questão de à apertar mais contra si. Naquele momento tanto para um como para o outro, não haviam certezas, não haviam certo e errado, só o que existiam eram duas pessoas com uma necessidade enorme de estar afastados de tudo e todos.
Branca não fazia idéia do lugar onde era levada, mas não deveria ser longe, já que o homem na condução não parecia apressado.

Minutos depois matrona parava, ele a ajudou a descer. Havia um lago, e uma espécie de ponte que não havia conexão com o outro lado, ela o olhou curiosa sob qual a sua funcionalidade, e de prontidão a palavras "pier" surgiu nos lábios de sebastian.
- bem.. eu nunca vi um.

Ele amarrou matrona perto de uma árvore e a levou com gentileza até a pequena ponte inacabada. - ele serve para pescar... ou ficar sentado olhando..- deu de ombros. Um longo silêncio surgiu depois disso, e quando ela pensou em dizer algo sebastian se pronunciou - quando eu tinha uns.. 12 anos. - seus olhos se mantinham focado na água parada.- eu e Deni estávamos brincando de paladinos. Ele me empurrava na água e dizia que esse era meu castigo por roubar o beijo da princesa do reino. Charles ainda era pequeno e não sabia nadar... - suspirou. - acontece que, em uma dessas brincadeiras ele acabou pulando também... eu só percebi isso quando ouvi minha mãe gritar. Nos corremos e pulamos atrás dele, minha mãe gritava e até debaixo da água podíamos ouvir aqueles gritos. Quando o trouxemos para cima, ele cuspiu tanta água que pensei que poderíamos fazer outro lago.- ele sorriu - ganhei meu primeiro olho roxo aquele dia...- o olhei quieta. - naquele dia prometi proteger minha família... Nem que me custasse tudo o que tinha.- os olhos verdes, agora banhados levemente pela lua e nada mais, queimavam a menina ao seu lado. - vou proteger você branca...

- sou sua família?

- sim.- a abraçou sentindo seu cheiro. - você é...

Branca acariciou seu peito com cuidado. E isso o fez suspirar, branca fechou os olhos e ficou ali por alguns segundos. Ela sentia o cheiro de almíscar e cerveja do homem, e por mais que seus dedos tremessem como malucos, ela continuou com aquele leve carinho. Ele levou uma das mãos sob a sua, a pressionando ali. Ela olhou-o serena, e aos poucos seus rostos aproximaram-se um do outro, seus olhos escuros oscilaram entre os lábios macios e cheios de sebastian e aqueles olhos verdes quase totalmente fechados. Então finalmente aconteceu, dessa vez sem brigas, sem motivos errados.

Um beijo calmo, quente e intenso.

Uma das mãos de sebastian inconscientemente desceram a cintura da garota, que arfou entre beijo e outro. Ela sentia uma sensação estranha, como um anseio crescente em seu ser, de que aquele toque... aquela as carícias nunca acabassem, pelo contrário! Branca exigia por mais, e se viu imaginando como seria beijar seu peito, que vez ou outra, ela havia descoberto que continha pelinhos. Sua mão subiu rente a blusa quente que o homem usava, seus dedos abriram um dos botões e da mesma forma que começou, seus beijos acabaram. Ele segurava sua mão, e entre um lufada de ar e outra, sebastian tentava raciocinar direito. Ele poderia deixar que ela continua-se, mas e depois?

Ela era uma menina, e ele...

Branca sorriu o olhando. - obrigado. - ela via medo e confusão em seus olhos, e em um sorriso idiota que brincava em seus lábios, sentiu o homem bruto tremer. - gosto que me toque assim... - o beijou levemente outra vez, o homem ainda estava em choque, ela riu outra vez.

Era oficial.

Sebastian bruno heystins. Estava perdido.

E a culpada era uma garota de 18 anos, boba e provavelmente a causadora de sua ruína.

...

O sol brilhava entre as pálpebras da menina, que dormia nos braços quentes de alguém extremamente mortal. Ela abriu os olhos e observou o rosto sério próximo ao seu, beijou seu queixo com cuidado e voltou a fechar os olhos.

- não está dormindo, não é ? - branca abriu os olhos outra vez pronta para as ameaças que se seguiriam.

Ela se levantou e observou o homem de forma calma, sebastian olhava fixamente para o céu. Em sua mente apenas o vazio se estabelecia, isso é nada mais.

- ei. - ela o olhou. - olha.. podemos fingir que nada aconteceu, que nos os não...

- poderia ficar calada? - ele respirou profundamente. Branca assentiu e com um longo suspiro abraçou seus joelhos. Ele olhou o brilho que o sol fazia ao dançar por entre os fios de cabelo negro da garota a sua frente. Ele não podia culpa-la por estar agindo daquele modo, o que mais podia esperar? Haviam passado a noite trocando beijos e contando histórias sobre suas vidas. Ele levantou e a olhou por um longo tempo, ela continuou no mesmo lugar. Sebastian estava perdido, completamente perdido - ei..- a tocou com cuidado.

- não fique irritado comigo.- seu sussurro o fez sorrir. Um sorriso real, cheio de dentes e com aquela covinha no canto da boca que aparentemente todos daquela família tinha. A luz do sol banhava a pele branca do pescoço da garota ao seu lado, e ele se pegava sorrindo cada vez mais que notava algum detalhe nela. - tudo bem, está me assustando basth.

Ele a abraçou sentindo seu cheiro. - há.. molly. - descansou em seu ombro - o que eu vou fazer com você? - ela o olhava receosa.- não somos crianças passarinho, e não sei se posso fingir que noite passada não aconteceu.

O rosto sereno se avermelhou tornando-se em um misto desespero e euforia. Branca engolia em seco - eu tô grávida?! - por um curto segundo tudo o que sebastian conseguiu fazer foi apenas piscar, e em outro segundo risadas tão altas que até mesmo Ravena poderia ter ouvido escapavam do homem sério. Horror gritava no rosto da menina, como ele podia ter cido tão descuidado?

Era óbvio que ela não tinha nem mesmo a vaga idéia de como um bebê era feito.

- não tem graça! - ela o estapeou no ante braço. Seus dedos voltaram a tocar seus lábios outra vez, e ele observava a preocupação em seu rosto bonito e delicado.- acha que posso estar grávida?

Ele negou ainda rindo.- não passarinho. - a beijou na testa.- vamos ter essa conversa em um outro momento... - ele olhou ao redor - por agora, acho melhor irmos andando.

A garota ainda tocava seus lábios com cuidado.

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