trabalhos manuais

541 48 76
                                    

Ela vai andando a minha frente reclamando que está com fome. Vou guiando-a para ampará-la caso ela tropece em algum galho ou pedra.

- Eu tô com fome, nós não comemos nada e você já me coloca dentro de uma trilha Alexandre?!

- A comida tá aqui Giovanna! Quando chegarmos lá nós comemos. Se ainda fôssemos comer pra depois sair, demoraria demais.

- Não demoraria!

- Demoraria sim!

- Não.

- Sim.

- N-Ã-O!

- Anda vem! Vai valer a pena! Você reclama demais sá!

- Chato!

- Chata é você quando tá com fome. - Ela para olhando para mim indignada. - Nem faz essa cara! Você sabe que é verdade zé! Ainda bem que já tá quase chegando.

De repente, quando começamos a entrar na mata, ela se deslumbra. Liga o modo enérgica e começa a andar rápido.

Agora ela parece ter pegado o ritmo e caminha admirando a natureza que nos rodeia. Apontando uma e outra coisa para que eu olhe.

Seu sorriso é contagiante quando ela começa a ver os pássaros, as plantas, os animais.

- Vamos amor, você tá muito devagar!

- É você que tá andando rápido, calma aí Giovanna! - Me escoro em uma árvore. - Ai, ai minha coluna! Vamos descansar uns minutinhos.

- Aí minha coluna nada! Vaaaamos! - Ela me puxa pelo braço. - Vem meu "véio"!

Olho para ela de cara feia.

- Tô brincando! - Ela ri me puxando pela mão para continuarmos andando.

De repente ela para.

- O que foi?

- Shiiiu! Silêncio! Escuta!

- O que? - Eu já sabia qual era o som que ela estava escutando.

- Água, queda d'água. É uma cachoeira??? É a cachoeira??!!! - Ela começa a falar animada. - Eu não acredito! Eu não acredito!

Após escutar a queda d’água, ela acelera o passo mais ainda. 

O som da cachoeira aumentando a cada vez que nos aproximávamos.

Quando finalmente chegamos, ela coloca a mão no rosto encantada.

- Que coisa mais linda! Eu tô sem palavras...

Alcanço ela ficando ao seu lado.

- Gostou?

Ela me abraça com lágrimas nos olhos.

- Isso é tão importante pra mim. Você não tem noção! Eu te amo!

Abraço ela rindo.

- Para de chorar, vai desidratar desse jeito. Desde que chegamos aqui no interior você chora.

- Culpa sua!

- Minha?! Ah, você é chorona e a culpa é minha?

- Cala boca!! Vamos entrar? - Ela coloca a mão na água. - Tá bem fria a água.

- Você quer entrar na água fria? Pra quem não gosta de banhar... E nem pediu comida de novo?! O que você fez com a minha Giovanna?!

- Eita sô! É verdade eu tô com fome. - Ela começa a rir animada. - Nós comemos e entramos então.

soulmate | GNOnde histórias criam vida. Descubra agora