O Professor - Livro 2

Capítulo 30

Francis sorri de volta, seus olhos transbordando de simpatia.

— Clara, que coincidência te encontrar aqui. Fico feliz em vê-la novamente. Como você está? — ele pergunta.

Sinto uma onda de calor percorrer meu corpo, lembrando do cuidado e da atenção que Francis dedicou a mim durante o período de recuperação.

— Estou bem, obrigada. Graças a você, estou completamente recuperada do acidente. Não sei como agradecer o suficiente por tudo o que fez por mim.

Ele acena com a mão, como se agradecimentos não fossem necessários.

— Fico feliz em saber que você está bem. É um prazer poder ajudar. Posso dar uma mão com suas malas?

Agradecida por sua oferta, entrego-lhe uma das malas, permitindo que ele a coloque no compartimento acima dos assentos. Enquanto trabalhamos juntos, sinto uma conexão especial se formando entre nós, uma faísca de algo mais do que apenas gratidão.

— Então, estamos indo para o mesmo destino? Nova Iorque? — Francis pergunta, enquanto termina de guardar minhas malas.

— Sim, eu vou passar alguns dias com meu amigo, Henry.

Eu olho para Henry e percebo que ele está guardando as suas malas no compartimento.

— Henry, vem aqui por um momento, por favor. Preciso te apresentar alguém.

Henry se aproxima, curioso, enquanto eu apresento Francis.

— Henry, este é Francis. Ele foi o médico que cuidou de mim depois do acidente de carro, e ele também é irmão da Amanda. Francis, este é o Henry, meu melhor amigo.

Francis olha para Henry de forma curiosa.

— Então, você é o famoso Henry, o irmão gêmeo do Dylan. Vocês são idênticos — Francis cumprimenta, mostrando um sorriso amigável.

Henry olha para Francis com o cenho franzido.

— Você conhece o meu irmão? — ele pergunta.

Francis assente com a cabeça, revelando um pequeno sorriso divertido.

— Sim, eu conheço o Dylan. Ele esteve morando na minha casa por alguns dias. Inclusive, a Amanda já me falou de você. Você era o crush dela, não é?

— Sim... — Henry responde, um tanto desconcertado pela revelação.

Enquanto ouço a conversa entre Henry e Francis, uma mistura de emoções começa a tomar conta de mim. A lembrança da briga com Amanda, surge em minha mente. A dor da traição e a sensação de ter perdido uma amiga, estão frescas em minha memória.

Respiro fundo, tentando manter a compostura e não deixar que esses sentimentos tomem conta de mim neste momento.

— Bem, que coincidência, não é mesmo? Parece que o destino gosta de brincar com as nossas vidas — comento, tentando descontrair o clima.

Henry e Francis sorriem, parecendo entender o peso das minhas palavras.

— Realmente, o destino tem um jeito engraçado de nos surpreender — diz Francis, olhando para nós dois com esperança.

Concordo com um aceno de cabeça, sentindo uma mistura de ansiedade pela reviravolta inesperada que o destino trouxe.

— Eu sei que não é da minha conta perguntar, Francis. Você está indo para Nova Iorque a trabalho ou lazer? — pergunto, buscando desviar o foco das lembranças dolorosas.

Francis sorri, aliviado pela mudança de assunto.

— Estou indo a trabalho, na verdade. Vou participar de uma conferência médica e aproveitar para visitar alguns colegas. Mas, com certeza, vou aproveitar também para conhecer um pouco da cidade durante o tempo livre.