sua deusa

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Quando a delegada volta para a sala, seu semblante transparece preocupação.

- Alexandre... - Ela me olha como se estivesse pedindo desculpas por algo. - Infelizmente, não será possível levar o caso adiante.

Quando finalmente saio da sala, sou informado de que minha mãe não quis fazer a denúncia, a Karen não quis depor como testemunha e meu pai não foi preso.

Começo a entrar em desespero por não saber o que tinha acontecido enquanto eu estava dentro daquela sala.

Corro para a casa do Rodrigo. Sempre que as coisas ficavam difíceis eu me refugiava lá.

A Karen e eu não fomos comemorar o aniversário dela aquele dia no restaurante que eu havia feito a reserva.

Passam-se alguns dias.

A Karen some, não me dá notícias.
Descubro que meu pai a subornou para que ela não testemunhasse contra ele.

E ela aceitou.

Por dinheiro.

Minha ficha começou a cair, havia algo entre eles. Comecei a repassar cenários que outrora haviam passado despercebidos por mim, mas que agora faziam todo sentido. 

O meu pai e a Karen tinham um caso.

Descobri que não era uma relação de amor. Era interesse.

Ele dava o que ela queria e desejava.
E ela fazia tudo que ele pedia.

Desde então, tento manter mínimo de contato com ela.

E ela? Se tornou a protegida do meu pai. Terminei nosso relacionamento, mas por uma questão de dinheiro, ela continuou presente em minha vida. Contra a minha vontade.

Ela o apoia e faz todo tipo de trabalho sujo para ele.

Mas os dois sempre deixam escapar algo e eu acabo descobrindo.

A cada dia que passa, menos os suporto.

FLASH BACK OFF

[...]

- É por isso Giovanna, e por outros motivos também, que eu jamais beijaria a Karen, que eu jamais teria nada com a Karen. Jamais!!! Eu não quero ter nada com a Karen Giovanna.

Ela está em silêncio.

Parece estar...

- Gio, você tá chorando? - Ela não responde.

- Eiii, tudo bem? - Não suporto ver ela assim. Meu corpo implora para que eu a abrace.

Levanto uma das mãos para colocar em suas costas. Recuo. Não sei se devo.

O filhote que há poucos minutos corria de um lado para o outro, agora está sentado nos observando com curiosidade.

- Olha a cara dele! - Empurro o ombro dela com o meu e aponto para o filhotinho que agora a observa. - Ele tá preocupado contigo.

Bato no joelho dela o chamando.

- Vem cá amigão, vem! - Ele vem correndo e pula em cima dela.

Ela começa a rir.

- Vai amigão, lambe a cara dela... - Digo enquanto faço cosquinhas nela.

- NÃOOO!!! ALEXANDREEE!!! PARAAAAA! OS DOIS! - Ela tenta se desvencilhar. - Harryyyy, você é um traíraaaa!

Eu paro.

- Harry? Quem é Harry?

- Ele uai! - Ela aponta para o filhote que está com a língua para fora.

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