Capítulo 6: Um stalker?

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08h:00 – Domingo

— Ainda não estou acreditando que vocês realmente me convenceram a vir. — falei, desacreditada.

— O dia está lindo demais pra ficar enfiada dentro de casa. Será ótimo pra você, minha gatinha.

Pondero os prós e contras sobre o que a Bele disse e começo a focar em tudo ao meu redor.

Começando com os infinitos carros no estacionamento, voltando o olhar para as crianças animadas, que ao invés de estarem subindo as escadas, estão subindo o pequeno morrinho gramado para chegar ao parque.

Depois deixo meu olhar recair sobre o lindo céu azul e ensolarado, com alguns pássaros o sobrevoando e com as suas pouquíssimas nuvens.

Me permito por um instante fechar os meus olhos e puxar todo o ar para os meus pulmões.

Sorrindo ao conseguir diferenciar os cheiros, a princípio veio o aroma típico de grama molhada e depois para contrapor o cheiro magnifico, veio o irritante cheiro de motor de carro.

Só voltei a abrir lentamente os meus olhos quando o ronco de moto se fez presente.

Foquei no motoqueiro, especialmente nas tatuagens em seu braço e fui subindo o olhar aos poucos, encontrando os olhos azuis do Ricardo através da viseira do capacete.

— É, o Rick foi realmente esculpido ao nascer. — Lari falou, bem humorada.

Ele optou por deixar a moto no espaço ao lado do meu Golf GTI e no encalço dele vimos um Punto Branco. O carro estava sendo ocupado por nossos outros amigos e companheiros de trabalho.

— Minha nossa senhora dos milagres. — Bele sussurrou enquanto via o Rick se desfazer do capacete e abrir um sorriso de orelha a orelha para nós quatro. — Ainda bem que sou lésbica, porque caso eu não fosse, o Ricardo não teria sossego. — ela brincou.

— Os olhos azuis eu tenho, só não tenho a altura e nem o cabelo platinado. Só que se você quiser eu poderia facilmente me portar como um garoto, só pra te conquistar de novo. — Pri soltou sua cantada habitual e puxou a namorada para um longo beijo.

— Vocês duas são tão lindinhas, que eu não aguento, preciso apertar. — Lari resmungou ao abraça-las fortemente.

Voltei a minha atenção para uma pequena discussão amigável que estava rolando entre os nossos amigos e os vi se aproximando devagar do Rick.

Ricardo revirou os olhos e disse algo como: nós moramos juntos, cara, tenho nem tempo de sentir saudade de vocês.

Ri baixinho ao vê-los se provocar e empurrarem uns aos outros. Porém, meu sorriso morreu no momento em que os quatro passaram os olhos em todas nós. Avaliando as nossas roupas, eu acho.

Rick se concentrou mais em mim do que nas nossas amigas. Ele não pareceu surpreso ao me ver toda coberta, literalmente.

Eu estou com uma calça legging preta, uma polaina vinho por cima, um tênis de corrida da reebok e uma camiseta vinho de manga longa.

Sei que não estou nada caracterizada pra um passeio no parque e minhas roupas não condizem com os 30º que está fazendo, só que ou era isso, ou eu ficava em casa lendo livros e compondo melodias na minhas partituras.

Assim que o olhar do Ricardo voltou-se para o meu rosto, ele esboçou um sorriso tranquilizador pra mim. Como se entendesse os meus motivos, mesmo sem fazer ideia de nenhum deles.

Ele levou uma de suas mãos repletas de anéis até o cabelo platinado o bagunçando levemente. Em seguida, o Sid passou o braço ao redor do ombro dele enquanto o Ícaro e o Rafa se davam as mãos, vindo animados em nossa direção.

Minha doce melodiaOnde histórias criam vida. Descubra agora