Dentro do Castelo

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Dentro do Castelo

A maioria das caixas já haviam sido abertas e com cada pertence posto em seu novo lugar. Helena ficou com a parte da organização da cozinha e iria arrumar o sótão no período da tarde; Rose havia levado suas coisas para o quarto de baixo, e a maior parte de suas roupas já foram postas dentro do armário. Robby e Eddie organizavam a sala e realizavam a limpeza, varrendo o chão e tirando o pó de alguns móveis. Talking Heads era o ânimo da faxina, com seu lendário "Psycho Killer" agitando a galera com sua trilha sonora quase explodindo na caixa de som de Robby.

Helena pendurava algumas xícaras na parede logo acima do fogão, deixando-as em fileiras trazendo um tom rústico clássico para a cozinha.

— Pronto. — Ela diz orgulhosa de si mesma pela decoração.

— Cara, que fome. Eu poderia comer um boi inteiro e vivo. — Arfa Eddie caindo no sofá totalmente exausto.

— Tirando a parte do "vivo", também concordo com o Eddie. — Diz Robby se apoiando na parede da lareira. — Que tal a gente cozinhar algo para o almoço agora?

— Boa ideia, estou faminta. — Apoia Helena dando uma rápida olhada no relógio da parede marcando exatos 12:48hs.

Vamos até a cidade? Almoçar em algum restaurante? — Deduz Eddie.

— Pode haver algum mercado no vilarejo, seria mais rápido do que ir até a cidade. — Diz Helena.

— É melhor. — Concorda Robby.

— Vou ver se a Rose quer ir com a gente. — Helena atravessa a cozinha, passando pela sala e chega ao quarto logo embaixo da escada, encontrando Rose fitando a vista das ruínas de sua janela. — Nós vamos até o vilarejo comprar algumas coisas para o almoço, quer vir com a gente?

— Eu vou ficar pra terminar de organizar algumas coisas, e também cuidar da cabana. — Diz Rose serena.

— Tudo bem. Mas vamos ter as mesmas regras, então não abre a porta para estranhos e não saia da cabana até a gente voltar.

— Pode deixar.

Helena e seus amigos deixam a cabana e pegam uma trilha que descia o morrinho até o vilarejo. Por ter uma rampa a descida foi mais rápida e pratica para o trio, e quando perceberam já estavam de frente a um portão de uma das casas do vilarejo, então seguiram para o que parecia ser uma "rua" com um trator estacionado na frente de outra casa e algumas galinhas soltas pelo campo. Era como uma cidade pequena no interior, nada tão inovador ou que Helena já não conheça. As pessoas vestiam roupas medievais, e essa poderia ser a única coisa de diferente que eles haviam achado do vilarejo.

— O pessoal daqui parou no tempo ou é a gente que está muito adiantado? — Pergunta Eddie com um certo tom de ironia.

— Deve ser a cultura. — Murmura Helena passado ao lado de uma mulher que carregava um bebê recém nascido, e a mesma a olhou com um olhar de frieza, o que deixou Helena um pouco desconfortável.

— O povo daqui não parece muito amigável. — Repara Robby percebendo alguns olhares dos aldeões em cima do trio.

— Acho que não estão acostumados com pessoas de fora. Apenas ignorem. — Murmura Helena ignorando alguns olhares diretamente nela e foca em encontrar algum mercado.

Após andarem por cerca de dez minutos pelo vilarejo, conhecendo um pouco mais da região e das pessoas, o trio chega ao que parecia ser a segunda parte dele, onde havia uma praça circulatória com a estátua de uma donzela com um escudo no centro e que empunhava uma espada na mão direita. O cemitério ficava do outro lado junto a uma igrejinha com um grande milharal. O que chamou mais a atenção de Helena foi o imenso portão de pedra que pertencia ao castelo, e acreditou que teria que passar por ali amanhã quando fosse se encontrar com a proprietária para a entrevista de emprego.

What Could Have Been (Lady Dimitrescu)Onde histórias criam vida. Descubra agora