🖤A Carta🖤

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Um mês já tinha se passado depois da morte de meu pai...se a morte dele ainda me doía por dentro?, a resposta é sim.
Eu não estava mais aguentando tudo isso...viver de favor na casa dos Cullen com dezoito anos nas costas, era chato para todo mundo incluindo Bella que me tratava mal a cada dia que se passava.
Silvye havia saído da cidade e vendido a casa já que estava no nome dela, e quem pagou tudo foi meu pai...Até eu provar que eu era dona também iria demorar muito...então decidi deixar para lá.

Carlisle e Esme disseram que estavam tranquilos em deixar eu morar com eles até eu arrumar um emprego.
Eles de fato eram as pessoas mais legais que eu tive o prazer de conhecer...mesmo ainda não havendo vida neles, eles ainda tinham empatia pelos seres humanos.
Sentada na varanda da casa dos Cullen sou surpreendida por Carlisle.
O mesmo se senta ao meu lado observando a neve que derretia pela chegada do Verão...
-Adoro o Verão, ele trás com eles boas coisas.-Diz Carlisle olhando para uma grande árvore coberta por Neve.
-Já eu não acredito nessas coisas.-Eu falo encarando o chão.
- Não precisa acreditar...Mas apenas se permita viver o momento.
- Eu não tenho mais prazer em viver Carlisle...minha vida acabou, meu pai se foi para sempre, eu perdi tudo.-Falo amargamente.

-Está errada, você de agora em diante é da nossa família.
- Não!...não sou, sou apenas uma órfã infeliz e que por sinal é amiga da sua neta.
Carlisle abre a boca para protestar mas é calado por mim enquanto eu continuo...
-Me dê apenas dois mêses, é só isso que eu peço, vou arrumar um emprego e vou dar o fora.-Falo me levantando da cadeira mas meu braço é segurado por Carlisle.
-Morgan...sabe que pode ficar o tempo que quiser...não sabe?
Eu apenas aceno com a cabeça positivamente para o mesmo que me entrega um papel.
-O que é isso?-Falo encarando o envelope.
-Seu pai gostaria que você ficasse com isso.-Diz ele entrando para dentro de casa.

Olho para a porta fechada em minha frente e volto meu olhar para o envelope.
Rapidamente me sento na cadeira da varanda.
Solto um suspiro carregado de tristeza ao ver o que estava escrito no envelope.
"Para a minha querida Joaninha...Eu Te Amo Filha."
Sinto algumas lágrimas rolarem de meu rosto, abro o envelope rapidamente.
Desdobrando o papel em minhas mãos reparo em um texto escrito a mão...Mas aquela não era a letra de meu pai, mas sim de outra pessoa.

Querida Joaninha...peço perdão de imediato para você, sei que não fui um bom pai, sei que fracassei em algumas coisas, e eu sinto muito por isso.
Quero que encare minha partida não como uma coisa triste...Mas sim com alegria, eu finalmente vou poder encontrar a sua mãe, acho que ela sente a minha falta filha.
Espero que você me entenda...e entenda que tudo que é criado um dia tem que Morrer, e chegou minha hora, eu não queria que fosse assim mas não cabe a nós escrevermos essa parte da História.
Como pai aprendi muitas coisas com você...aprendi que as vezes devemos deixar a vida rolar da forma que ela quer, muitas das vezes não podemos ter o controle de tudo.
Não culpe o universo e nem a vida, eu fiz o que eu podia por você...Cuidei de você mas agora, cabe a você seguir adiante.
Siga sua vida, mas de cabeça erguida e sabendo que onde quer que vá e o que quer que faça eu e sua mãe estaremos com você em cada passo de sua jornada.
Eu te amo demais Joaninha...e creio que um dia nos encontraremos novamente...

Com amor, Papai.

Ao dobrar o papel novamente sinto meu coração apertar.
A fixa ainda não tinha caído.
-Pai...Eu sinto sua falta.-Balbucio enquanto coloco as mãos em meu rosto.
De repente sinto um vento em meus cabelos e o toque da mão de alguém em meu ombro.
Decido apenas ficar parada deixando o momento tomar conta do que iria acontecer.
Sinto o perfume incontrolável de meu pai invadir minhas narinas.
Ele estava alí...Eu senti sua presença.
Ao sentir seu abraço me entrego ao sentimento, com o vento balançando meus cabelos de repente a calma e o bálsamo vieram a tona.
Meu coração estava em paz de alguma forma...
Ergo minha cabeça para cima quando noto duas Borboletas uma amarela e a outra azul.
Elas vieram em minha direção pousando em cima da carta que estava molhada por conta das minhas lágrimas em minhas mãos.
Sorrio ao imaginar que seriam eles...Eu sabia que de algum lugar do vasto espaço ou do paraíso seja lá once estiverem...eles nunca vão me deixar.
Eles me amavam da mesma forma que eu os amava e isso já era válido...

CONTINUA...

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