POV BECKY
Freen me beijou mais uma vez antes de se separar de mim, me mandando ir lavar minhas mãos também, porque já iria servir o jantar. Fui ainda abobada até o banheiro. Eu tinha esquecido como ela me deixava fraca quando tomava atitudes assim, deixando de lado sua timidez habitual.
Quando voltei para a cozinha, Freen me levou até a mesa de jantar, que já estava posta para três pessoas. A mesa era circular e pequena, diferente da que eu havia ocupado junto com Aran, Nam, Heng e Freen da ultima vez, que ficava na parte externa da casa. Imaginei que essa era a mesa que ela usavam no dia a dia para as suas refeições.
"Você pode sentar onde quiser," Freen disse quando eu me mantive parada encarando a mesa. Ela me olhava com uma expressão curiosa, provavelmente se perguntando o que se passava na minha cabeça.
Lancei um sorriso em sua direção, porque não queria que ela se preocupasse. Ela sempre teve esse cuidado comigo, pois sabia que eu podia viver muito dentro da minha própria cabeça. E sim, eu estava nervosa, mas isso era diferente. Eu não tinha dúvidas, apenas queria dar meu melhor para que tudo desse certo.
"Senta do meu lado, Becbec," Li pediu, puxando a cadeira que queria que eu me sentasse. Confesso que meu peito aqueceu com o convite. Talvez eu estivesse me preocupando demais a toa.
"Claro, Li," falei indo até a cadeira que a menina havia puxado. "Você quer ajuda para sentar?" perguntei.
"Obrigada, mas eu já sou grande," a menina me respondeu, sentando na cadeira sem problema algum, provando suas palavras anteriores.
Isso fez com que eu e Freen ríssemos juntas.
"Hoje eu preparei Kaeng Kari. Fiz com curry amarelo para não ficar apimentado," Frren falou, colocando sobre a mesa o prato que cheirava muito bem.
"Obrigada por cozinhar pra gente, babe," falei empolgada e assim que me dei conta do que havia dito, meus olhos se arregalaram. Olhei preocupada pra Freen, que para a minha surpresa, ria da minha reação.
"Por nada, bb," ela respondeu, me lançando uma piscadela enquanto pegava o prato de Li em suas mãos. "Você quer arroz, Li?" ela perguntou para a menina, que aparentemente nem estava ligando para a nossa conversa.
"Sim e bastante camarão," ela pediu de maneira educada, mas infantil ao mesmo tempo.
"Mas algumas verduras também," Freen respondeu, servindo prato como a menina havia pedido. Arroz, algumas verduras, pouco molho e bastante camarão.
Assim que ela colocou o prato na frente da menina, ela veio em minha direção.
"Deixa que eu mesma me sirvo, Freen," comecei mas ela não me deu ouvidos, segurando o prato na minha mão.
"Deixa eu, por favor," ela falou me encarando nos olhos, como se tentasse me dizer algo que eu não entendi, mas que me fez concordar e deixar ela pegar o prato. "Alguma exigência?" ela brincou, se referindo a Li.
"O jeito que a Li pediu parece ótimo," falei, mais para provocá-la mesmo e ela revirou os olhos. Me servindo muito mais verduras que para a menina, mas eu não pude evitar de notar que ela havia apenas colocado as que eu gostava.
"Obrigada," agradeci quando ela terminou de me servir e ela apenas passou a sua mão em meu cabelo, como se dizendo "não há de que".
Depois que ela se serviu também, todas começamos a comer e realmente estava tão gostoso quanto cheirava. Eu e Li éramos só elogios, que Freen desviava com brincadeiras. O jantar foi tranquilo e eu me sentia em paz. A risada aberta de Freen, acompanhada da voz aguda de Li, embalavam o momento da melhor maneira possível e eu me senti preenchida, completa.
Quando terminamos de jantar, eu fui com Freen até a cozinha, levando os pratos sujos. Fomos buscar o sorvete para a sobremesa.
Eu fui deixar os pratos na pia, enquanto ela foi até o freezer pegar o pote que eu havia trago. Ela separava as taças de sobremesa, quando eu aproveitei para abracá-la por trás mais uma vez.
"Obrigada mais uma vez pelo jantar, estava realmente ótimo," eu agradeci, deixando um beijo em seu ombro. Ela pegou uma das minhas mãos que rodeavam a sua cintura e levou até seus lábios.
"Não precisa agradecer," ela falou, se virando levemente para me olhar no rosto. "Você não sabe o quão feliz eu estou que você está aqui com a gente," ela disse, com os olhos brilhando, levando sua mão até o meu rosto. Eu não resisti e encostei os meus lábios nos seus, só um toque rápido, porque era impossível tê-la daquela forma e não beijá-la.
"Vamos se não o sorvete derrete e você vai ter que explicar isso para Li," ela falou, me dando mais um selinho rápido antes de se afastar e por as taças e colheres em uma bandeija. "Pega o sorvete, bb?" ela disse, com um sorriso sapeca no rosto, claramente me provocando.
Eu apenas concordei bobamente com a cabeça, pegando o pote em minhas mãos. Ela sabia que o que ela me pedisse me chamando de "bb", eu faria. Quem eu estou enganando, ela não precisava nem usar o apelido carinhoso. Eu era rendida mesmo.
Estávamos terminando o sorvete quando Li se virou em minha direção com seus olhos pequenos e intensos. A sua semelhança com Freen, além da física, me surpreendendo novamente.
"Depois do jantar a gente pode ler, Becbec?" ela perguntou de um jeito tão fofo que eu percebi que Freen não era a única Chamkinha que me tinha rendida.
"Claro, Li," respondi, levando, sem pensar, minha mão até o seu rosto para limpar um traço de sorvete que estava em sua bochecha.
Quando pensei que deveria ter primeiro perguntado para a Freen se estava tudo bem antes de concordar com a menina, eu virei em sua direção e percebi que ela nos encarava com olhos intensos, mas um sorriso relaxado em seus lábios.
"Tudo bem pra você, certo?" perguntei e ela apenas concordou com a cabeça, parecendo tão abobalhada quanto eu minutos antes.
Ela também era rendida.
Reciprocidade é tudo.
Notas da autora:
Boa tarde, bebês. Capítulo curtinho, só para não passar o domingo em branco.
No próximo tem mais Li/Becky e acalmem seus corações assanhados, que o hot vem em breve. Hahaha.
Espero que gostem e até o próximo!
twitter: bbiza13
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People Change
FanfictionDez anos após a estréia de Gap e de um romance escondido, Freen e Becky são convidadas para um reencontro na mídia, mas a verdade é que ninguém sabe que elas não se falam há anos. Freen reconstruiu sua vida e montou uma família. Dez anos depois, Be...