20h:18min - Domingo.
É claro que os nossos amigos não poderiam ser discretos. É claro que eles não poderiam ficar no cantinho de ping pong.
O bando de fofoqueiro estava com a carinha colada no vidro da academia, e presenciaram o finalzinho da minha conversa com o Rick.
Depois que entenderam a grandeza do que aconteceu e saíram do modo estátua, os seis quase se estapearam para abrir a porta de vidro e chegar em mim e no Rick rapidamente.
— SABIA QUE CEDO OU TARDE CEDERIAM. — Lari saltitou enquanto era abraçado por trás pelo Sidney, que parecia em choque ainda.
— Demorou pra caralho, mas os refrescou vieram. — Pri falou de maneira zombeteira e eu fiquei tão sem graça que fui obrigada a esconder o meu rosto na curva do pescoço do Ricardo.
— Esse momento é digno pra uma foto e farei questão de pendurar em um porta retrato e colocar em todo canto. — Rafa comentou e só soube que havíamos sido mesmo fotografados quando vi a luz do flash.
— Vocês são irritantes pra caralho! — Ricardo falou risinho e ao sentir o cafuné na parte posterior da minha cabeça, eu sorri contra o seu pescoço.
— Faz parte do nosso charme. — Sid contrargumentou e eu lentamente encarei eles.
Todos estavam com um sorrisinho tão bonitinho no rosto. Genuinamente orgulhosos e extremamente radiantes por nós dois.
— Falando sério agora, quando começou? — Ícaro nos encarou com curiosidade e eu e o Rick nos entreolhamos.
— Eles já até conversam através do olhar, não dá pra mim. Vou ali me jogar do telhado. — Bele dramatizou e eu ri baixinho.
— Tivemos que nos beijar lá em Campinas, mas foi porque estávamos fingindo. — expliquei timidamente.
— Porra. Isso já tem quase três meses! — eles falaram em uníssono, olhando-nos horrorizados.
Dois meses e meio pra ser mais exata. Pensei.
— Fazer o que, né? — Rick sorriu mostrando todos os dentes.
Em seguida o Ricardo voltou-se totalmente pra mim, beijou o cantinho da minha boca, sem se preocupar com a discussão acalorada dos nossos amigos, e falou baixinho na minha orelha:
— Vem comigo!
Pegando em sua mão estendida, fui com ele para fora da academia, deixando nossos amigos pra trás.
Fomos caminhando pela parte interna da casa, até que alcançamos o primeiro lance na escada.
— Pra onde estamos indo? — olhei-o, confusa.
— Pro meu lugar especial. Quero que conheça alguém. — Rick falou com suavidade enquanto subia as escadas ao meu lado.
— Ué, quem?
— A minha jiboia.
Eu não pude evitar olhar pra ele de olhos arregalados e revezar entre o seu rosto e a região do seu quadril. Fiz isso umas cinco vezes antes de conseguir raciocinar e falar algo.
— Vo-você enlouqueceu? — gaguejei baixinho e Ricardo gargalhou do meu desespero.
— Estou falando do réptil mesmo, não do meu pau.
Rick piscou pra mim e assim que chegamos ao final do corredor do segundo andar, ele abriu uma porta preta que havia uma placa de "não perturbe".
— Espera aí, deixa eu ver se eu entendi. Você tem uma cobra de estimação? — olhei para ele completamente chocada.
Cacete. Eu conheço ele há um tempão e não fazia ideia disso.
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Minha doce melodia
RomanceMesmo fazendo terapia há cinco anos, Amanda Siqueira ainda carrega inúmeros traumas dentro de si. Apesar de ter alguns receios, ela busca sempre ver o melhor da vida, por mais difícil que seja. Extremamente determinada no que diz respeito ao trabal...