44. Compartilhar

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POV BECKY

Havíamos passado um sábado perfeito juntas. Não fazíamos nada com pressa, apenas aproveitando a presença uma da outra. Passamos horas enroladas entre os lençóis de Freen, nos redescobrindo de maneira calma e gentil. Trocando carícias, mas também histórias bobas dos últimos anos. Era tão íntimo e familiar, que mesmo que eu quisesse, eu não conseguiria parar de sorrir.

Quando a fome nos venceu, fomos até a cozinha e Freen preparou algo rápido para comermos, mas logo nos vimos de volta no sofá marrom, entrelaçadas uma no braço da outra. Era como se não pudéssemos ficar longe. Já havíamos ficado longe demais.

"O que vamos fazer agora de tarde?" perguntei, enquanto Freen distribuia pequenos beijos no meu pescoço.

"Isso aqui?" ela disse em um tom divertido, intensificando seus beijos. Eu ri, a segurando pela cintura com mais força.

"Você não vai me ver questionando isso," respondi, angulando meu rosto para que ela tivesse mais espaço para explorar minha pele.

Sua boca percorria pelo meu pescoço, enquanto suas mãos deslizavam pelas minhas coxas. Eu sentia suas unhas curtas percorrerem pelos músculos da minha perna ao mesmo tempo que Freen soltou um leve grunhido em sua posição no meu pescoço.

"Como pode ser que você ficou ainda mais perfeita depois de 6 anos?" ela disse, agora deslizando suas mãos em apreciação pelos músculos da minha coxa. Eu tive que rir do seu tom. Era um misto real de descrença e fascínio.

"Acho que meus treinos de perna valeram a pena," brinquei, a fazendo levantar seu rosto para poder me encarar. Suas mãos ainda pressionando de um jeito delicioso as minhas coxas. E seus olhos escuros, cheio de desejo, me fizeram engolir em seco. Ela parecia que queria me devorar e eu não negaria que estava completamente disposta a isso.

Freen não era de expressar em palavras suas vontades, mas ela buscava explorar seus desejos comigo, sempre se preocupando se eu compartilhava das suas vontades. O que claramente, eu sempre fazia. Seus toques eram delicados, mais precisos. Quando sua boca tomou a minha em um beijo, sem me dizer nada, enquanto suas mãos deslizavam perigosamente em direção a onde meu corpo pulsava por ela, eu sabia bem o que ela queria.

Seu beijo era intenso, um pouco menos delicado do que os beijos que ela costumava levar. Geralmente era eu a intensificar os beijos, Freen preferindo uma dança calma, porém apreciativa de nossas bocas. Mas eu podia sentir um certo desespero em seus movimentos sobre mim. Eu não sabia como tomar essa nova atitude, mas eu a deixaria levar aquela dança como ela bem quisesse. Ela havia me deixado matar a saudade de cada pedaço seu durante toda a noite e parte da manhã, eu não lhe negaria nada. Eu entenderia seus motivos depois, agora eu seria dela, como ela me quisesse.

Sugando meu lábio inferior entre os seus, eu senti Freen tirar suas mãos do meu corpo e usar para se apoiar ao meu lado no sofá, até descolar sua boca da minha. Ela usou suas mãos para levantar seu corpo e eu abri meus olhos, ainda um pouco tonta com a intensidade de seus beijos para tentar entender seu afastamento.

Aquele sorriso de canto, de quem sabe exatamente os efeitos que tem sobre mim, estava estampado em seu rosto. Seguido do gesto familiar e tão... sexy, de passar sua mão em seus cabelos, para tirá-los do caminho, me fizeram praticamente estremecer debaixo dela. Freen me rendia tão facilmente.

Ela percebeu claramente a minha reação aos seus pequenos gestos, porque o sorriso continuava estampado em seu rosto,  enquanto ela sentava apoiada com suas pernas dobradas ao redor do meu corpo. Eu a observava, atentamente, tentando prever o seu próximo passo. 

Quando ela deslizou ainda mais para baixo do meu corpo, antes de levar suas mãos pequenas até a barra do short que eu usava, eu sabia exatamente o que ela queria e eu quase perdi o ar. Ouvi sua risada baixa, quando minha cabeça caiu pesadamente sobre o travesseiro embaixo dela e eu soltei um suspiro exasperado. Aquele era meu ponto fraco e ela sabia.

Senti meus shorts sendo deslizados pela minha perna e ajudei da melhor forma que pude a tirá-lo. Meus olhos mantinham-se fechados com força, porque se eu a olhasse, eu não resistira por nenhum segundo.

Senti o toque suave de seus dedos pedindo gentilmente para que eu abrisse espaço entre minhas pernas, o que fiz imediatamente, sentindo meu corpo inteiro vibrar. A boca de Freen começou a percorrer o mesmo caminho que seus dedos faziam anteriormente e eu a sentia apreciar cada músculo das minha coxas com seus lábios, linguas e dentes. Da minha boca saíam gemidos, suspiros e seu nome, em um misto de apreciação e súplica. 

Meus dedos apertavam seus cabelos finos com força o suficiente para não deixá-la ir, mas eu fazia de tudo para não tentar puxá-la para onde eu mais a queria. Estava dando o meu melhor para deixá-la me explorar como quisesse, mesmo que a cada segundo que sua boca subia pela parte interna das minhas coxas, eu quisesse explodir.

Seu caminho foi torturante, mas oh, tão bom ao mesmo tempo, que quando seu hálito quente entrou em contato com o meu centro, o meu autocontrole foi para o espaço e eu finalmente a puxei para onde eu a queria. Eu não podia aguentar mais. A sua risada abafada causou vibrações no meu nervo sensível e o meu corpo estremeceu em resposta.

"Freen, oh meu Deus," saiu dos meus lábios como um gemido, enquanto eu a puxava com ainda mais força até onde eu queria sua boca.

Não que eu precisasse, pois seus lábios ágeis já percorriam meu centro de forma experiente, assim como sua lingua percorria por mim, como se me saboreando. Meus quadris automaticamente desgrudaram do sofá e eu era apenas instintos e sensações. A boca de Freen me beijando em meu lugar mais íntimo, me levando a sensações que há tanto tempo eu não sentia. Só ela fazia meu corpo reagir daquela maneira.

Freen me consumia enquanto eu arqueava em sua direção, completamente entregue. Seu rosto entre as minhas pernas, suas mãos afundadas nas minhas coxas, minhas mãos desesperadas em seu cabelo. Minha respiração cada vez mais pesada, meu corpo indo cada vez mais rápido ao seu encontro, eu cada vez mais perto do alívio, do ápice, do êxtase. 

Freen me sugava de uma maneira tão deliciosa que eu só sabia gemer seu nome, de novo e de novo. Quando sua lingua deslizou até a minha entrada, eu não resisti, gozei em sua boca, clamando por ela mais uma vez.

Eu explodi em um orgasmo tão intenso que senti que apaguei por alguns segundos, saindo do meu transe apenas quando senti Freen distribuir beijos pelo meu rosto.

"Meu Deus," respondi quando recobrei meu fôlego. Isso a fez rir e eu abri meus olhos lentamente para encarar aquele rosto lindo, sorrindo pra mim.

Ela não me falaria nada, mas estava escrito em seu olhar o quanto ela sentia minha falta e o quanto ela amava o que acabávamos de ter feito, assim como eu também. Eu ainda sabia ler Freen como ninguém e isso fez meu coração aquecer dentro do meu peito mais um pouco.

E a puxei, então, para o milésimo beijo apaixonado daquele sábado e, me sentindo mais feliz do que eu jamais havia me sentido, compartilhando meu gosto e fortalecendo a certeza que eu queria compartilhar tudo com ela. Esse era o nosso recomeço.

Notas da autora:

Bom dia! Demorou, mas veio.

Não era minha intenção escrever esse hot, mas foi o que veio, então né?

Espero que gostem e até o próximo!

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