Capítulo 45: Ninguém mais a terá

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⚠️ Esse capítulo pode causar gatilhos.

(Amanda)

01h:35min - Domingo.

Desde que chegamos ao casebre as horas pareciam se arrastar.

Osmar havia me imobilizado contra a cama e por mais que eu me debatesse, não conseguia afastá-lo de cima de mim.

Para me manter quietinha, ele passou um durex contra os meus lábios e usou a algema dele para prender os meus braços contra a cabeceira da cama.

A cada segundo ficava claro que ele não seria nada gentil comigo. Que o que quer que planejasse para me machucar, Osmar iria fazer lentamente, para me torturar mesmo.

Apavorada, observei o Osmar se afastar. Ele caminhou até a cozinha, pegando uma faca na gaveta e aproveitou para acender um cigarro.

Após isso, ele abriu a geladeira retirando de lá uma garrafa de vodka.

Seus olhos foram de encontro ao meu corpo esticado na cama e o sorriso safado que estampou o seu rosto fez a bile subir até a minha garganta.

Permiti que lágrimas silenciosas deslizassem pelo meu rosto, e aguardei pelo inevitável.

— Por onde será que eu começo? — ele me olhava pensativo.

Osmar passou os olhos por toda a minha roupa, se ajoelhou no colchão e foi se curvando, aproximando o rosto do meu.

— Sei exatamente o que fazer. Vou livrá-la dessas roupas. — usando a faca que estava em sua mão, Osmar fez um corte no colarinho da minha blusa de frio e foi aumentando o rasgo aos poucos.

Quando enfim teve a visão que queria, ou seja, do meu tórax apenas coberto por um sutiã de renda, ele retirou o cigarro dos lábios e pressionou-o contra a minha barriga, queimando-a.

E se não fosse pelo durex tampando a minha boca, eu estaria gritando a plenos pulmões com a dor excruciante que eu estava sentindo, principalmente quando o Osmar continuou fazendo uma trilha de queimaduras até alcançar o cós da minha calça.

— Isso é pra você aprender, Amadinha, a não entregar seu corpo para outro, que não seja eu. — ele falou irritadiço enquanto usava a faca para rasgar a minha calça também, desfazendo-se dela agilmente. — Você sempre será só minha, putinha.

Assim que senti ele subir em cima de mim, sentando-se sobre a minha barriga, passei a me debater desesperadamente contra a cama. Ganhando não só um soco no rosto, mas um corte sobre a minha clavícula como foi de repreensão.

Será que eu nunca vou ter paz? Será mesmo esse o meu fim? Nas garras dele?

Talvez eu devesse ter feito o mesmo que a minha prima. Não agora, mas anos atrás.

Eu pensei tantas vezes em acabar com tudo, fazendo isso comigo mesma. Os pensamentos giravam de maneira obsessiva na minha mente no início da adolescência.

Se eu tivesse feito algo a respeito, todo esse mal que ele está fazendo o meu corpo sentir, não teria a menor chance de existir agora.

Porque eu não estaria mais aqui pra servir de "brinquedinho" de tortura pra ele. Osmar teria que se contentar com outras meninas. Teria que buscar outras formas de lidar com o lixo de ser humano que é.

— Ei. Olha pra mim. — Osmar apertou o meu rosto com os dedos, fazendo-me olha-lo. — Vou tirar essa fita da sua boca, só pra você poder me engolir. Se você der um piu, não me responsabilizo pelos meus atos mais brutos. — ele me alertou.

Minha doce melodiaOnde histórias criam vida. Descubra agora