Capítulo 11

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O olhar confuso de Diana não me sai da cabeça. Passei a madrugada inteira ao seu lado e vi seu desespero logo cedo. Eu não sabia se estava tendo um pesadelo, pois sua respiração ficou alterada. Eu procurava não a tocar, mas não pude ficar parado, vendo-a sofrer em seu sono. Então, toquei sua testa, e de alguma maneira isso a tranquilizou.

Algumas horas depois, Diana finalmente acordou. Notei sua confusão, assim como sua vulnerabilidade, e a auxiliei no que pude. Eu não queria deixá-la, mas ela estava assustada, poderia se sentir desconfortável se fosse eu a cuidar de seu banho. Assim, pedi ajuda à Marlene, que já sabia parte da história, contada por Rodrigo.

Eu também me afastei porque estar em sua presença me deixa louco. Eu já desejei muitas mulheres ao longo da minha vida, mas nenhum desejo se compara ao que sinto quando Diana está por perto. Eu preciso, mais do que nunca, controlar os meus instintos.

Agora, sentados à mesa do escritório que tenho em minha casa, Rodrigo conta o que descobriu sobre o Don Aureliano:

— A boate é apenas um truque, o verdadeiro negócio é atrair jovens mulheres para serem oferecidas a empresários num leilão.

Eu fico perplexo com a maldade desse homem. Levanto-me da cadeira e abro e fecho as mãos, meu sangue corre a toda a velocidade.

— Filho da puta! — esbravejo, com muito ódio.

— Assim, podemos concluir que a Diana seria sua próxima vítima — Rodrigo diz o que eu já desconfiava.

Quantas mulheres já caíram nessa armadilha? E Diana, nas mãos de qual desgraçado iria parar, se meus homens e eu não a tivéssemos resgatado?

Reinaldo analisa algumas imagens no computador, pois um dos nossos seguranças conseguiu filmar e tirar fotos de dentro da boate.

— Onde vive esse Don Aureliano? — indago.

Rodrigo balança os ombros.

— Ele é escorregadio, Alexander. Certamente, esse nem é seu nome. E a boate está no nome de uma mulher estrangeira. Mandei que verificassem tudo sobre ela, mas até o momento não conseguimos nada.

Eu olho para Reinaldo e Rodrigo. Odeio quando não tenho respostas. De qualquer modo, isso não ficará assim. Esse homem, seja lá quem for, vai pagar.

— E sobre a Andréia, descobriram algo?

Reinaldo desvia os olhos do notebook.

— Levando em consideração que não faz nem 24 horas que você pediu essas informações, não conseguimos muita coisa — responde e coça a nuca. — Mas hoje ela andava pelo bairro como se nada tivesse acontecido, e ela entrou na casa da Diana. O nosso pessoal não tirou os olhos dela, e quando saiu da casa, repararam que ela carregava uma sacola com roupas.

— Olha, Alexander... — começa Rodrigo, e eu olho para ele. — Tem alguma coisa errada com essa Andréia, posso sentir isso.

Deixo escapar um som gutural.

— Isso é uma merda! — xingo, voltando a me sentar.

— Sim. Mas ainda estamos de olho nela. E daremos um jeito de falar com ela.

Eu balanço a cabeça.

— Inventem uma desculpa e procurem pela Diana. Basta dizer que ela foi indicada para fazer o desenho de um animal de estimação ou algo do tipo — sugiro, observando que os dois concordam.

— Isso! Podemos até falar que foi a Luciana quem a indicou — lembra Rodrigo, com um sorriso.

Quando descobrimos, há pouco tempo, que Diana estava tentando vender seus trabalhos de desenhista, eu ordenei que Rodrigo, de maneira discreta, contratasse seus serviços. Mas sem exagero, para ela não desconfiar.

ALEXANDER - A Redenção de Um HomemOnde histórias criam vida. Descubra agora