Capítulo 50

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POV CLARA

Eu chego no meu estágio na editora, sentindo o peso do acontecimento recente entre Dylan e Eric pairando em minha mente. Enquanto caminho pelos corredores, tento me concentrar nas tarefas que tenho pela frente, mas a imagem da briga entre os dois continua surgindo diante dos meus olhos.

Entro na minha sala e me sento à minha mesa, ligando o computador e tentando focar nos documentos que preciso revisar. Mas, apesar dos esforços, minha mente continua repleta de pensamentos sobre o incidente.

Abro os olhos e encaro a tela do computador, mas as palavras parecem embaralhadas e sem sentido. Meus dedos repousam sobre o teclado, inquietos e sem direção. A imagem de Dylan socando Eric e seus rostos raivosos está gravada em minha mente como uma ferida aberta que não para de sangrar.

Tento me forçar a voltar à realidade, a me concentrar nas palavras escritas na tela, mas é inútil. A voz de Dylan, repleta de decepção, ressoa em meus ouvidos, misturada com os gritos exaltados de Eric. Sinto-me dividida entre os dois, e a sensação é angustiante.

Passo as mãos pelo rosto, tentando afastar as lembranças e encontrar um pouco de clareza. Preciso resolver essa situação, mas a solução parece tão distante e incerta. As lágrimas começam a surgir em meus olhos, ameaçando transbordar, mas eu me recuso a deixá-las cair.

Eu não posso deixar que isso afete o meu relacionamento com o Dylan, eu preciso encontrar uma maneira de lidar com essa situação e restaurar a confiança entre nós. Ele está ferido, tanto fisicamente quanto emocionalmente, e eu me sinto responsável por isso.

Enfim, ele me pediu um tempo para refletir sobre o que aconteceu e eu aceitei, sabendo que precisamos desse espaço para cicatrizar as feridas. Mas, enquanto isso, é difícil ignorar a dor que está dentro de mim.

Respiro fundo, tentando acalmar meu coração acelerado. Olho novamente para a tela do computador, os documentos continuam esperando por minha atenção. Decido que preciso me concentrar, pelo menos por algumas horas, no trabalho que tenho pela frente.

POV DYLAN

Mais tarde, naquela noite...

Estou sentado sozinho no sofá do apartamento, bebendo um garrafa inteira de whisky, completamente triste e abatido. As luzes fracas criam um ambiente sombrio que combina com o estado da minha alma e a dor que sinto por dentro parece não ter fim.

De repente, ouço batidas na porta. Reluto em me levantar, minha cabeça lateja devido à mistura de álcool e tristeza, mas algo me diz que não posso ignorar essa visita.

Relutantemente, eu me levanto do sofá e me arrasto até a porta. Abro devagar e me deparo com o rosto preocupado do meu irmão, Henry.

— Henry... — murmuro.

— Oi, irmão... Eu vim te ver... — ele diz, preocupado.

Henry entra no apartamento e fecha a porta atrás de si, me lançando um olhar preocupado. Seu rosto reflete a decepção que ele sente ao me ver nesse estado deplorável.

— Eu fiquei sabendo o que aconteceu... Eu sinto muito... — ele diz, sua voz cheia de compaixão.

Eu não consigo evitar um suspiro pesado enquanto me afasto da porta e me jogo de volta no sofá. Henry se senta ao meu lado, mantendo uma distância respeitosa, mas seu apoio é evidente em seu olhar.

— Estou aqui com você, irmão... Eu não vou sair do seu lado...

A dor dentro de mim parece crescer ainda mais ao ouvir as palavras de Henry. Sinto um nó na garganta e as lágrimas ameaçam escapar de meus olhos já vermelhos e inchados.

O Professor - Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora