Temos um impedimento part 2

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Alexandre estaciona o carro.
Enquanto eu tiro o cinto e recolho minha bolsa, ele dá a volta vindo abrir a porta para mim.

Queria pegar na mão dele, queria entrar no estádio de mãos dadas com ele.

Enquanto fazíamos o percurso para dentro, observo um garotinho correndo com uma latinha de refrigerante na mão. Alexandre vai andando à minha frente.
De repente o garotinho olha para trás.

Sem perceber a figura de Alexandre à sua frente, esbarra, trombando nas pernas dele.
Voa refrigerante para todo lado, principalmente na perna esquerda de Alexandre.

Quando me aproximo, Alexandre está passando a mão na cabeça do garotinho, o consolando.

- Por favor tio, não fala pro meu pai, por favor, foi sem querer. - O menininho parecia prestes a chorar.

- Tá bom amigão, fica tranquilo, tá tudo bem. - Alexandre tentava acalmá-lo. - Você se machucou na hora que bateu no tio? - Perguntava atencioso.

Iniciaram uma conversa enquanto eu os observava...

- Aí está você seu pivete! Eu sabia que não deveria tê-lo trazido. - Um homem gritava vindo em direção a criança.

Os olhos de Alexandre encontraram os meus, presenciamos aquela cena em silêncio.

- Ela tá incomodando vocês? - O pai do garoto perguntou.

- Não cara, nós estávamos conversando, ele esbarrou em mim sem querer... - Alexandre tentava explicar quando foi interrompido.

- Eu sabia, você estava correndo né?! - Pegou na orelha do menino que choramingava.

- Eu já pedi desculpa pra o tio pai. - O garotinho dizia para o pai já com as lágrimas caindo.

- Eieieiei! - Alexandre tentava intervir. - Calma cara, foi um acidente, não faz isso com ele não pô!

- Da educação do meu filho cuido eu. - Saiu arrastando o menino.

Alexandre ficou parado observando aquela cena.
Parecia não estar presente. Sua mente parecia vagar por diversos universos diferentes.
Passei a mão nas suas costas o despertando.

- Vamos Ale... - Ele assentiu em silêncio.

[...]

- Alexandre!! Deixa só um pedacinho pra mim, não quero ter que voltar lá em cima pra pegar outro, quero provar só um pedacinho desse seu. O meu não estava muito legal. - Giovanna usava todas as armas para conseguir um pedaço do meu hambúrguer.

- Você comeu o hambúrguer todo e ainda tá dizendo que não estava legal? Atáá!!! E por que você não pediu desse também? - Perguntava, sabendo que na verdade, ela queria o meu hambúrguer.

- Porque você não me disse que tinha desse aí! - Giovanna cruzou os braços.

- Disse sim!
- Não disse!
- Disse sim!
- Disse não! Vai!!! Me dá logo um pedaço! - Se colocava por cima de mim para tomar o hambúrguer das minhas mãos.

- Por isso que os súditos vivem fazendo oferendas de comidas para os deuses. Você é muito gulosa! - Implicava com ela.

- Quero saber... Para onde vai isso tudo que você come Giovanna?! - Perguntei rindo. Dei uma olhada de esguelha para a bunda dela. - Esquece... já entendi!

- Seu safado!!! - Giovanna deu um tapa no meu ombro. Nesse momento já entregava meu pedaço de hambúrguer para ela. - Pega vai, você me vence pelo cansaço...
Disse, me dando por vencido.

[...]

Seu humor tinha melhorado, ele já voltava com suas gracinhas e seu sorriso travesso.

soulmate | GNOnde histórias criam vida. Descubra agora