soulmate | GN

caarp

Acordei no meio da madrugada.

Estava com insônia.

Lembrei das cenas de ontem à noite. Giovanna chorou até dormir. Parece que quanto mais eu a abraçava mais ela chorava. Decidi não fazer mais perguntas ou comentar nada.
Esperaria o tempo dela.

Eu também estava confuso. Lembrei da foto que a Karen tinha enviado. Eu já tinha pedido desculpas. Se ela ficou assim só com uma foto imagina quando descobrir que a Karen foi minha namorada.

Puta que pariu!

Tinha que esperar o momento certo para contar, e definitivamente aquele não era o momento certo.

Fora o medo de ser engolido vivo. Ela estava com um humor terrível, se fosse uma Deusa de verdade já teria me abolido para o mundo inferior junto de Hades.

Pensando mais sobre ontem, ainda não entendo como a Karen sabia onde eu e o Rodrigo estávamos àquela noite. Nem como ela descobriu o número da Gi. Aquela mulher não se cansa. Depois vou tentar descobrir essa história direito. Talvez tenha sido aquele boca de sacola do Rodrigo que tenha aberto o bocão pra ela em algum momento da reunião.

Não chamaria a Giovanna para o terraço aquele dia, ela parecia estar doente. Reclamou de dor nas pernas, dor de cabeça, mal estar, não sentia vontade de fazer nada. Me pedindo para deixá-la sozinha.

Agora que finalmente ela parecia dormir tranquila não iria acordá-la.

Voltei a dormir com os pensamentos vagando.

[...]

- Vai Alee, levanta se não a gente vai se atrasar. – Ela me balança para que eu acorde.

- Gio, dez minutos só, por favor! – Eu a agarro, fazendo com que ela continue nos meus braços. Tinha passado um bom tempo da noite velando o sono dela. Estava com medo dela estar sentindo alguma coisa e não me contar. Eu sabia que Giovanna aguentava certas coisas calada para não incomodar.

- A gente vai se atrasar, levanta por favor. - Eu abro os olhos, ela está olhando para mim, parece estar mais relaxada, graças a Deus. Deixei um selinho em seus lábios. - Por favor Ale, vamos...

- Você tá melhor? Têm certeza que quer ir? Não quer deixar pra outro dia e aí eu te levo no médico hoje?

- Não, tá tudo bem, a cabeça ainda tá um pouco dolorida e eu tô sentindo um pouco de náusea, mas nada que não passe quando eu chegar lá. – Ela fica de joelhos na cama e começa a falar sem parar.

Uai! Passou a noite chorando e agora tá pulando toda feliz na minha frente. Não tô entendendo mais nada...

- Você vai ver, nossa eu quero muito que você vá. Eles são tão fofos Ale, eu amo cuidar deles sabe, sinto que tô ajudando em algo, que minha vida tá servindo para algo, vou te apresentar o...

Fala, e fala, e fala. Melhor assim que chorando.

- Você quer que eu faça o quê de café da manhã?

- Não precisa fazer nada não, vamos tomar café lá junto com o restante dos voluntários, é bom que você já se enturma. Agora vamos logo que se não acaba toda a comida e a gente fica sem nada. – Ela diz saindo da cama.

- Mais fácil acabar quando você chegar lá!

- O que? – Ela pergunta com os olhos cerrados.

- Nada uai!

- Cuidado Alexandre, eu te coloco na carrocinha.
Começamos a rir. Pelo menos ela voltou.

Tomamos banho e nos arrumamos enquanto ela me explica várias coisas sobre a ONG. Como funciona, quem comanda, como eles se organizam durante os dias de voluntariado. Quantos animais eles conseguem resgatar, fala sobre as adoções e eu escuto atentamente.