Capítulo 33

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Agnes LeBlanc

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O pavor que eu estava sentindo naquele momento era totalmente compreensível. Afinal, não é todo dia, que se encontra um homem, completamente estraçalhado em sua porta.

Eu estava suando frio, enquanto sentia todo o meu corpo estremecer, a minha respiração estava pesada e a minha mente parada na cena que eu havia acabado de presenciar.

Assim que passei pelos portões e caminhei em direção a casa, dei de cara com o corpo de um homem cortado aos pedaços na escadaria, em cada degrau havia algumas partes do sei corpo.

No momento em que os meus olhos passeou por aquela cena, senti o meu estômago embrulhar, o medo e o pavor, tomaram conta de mim.

Por alguns segundos, não consegui fazer completamente nada, nem mesmo respirar. Depois que me inteirei que aquela cena era realmente real, gritei como se fosse uma louca, eu estava desesperada, em todos os meus anos de vida, eu nunca havia presenciado uma cena tão brutal como aquela.

Aline, me ouviu gritar e correu até mim, assim como alguns dos seguranças, e as expressões em seus rostos, não foi tão diferente da minha.

— Meu Deus! Senhora...

Aline grita e corre até mim, coloca os seus braços em volta dos meus ombros e me ajudou a entrar em casa. Mesmo me movendo para outro local, os meus olhos não deixam aquele local e quando finalmente consigui tirar os meus olhos de lá, a minha mente começou a girar e a girar, ficando totalmente envolta daquela cena horripilante.

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Não sei dizer exatamente quanto tempo eu fiquei presa, naquela prisão de tempo que a minha mente havia criado, mas, acho que passei muito tempo dormindo acordada.

Quando finalmente sai do transe e comecei a perceber o que estava a minha volta novamente, percebi que Aline, já não estava mais do meu lado, mas sim, Arthur.

Eu podia ouvir a sua voz calma e, ao mesmo tempo cheia de preocupação ressoando em meus ouvidos. Ele chamava pelo meu nome, nesse momento, sentindo um mão deslizar pela a minha e não pude deixar de abaixar o meu olha para as minhas mãos, que estavam juntas, segurando um copo de água, enquanto a mão do Arthur, estava por cima da minha mão direita, como se fosse um ato de solidariedade.

Guiei lentamente o meu olhar para o seu rosto e de certa forma, olhar para ele me proporcionou o certo alívio, que eu não imaginei que poderia sentir neste movimento.

— Querida...

Bastou uma única palavra, para que lágrimas escorressem por meu rosto, eu estava feliz por vê-lo.

Soltei o copo de água e ouvi o som que ele fez ao cair no tapete, com movimentos ligeiros, pulei em seu colo e passo os meus braços em volta do seu pescoço, me sentindo aliviada e segura por ele está ao meu lado.

— Você... viu o corpo... lá fora?

Pergunto, ainda abalada.

Sinto as suas mãos nas minhas costas, ela esfrega as Palmas de suas mãos contra ela, tentando me confortar.

— Sim, meu amor... Eu sinto muito...

A sua voz soa triste.

Aperto colo ainda mais os nossos corpos, descansando a minha cabeça em seu pescoço e sentindo um pouco do meu perfume a madeirado.

— Porque, está se desculpando?

Ele suspira.

— Por você ter visto aquela cena, deve ter sido horrível para você...

Ela aperta ainda mais os seus braços em torno de mim.

A minha mente viaja novamente para aquela cena horrível.

— Deus... você está tremendo?

Quando ouço a sua voz preocupada, me dou conta de que eu estava realmente tremendo, me sentia horrível por lembrar daquela cena tão brutal.

— Eu vou matá-los! Aquelas filho da P...

O meu corpo estremece novamente, desta vez por ter sentido todo aquele ódio emanando no Arthur.

— C-como?

Levanto a cabeça o suficiente para olhar em sei rosto.

As suas mãos continuam a acariciar as minhas costas.

— Isso foi coisa, daqueles malditos velhos, que não querem que agente continue casados.

Ela fala secamente.

Sinto o meu sangue se esvair do meu corpo, quando penso... Penso, que o meu pai... Ele não seria capaz de tamanha cruelmente... Não importa o que se passe, ele ainda é o meu pai!

— Você, acha que o meu pai... pode ter feito isso?

Pergunto, pensando se eu realmente quero saber a resposta.

Arthur, olha para mim, o seu semblante irritado começa a suavizar.

— Agnes, eu sei que ele é o seu pai, mas eu o conheço tempo o suficiente, para alegar que ele está envolvido nisso, e há grandes possibilidades de ter sido ela, que mandou colocar aquela pessoa, na nossa escadaria.

Fecho os meus olhos.

— Santo Deus...

Sempre achei que o meu pai, fosse um bom homem, mesmo me tratando de forma hostil, nunca pensei que ele fosse capaz de fazer esse tipo de coisa.

O Arthur, pode ter razão, ele pode ter realmente mandado colocarem o corpo daquele pobre homem, na porta da nossa casa, para me assustar, afinal, ele mesmo disse que faria o possível e o impossível para que eu não estraga-sse com o futuro da família.

— Não se preocupe meu amor, eu vou dar um jeito nisso.

Ele fixa seu olhar no meu e por um momento eu acredito que tudo pode ficar bem, mesmo com tudo que eu descobri e vi nos últimos dias.

— Promete?

Uma das suas mãos, acaricia o meu rosto.

— Eu prometo.

Há tantas coisas que eu quero perguntar. Me pergunto como vamos viver daqui para frente, será que vou continuar a ver cenas como aquela? Não sei se me acostumaria a viver assim.

E os nossos filhos? Provavelmente seguiriam o caminho do pai e do avô. Eu amo o Arthur, mas, o meu pai realmente tem razão em algo. Eu não nasci para esse tipo de vida.

Sem falar mais nada, deito a minha cabeça em seu pescoço e ele acaricia o meu cabelo. Ficamos ali por mais um tempo e em algo momento daquela noite louca, acabo atormentando em seus braços, ali mesmo onde estávamos, deixando de lado os milhares de pensamentos que estavam me perturbando.

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Minha Querida Esposa Onde histórias criam vida. Descubra agora