capítulo 27

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lá fora tristan ainda pisava de maneira brusca olhando a porta da casa fechada, um comichão crescia em seus ouvidos, ele tentava de toda forma afastar o sentimento ruim que sentia dentro de si. teria seu irmão tocado a pequena senhorita? se ele atocou ela teria gostado? porque diabos ela não aceitaria voltar para casa?! já estava lá a mais de um mês, o que eles dois tanto faziam juntos?!

a porta se abriu outra vez tirando tristan de seus devaneios ele olhou para o irmão que caminhava de maneira tensa ao seu encontro. sebastian segurou firme seu machado e entregou outro ao irmão. - vamos, precisamos conversar. - andou a passos firmes rumo a floresta.

- onde ela está? - tristan andava olhando sobre os ombros. - basth onde está minha molly? -

o irmão mais velho piscou, um calafrio correu em suas veias. se sentia um lixo por ter deixado que aquele sentimento chegasse tão longe. - está dormindo, não se preoculpe. -

- entendo. - segurou de maneira firme o machado, o garoto olhou para o cabo velho e gasto, haviam pequenas manchas nele, ele suspirou desviando seus pensamentos para longe de um passado sombrio. um passado onde ele havia transformado seus irmãos em seres assustadores e sujos.

- tristan sei que tem sentimentos pela garota - o irmão mantinha seus olhos fixo no caminho.

ele riu. - Bem,  ela.. me fez sentir coisas basth.. - uma de suas mãos correu pelo cabelos de maneira derrotada. - eu sei que tenho me comportado de maneira idiota.. mas eu realmente gosto dela...-

a cada palavra que tristan proferia naquele caminho, era como uma faca transpassada em seu estomago. o irmão estava se abrindo, dizendo que gostava da garota e ele estava a poucos minutos com a menina sorrindo, enquanto fingia ser um adolecente idiota.

era vergonhoso.

Basth caminhou em silêncio até a margem do rio. O sol já banhava parte dele, e fazia com que a água se tornasse um espelho em sua superfície, de longe ele observava o movimento constante.

- porquê essas merdas acontecem com a gente?-

O homem suspirou, jogando uma pequena pedra formando mais ondulações.

- digo... Que droga basth! Considerei vir aqui e chutar você bem na bunda por um ciúme sem fundamento! - riu de si, e olhou o irmão frio.

Sebastian fechou os olhos escutando o barrulhos do rio logo a sua frente. Mas Tristan não parou, paracia cada vez mais se abrir com o mais velho. E isso, em sua cabeça ao menos, eram muito, muito ruim.

- por você está me contando isso?-

- Ela... Bem, perguntou algo sobre mim? Acha que sente minha falta?...-

Sebastian o olhou de forma calma. Engoliu em seco e tentou sooar o mais tranquilo possível - ela não conversa muito comigo garoto. Além do mais, você está muito afoito, precisa ir com calma... O coração é um assunto muito capcioso. - Tristan assentiu.

Seria melhor assim, a garota ficaria com Tristan e tudo sairia bem. Ninguém iria se machucar.

- ir devagar. - ele considerou. - tá bem, eu vou tentar. -

Basth respirou fundo. - fique conosco por alguns dias, eu preciso que me ajude a estocar madeira. - Tristan sorriu e o irmão mais velho tentou não transparecer como estava destruído.

Eles nem mesmo haviam feito mais que trocar um ou dois beijos, não havia motivos para estar tão mexido com a situação.

Ela era uma princesa, uma mulher jovem... E ele..

- valeu basth! - tristan sorriu animado.

(...)

Branca estava na cozinha cortando algumas frutas que estava quase maduras demais. Pensava que pelo horário, logo os rapazes voltariam a casa e provavelmente estaria esfomeados.

Ela riu.

Felipe estaria fazendo comida de forma correta? Ele tinha um dom de salgar tudo que preparava. Talvez ele tenha praticando, pensou, ele tinha coisas bem interessantes em seu quarto. De certa forma, todos eram muito interessantes, de certa forma.

Distraidamente mordeu um pedaço daquela fruta, era amarga e doce ao mesmo tempo. E apesar do aspecto bonito, era muito pequena.

- Molly?-

Os rapazes chegaram de maneira calma, pareciam mais centrados em todas as atitudes e movimentos. Molly perceberá isso com um único olhar, talvez, pensou consigo, tudo o que precisavam era de uma conversa.
A garota sorriu voltando-se a cozinha.

- onde foram? -

Tristan coçou a cabeça levando os olhos ao irmão, que me dava apoio. - bem, nós... Caminhamos pela margem do riacho. -

Ela depoisitou a Vasilha com frutas a frente dos dois, parecia mais que habituada em estar ali. Como se aquela cozinha fosse feita para ela, em todos os sentidos. Sorriu - deve estar exausto. -

Basth não falou nada, nem mesmo respirou ao certo. Em seu íntimo, sentia como se uma pequena parte de sua carne, estivesse sendo arrancada de si. Era uma decisão difícil, mas era o melhor caminho. - se me permitem... - atraiu os olhares. - vou me retirar. -

Sem mais nem menos caminhou rumo ao quarto, precisava por a cabeça no lugar, enquanto ele andava ouvia seu irmão falar de forma mais animada sobre os peixes do rio abaixo e tentou se convencer que estava feliz. A garota não deixou de fitar as costas largas até mesmo depois de desaparecerem, se sentiu triste.

Quanto mais o tempo passava, mais se tornava evidente que algo estava errado ali. Tristan selava o cavalo, estava na hora de voltar para sua vida, mas ele só estava indo após ouvir uma promessa de que em menos de algumas semanas molly ou melhor, Bob, também regressaria. A garota não havia conversado muito com o homem de olhos verdes, em situações onde os dois estavam juntos, ele fazia questao de se retirar, ou quando Tristan não estava perto, só falava em como seu irmão era habilidoso, ou em como ele era muito forte. Molly mordeu os lábios pensativa, seria ideia de sua mente, ou basth a estava afastando?

- ...então, eu vou levar você lá - sorriu beijando uma de suas mãos.

Molly piscou, não havia ouvido nada mas sorriu. - é muito gentil Tristan. - gentileza sempre fora seu ponto alto e gostava de ser assim. - tenha uma boa viagem...- ele deslizou uma de suas mãos no rosto da garota, e sem aviso prévio depoisitou um beijo quente em seus lábios.

Por um segundo molly fechou os olhos.

Ele sorriu percebendo o mesmo, e montou no cavalo saindo em disparado. Ela via a poeira que o animal deixava pelo caminho, suspirou levando uma das mãos aos lábios. Ele havia beijado seus lábios 2 vezes, então, porque não sentia nada por ele?
Depois de um tempo se voltou a casa, Sebastian não estava ali, não havia ninguém ali.

Olhou uma última vez para a imagem sombria e distorcida do homem cavalgando ao longe e suspirou confusa.

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