Capítulo 13

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Sinto um calor inexplicável. Não é ruim, é algo agradável, sinto vontade de me aninhar. Eu não me recordo de já ter experimentado algo tão prazeroso. Suspiro, viro-me de lado e abro os olhos devagar.

Alexander Ball está deitado ao meu lado. E dorme serenamente. Ao reconhecê-lo, meu coração acelera dentro do peito. Permaneço parada e o observo. Nem dormindo esse homem deixa de ser tão impressionante.

Ele está deitado de lado, com seu rosto virado para mim, e eu não consigo parar de olhá-lo. Sua barba bem aparada me faz desejar tocá-la. Alexander não é o tipo de homem que possui feições finas. Sua expressão, mesmo dormindo, é firme. Um semblante de homem autoritário.

Eu nunca conheci alguém como ele. E não imaginava que um homem desses pudesse me fascinar desta maneira. Eu deveria ter medo de Alexander Ball. Tudo nele indica perigo, e seu modo de agir e falar é para manter qualquer um distante. Porém, estar ao seu lado é o que eu mais desejo.

O correto seria eu me levantar, afinal, como podemos estar deitados juntos? Eu tenho muitas perguntas a serem respondidas. E a principal é: "Como eu vim parar aqui, com Alexander Ball?".

Eu consigo me lembrar de algumas coisas, mas a minha cabeça está embaralhada. É tudo muito confuso, e uma parte minha tem receio de descobrir o que de fato aconteceu.

A sua respiração muda, enquanto eu suspendo a minha. Então, suas pálpebras se abrem e seus olhos são atraídos diretos aos meus. Sinto meu coração disparar. Ele me analisa com minúcia, sem se mover. Eu espero, pois, na realidade, eu não sei o que devo fazer. Esta situação é no mínimo bastante constrangedora.

— Como está se sentindo? — Eu finalmente posso ouvir sua voz rouca.

Sinto uma sensação de excitação percorrer todo o meu ser.

— Bem, eu acho — respondo.

Ele contrai os olhos, sua cabeça se move quase que de maneira imperceptível. Então, bem devagar, Alexander ergue seu corpo grande e se recosta na cabeceira da cama. Olha para frente e suspira.

— Você se lembra do que aconteceu, Diana? — questiona.

Eu também me sento e apoio meu corpo na cabeceira. Então, apoio as mãos sobre a manta que cobre minhas pernas e olho para os meus dedos.

— Eu lembro que saí de casa com a minha amiga, Andréia. Fomos a uma boate. A partir daí, tenho alguns flashs, como se fosse um sonho — confesso, envergonhada, enquanto movo os dedos.

— O que você foi fazer naquela boate?

Esboço um sorriso sem graça.

— A Andréia tem um amigo... Na verdade, um rapaz que já morou em nosso bairro. Ele frequenta aquela boate e contou para a Andréia que já viu minha mãe lá — declaro. Eu ainda não o encaro.

Alexander deve pensar que eu sou muito idiota, afinal, faz mais de um ano que eu fui até a sua mansão em busca de respostas. E eu deveria ter seguido o seu conselho e não me metido em encrencas, já que minha mãe nunca valorizou nada na vida. O pouco de consideração que dispensava, era para a Yasmim. E se eu fiz o que fiz, foi por minha irmã, que sentia a sua falta.

Sinto seu toque em meu queixo. Eu não entendo como um homem tão severo pode ter um contato tão suave. Meus olhos se encontram com os seus, minha respiração acelera e meu coração parece que vai sair pela boca. Sinto a intensidade de seu olhar.

— Eu sei que você quer respostas, Diana. Entretanto, não podemos conversar aqui. — A voz rouca desse homem me hipnotiza, todo o meu corpo fica em êxtase.

ALEXANDER - A Redenção de Um HomemOnde histórias criam vida. Descubra agora