What Could Have Been (Lady Dimitrescu)

A Escolha de Rose

Adeus, Rosemary.

Os campos de trigo receberam a energia solar desejada, e pequenas partículas de água deixada pelo sereno da madrugada desfizeram-se das folhas úmidas. Poderia considerar-se uma manhã estonteante e quente, mas carregada por um profundo sentimento de solidão corrompendo o coração delicado da jovem que recém despediu-se da pessoa que considerou sua "mãe". Olhos azuis transbordavam lágrimas silenciosas, restando uma pequena essência de ódio por toda a situação que precisou aceitar contra sua vontade. Havia perdido seus pais quando ainda bebê, precisou crescer sendo rodeada por adolescentes que a bullynaram repentinamente na escola, convivendo com as torturas psicológicas de seu corpo especial e agora a pessoa que mais lhe deu abrigo e jamais deixou de protegê-la independente dela ser diferente havia partido para servir de sacrifício. Restou apenas Chris em sua vida, mas ele não seria capaz de conseguir preencher o buraco em seu coração feito por Alcina. Enquanto dirigia de volta ao hospital ele olhava Rose de relance pelo canto dos olhos, tendo capacidade para sentir o abalo emocional que a jovem estava enfrentando naquele exato momento. A poucos minutos haviam se despedido de Alcina, e sabe-se lá o que deve ter acontecido com ela. Ao menos não avistaram qualquer licano os seguindo desde que abandonaram a floresta do vilarejo, o que indicava que Alcina pode ter conseguido convencer Miranda de desistir de Rose, e caso tenha ocorrido, também significava que Alcina pode ter deixado seu lado humano. De qualquer maneira, não há mais como voltar atrás, e todos agiram da maneira que consideraram ser o correto.

Do lado de fora do hospital, tanto os Lordes e Claire aguardavam notícias durante o raiar do amanhecer. Sendo o oposta dos dois irmãos, que mantiveram-se quietos e apenas esperando um sinal, a Redfield ficou circulando sem deixar de roer três de suas unhas, um péssimo hábito que não se orgulhava quando estava com ansiedade. Heisenberg preferiu apoiar suas costas no pedestal de entrada, ocupando sua mente na conversa com Alcina perante ao coma dela horas atrás para não ficar agitado igual Claire e acabar roendo os próprios dedos. Donna abraçava Angie com força, se balançando igual como uma mãe nina o filho, uma tentativa para manter-se calma e controlar a turbulência de suas emoções diante da situação atual.

Para suas satisfações o motor do carro de Chris fora escutado a quilômetros, e Claire se adiantou para aproximar-se da avenida deserta para ter mais clareza de quem estava dentro do carro recuperado. Heisenberg e Donna também ficam em alerta permanecendo no mesmo lugar, até Chris sair da estrada e estacionar poucos metros do hospital da Umbrella. Rose saiu do carro fuzilando Heisenberg com seu olhar inchado, mas repleto de fúria.

— Rose! — Chris a chama sem sucesso, e acaba por sair do carro atrasado por ainda precisar tirar o cinto.

Sem um pingo de medo da jovem que andava em sua direção de uma maneira ameaçadora, Heisenberg começa a trilhar o mesmo caminho até ela sem qualquer preocupação com o que Rose estava disposta a fazer.

— E aí, a Alcina foi de base ou ela conseguiu se safar?

O comentário sarcástico não contribuiu para acalma-la, atiçando mais ainda seu ódio pelo Lorde, o retribuindo com um soco no peito sendo capaz de quebrar o equilíbrio de Heisenberg com sua força. Ele se recuperou em questões de segundos, mas ficou amedrontado pela capacidade da garota em conseguir atingi-lo com o golpe certeiro, sabendo que ela só não acertou seu rosto por muito menos, ganhando vantagem por ser mais alto que Rose.

— Tudo isso é culpa sua! — Culpa Rose partindo para o próximo soco, sendo bloqueada pelo braço de Heisenberg que conseguiu evitá-la. — O que você fez naquele quarto?!

— Esta me culpando pelo o que a Alcina decidiu por si própria?! — Questiona Heisenberg fugindo das tentativas de Rose em tentar acerta-lo com mais socos, desviando de cada um deles enquanto andava para trás sem tirar sua visão da loira.