Capítulo 38: Estrondo

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⚠️ Esse capítulo pode causar gatilhos.

Para terem uma melhor experiência, escutem Hold On do Chord Overstreet.

10h:19min - Sábado.

Os alunos estão quase doidos com o fato das apresentações estarem chegando, e por consequência estão nos enlouquecendo também.

A ansiedade deles tem passado para todos os professores. Estamos correndo contra o tempo para poder fazer tudo dentro dos conformes, para que tudo dê certo. Para que eles possam curtir o momento, sem necessariamente ficar se cobrando para serem perfeitos.

Só que as tentativas estão sendo falhas. Todas.

Eu poderia até rir da situação se eu também não estivesse a ponto de surtar.

A minha sorte é ter a ajuda dos meus amigos, cada um se dispôs a fazer alguma coisinha para que eu não ficasse sobrecarregada.

Eles são tão incríveis pra mim. Nunca me cansarei de enaltecê-los.

Por isso sempre bato na tecla que são melhores do que a minha família. Meus amigos sempre estão dispostos a me ajudar no que for necessário, mesmo quando eu não sou de pedir ajuda, eles se encarregam de me dar uma mãozinha.

Embora haja algumas faíscas as vezes, todos eles são importantes pra mim.

Agora, por exemplo, estou prestes a finalizar o calendário de apresentações e levar para o mural, para que saibam exatamente a ordem dos musicais, das peças, do campeonato de natação, das lutas...

Já estava no meio do caminho quando o Rick me encontrou. Ele me abraçou por trás e foi me conduzindo até onde todos os rostinhos ansiosos estavam nos esperando.

Depois de colocar tudo no mural com a ajuda dele, pedi licença para que pudesse atender o meu celular que não parava de tocar dentro do meu bolso.

Fui para um lugar mais calmo e ao olhar para a tela e ver quem me ligava. Eu estranhei imediatamente.

Tamires costuma me mandar mensagens pelo whatsapp todo santo dia, não é do costume dela efetuar nenhuma chamada pra mim.

Rapidamente levei o celular até a orelha e ela foi a primeira a quebrar o nosso pequeno silêncio.

— Minha pequenina? — a voz da Tamy está embargada e mole, o que me deixou apreensiva e em alerta.

— Oi... Tá tudo bem? — questionei baixinho, sentindo o meu coração se apertar aos poucos.

— Sei que deve estar trabalhando, mas eu preciso tanto de você aqui comigo agora. — Tamy disse, chorosa. — Você pode vir pra cá?

Olhei tudo em minha volta, vendo o tumulto na frente do mural, mas encontrando um olhar em especial.

Com o indicador chamei o Rick para que viesse rapidamente até mim.

— Faço o que quiser, prima.

Ricardo ao se aproximar de mim me encarou confuso e eu abracei ele apertado.

— Me diz do que precisa. — pedi.

— Deixei algo pra você no rodapé do nosso antigo quarto, no nosso esconderijo. Preciso que veja aquilo e preciso que venha depressa. — ela começou a falar de maneira arrastada e distante.

Tentei prestar atenção ao que estava em sua volta através da ligação. Ouvi o som de água da torneira ligada, seguida de um estrondo. Parecendo de um corpo se chocando contra o chão.

Minha doce melodiaOnde histórias criam vida. Descubra agora