Capítulo 02

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É nítido que essa estranha está muito nervosa e amedrontada, assim, contra todas as expectativas, eu recuo e vou para a minha mesa, sentando-me. Retiro a minha máscara e olho para Rodrigo, então faço sinal para que ele saia e leve consigo o outro guarda-costas.

Rodrigo não gosta da ideia de me deixar sozinho com a mulher, como se ela fosse atentar contra mim. Será que ele não percebeu que ela parece mais uma ovelha indefesa, cercada por lobos, do que uma assassina ou algo do tipo?

Quando eu me vejo sozinho com ela, volto a encará-la. A bela moça de cabelos escuros me observa, os olhos verdes refletem seu desconforto.

— Você pretende ficar aí a noite toda? Não prefere se aproximar e me contar o que faz aqui, na minha mansão? — Minha voz sai baixa e calma. — E tire essa máscara — ordeno.

Ela empina ainda mais o nariz.

— E se eu não quiser tirar? Ouvi dizer que é proibido tirar a máscara, sob qualquer circunstância.

Eu não me movo, apenas a encaro com intensidade.

— Você ainda não entendeu, moça. Eu mando em tudo aqui. As regras, quem faz, sou eu. Assim como eu sou o único que pode quebrar cada uma delas. Então, estou sendo muito paciente, minha querida. Tire a máscara agora, ou eu mesmo irei até aí e a arrancarei de seu rosto.

A moça abre a boca, assustada. Fecha os olhos, e noto que suas mãos tremem. Ela não tem saída, sabe disso. O que ela não sabe é que eu jamais a forçaria a coisa alguma. Eu tenho muitos pecados, mas nunca cometeria o de desrespeitar uma mulher a agredindo fisicamente. Esse ato de covardia não me atrai nem um pouco.

Finalmente ela abre os olhos, e com as mãos trêmulas, retira sua máscara. Meu coração trava uma batida quando eu vejo seu rosto por inteiro, sem esconder sua beleza e seu olhar tão inocente.

Puta que pariu! Ela é magnífica, e sinto um desconforto quando meu pau empurra dentro das calças, pois o desejo de tomar essa desconhecida reverbera por todo o meu corpo.

Ela me fita, indecisa.

— Pronto... E agora?

Eu não resisto em vislumbrar as curvas suaves que se destacam no vestido preto, que, apesar de simples, consegue a deixar muito sexy. Percebo um leve tremor passar pelo seu corpo conforme meus olhos passeiam por sua pele. Subo o olhar e nos encaramos mais uma vez.

Eu ficaria aqui por horas a observando, mas preciso de respostas.

— Agora, aproxime-se e sente-se. Quero que me conte quem é você e como veio parar aqui. E não minta, eu sou perito em saber quando alguém está mentindo para mim — completo quando percebo que ela abre a boca para falar alguma coisa.

Seus ombros caem. Eu queria a tomar em meus braços e a tranquilizar, porém, isso está fora de questão.

— Tudo bem — murmura, olhando para baixo e caminhando devagar.

Eu a observo. Reparo em cada nuance e não deixo de perceber que ela está se segurando para não chorar. Afinal, quem é essa moça? E o que a aflige?

Ela se senta e olha para as próprias mãos.

— Qual é o seu nome? — pergunto.

— Diana — responde, lambendo os lábios, e eu me remexo na cadeira. Ela levanta a olhar. — Diana Moura Henriques. Se não acreditar, eu deixei a minha bolsa, com documentos, com uma das funcionárias, pois não era permitido entrar com nada.

ALEXANDER - A Redenção de Um HomemOnde histórias criam vida. Descubra agora