capitulo 3

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Havia um espelho perto da bacia com água e um toalha incrivelmente limpa, perto da janela. branca a muitos anos não se via, nem tampouco se lembrava das sobrancelhas escuras e do nariz pontiagudo que havia herdado da mãe e do pai. 

pela primeira vez em anos, ela sorriu.

[...]

não ouve jantar aquela noite, apenas risadas e murmúrios vindos do andar de baixo, branca podia sentir o frio da noite penetrar pela janela, juntamente com o cheiro do fumo de ervas e tabaco. ela tirou a roupa, e com um pano úmido se limpou da terra e lama da floresta. enquanto limpava, branca via as marcas de cortes dos quais ela mesma havia feito em seus braços, lagrimas ameaçavam cair sempre que as via. 

elas a lembravam de um passado no qual ela não queria recordar, nunca.

depois de limpa, a conversa e o cheiro do fumo já não era tão notório. ela vestiu apenas o vestido branco que ficava por baixo de todas as roupas, e tentou ao máximo se acostumar com uma cama. 

e por mais que ela tentasse, dormir em algo tão macio, era estranho até mesmo para ela. revoltada e cansada, a menina se cobriu e deitou-se no chão. 

enquanto pensava sobre sua nova vida, o sono  e a moleza lhe alcançou, e logo ela dormia tranquilamente.

sebastian, o segundo mais velho, parecia distante no meio da pequena roda de fumo e bebida fermentada, com as mãos cruzadas rente aos joelhos, seu olhar fixo no meio do nada era mais que notório. 

-então princesas, oque faremos com a garota? -tristan o mais novo, ruivo e astuto principalmente quando se tratava em ouvir sons a longa distancia. 

- vamos ver quanto tempo ela aguenta  - charles, olhava fixamente para loureine, sua faca recém afiada.

- oque você acha deniel? -tristan o questionou.

o mais velho tragou - estou cansado, não me façam perguntas...não e basth!...basth?

-oque? -sebastian os olhou.

tristan riu - ta no mundo da lua?

basth arfou - eu vou dormir...

ao subir as escadas sebastian sentiu uma leve curiosidade em saber se a nova moradora estava acomodada, então, abriu lentamente a porta, a vela ainda queimava perto da comoda, iluminando a silhueta pequena e encolhida no chão. basth por um segundo achou curiosa a cena, se perguntava se ela estava bem acomodada no chão do quarto, mas preferiu não a acordar.

e assim, ainda a olhando saiu e fechou a porta atrás de si.

[...]

O barulho de gritos e pratos sendo jogados no chão do andar de baixo era irritante. basth olhou pela janela, o sol havia raiado a muito pouco tempo, não estava no hora de ir trabalhar. olhou ao redor, deniel não estava em sua cama, a raiva rapidamente lhe subiu a cabeça.  já mal humorado desceu as escadas, se deparando com todos os irmãos observando e comentando sobre quanto tempo a garota demoraria para acender o fogão. 

- mas que porra?! - gritou.

um grande e harmonioso 'xxiii!' o surpreendeu. - cala a boca, queremos saber se ganhamos a posta.

- aposta?

se aproximou e viu a menina olhando fixamente para o fogão a lenha, ela não parecia se importar com o falatório muito menos com as apostas. basth pós as mãos no bolso da calça amassada e olhou a cena. 

branca sabia muito bem como acender um fogão como aquele, mas queria ver até que ponto as apostas iriam. uns falavam em 4 diamantes, outros em 7 pedras vermelhas... ao que parece todos tinham muitas riquezas. pelo-menos o suficiente para apostar em tolices como aquela.

quando carlos se pronunciou, afirmando apostar 18 rubis de 2 quilos, branca sorriu. aquele era o lance mais alto, e ele apostava nela, seu sorriso aumentou quando todos apostaram contra. 

delicadamente branca pegou algumas toras de madeira, as pós dentro da pequena porta e com um pouco de técnica acendeu o fogo. 

se virou e sorriu - ah... bom dia. - limpou as mãos, todos a olhavam boquiabertos - vou buscar água... porque essas caras? - riu levemente passando entre eles.

todos estavam quietos e apenas carlos ria e contava vantagem. ela os olhou, satisfeita com o resultado que estava mais que explicito em seus rostos de pura incredulidade.  - mas que....merda! - charles gritou.

branca riu - tenham um bom dia. - enquanto isso basth a olhava serio, ela sorriu e saiu porta a fora com um balde.

naquele dia mais cedo, como de costume levantou cedo para prepara o café, mas dessa vez, não havia lagrimas juntamente com a água do café, apenas sorrisos e suspiros aliviada.

o sol clareava tudo ao redor, enquanto respirava observando a natureza úmida do orvalho da madrugada branca sentia o sol aquecer sua pele. sentia o calor dançar sobre ela, e mesmo com aquela fria correnteza de ar, ela se sentia bem. 

tão bem que temia estar quebrando alguma regra ou lei do reino.

ao voltar para dentro da casa, ouviu a confusão. pratos e copos voavam e tilintavam sobre a mesa, seus olhos cresceram ao ver a sujeira sobre a mesa limpa que havia tido tanto trabalho para organizar. ela se aproximou em silencio, os trogloditas riam e comiam como uns desesperados, a louça recém lavada agora explodia em gordura e migalhas de pão. branca os olhou, queria manda-los se calarem. 

seus olhos passearam lentamente pelo rosto de cada um, e conforme ia fazendo, eles se calavam. fez isso até chegar em sebastian.

olhou para a mesa - oque vocês fizeram?

- não enche garota!

- é não enche!, traga nosso café. - ela sorriu, de forma falsa.

- eu trarei, assim que se lavarem. - piscou lentamente.

charles empurrou a mesa, caminhou rapidamente rumo a menina e pós loureine em sua jugular. - olha aqui vadia, você não manda em mim...

todos se colocaram de pé...

branca sentiu a lamina fria em seu pescoço. 

deniel se levantou - basta charles!

a lamina rapidamente mudou de direção - e quem e você pra dizer oque eu tenho que fazer!?...



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