Capítulo 9

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Assim que o carro atravessa a avenida principal, Reinaldo olha para trás. Ele coça a cabeça, então observa Diana, que dorme em meu colo como uma criança.

— Para onde a levaremos? — questiona e volta a me encarar.

— Vamos para a minha casa. E ligue para o doutor Natan Medeiros, quero que ele a examine — peço e olho para a janela.

— Ok — Reinaldo diz e se vira para frente.

Ele deve estar surpreso com a minha ordem. Eu nunca levo ninguém para a minha casa. Lá é o meu refúgio, apenas o pessoal da minha segurança e a Marlene sabem onde vivo. Meus amigos, os mosqueteiros, também sabem, porém, só me visitaram uma única vez, logo após eu ter comprado a casa. E agora estou aqui, levando para lá uma moça que mal conheço.

Escuto Reinaldo ao telefone, mas não presto atenção ao que fala. Tem uma coisa que não sai da minha cabeça...

— Reinaldo? — chamo, e ele olha para trás. — A amiga da Diana, vocês a viram?

Reinaldo coça o queixo e faz uma expressão intrigada. Eu franzo a testa, aguardando o que tem a dizer.

— Ela se chama Andréia, e desconfio que tenha deixado a senhorita Diana para trás. Ela foi vista saindo da boate antes de estourar aquela briga — conta.

Respiro profundamente, com muita raiva.

— Providencie uma investigação minuciosa, eu quero saber tudo o que acontece de fato naquela boate e se essa Andréia está envolvida em alguma falcatrua. Cavem todos os buracos, mas descubram o que aconteceu com a Rosa Maria, se está viva ou morta — exijo e sinto Diana gemer em meu colo.

Reinaldo e eu olhamos para o seu rosto. Ela suspira e entorta a boca. Eu ergo as sobrancelhas.

De repente, Diana abre os olhos, e eles estão direcionados a mim. Ela me encara, sem reação. Apenas me olha, e vejo o canto de sua boca se mover num sorriso quase que imperceptível. Nossos olhares permanecem fixos um no outro, e eu a acho ainda mais bonita.

Diana me hipnotiza, e sinto como se soubesse meus segredos mais sombrios. Ela respira serenamente, então volta a fechar os olhos.

— Voltou a dormir? — Reinaldo pergunta em um sussurro. Eu aceno, sem conseguir tirar os olhos de seu rosto. — Coisa mais louca...

Reinaldo se vira, e eu não digo mais nada, pois não quero perturbá-la. No momento, quero apenas cuidar dela e saber se está bem, afinal, eu não sei o que deram a ela para deixá-la dessa maneira.

Verifico a hora em meu relógio, passa da meia-noite. Diana começa a tremer de frio, o vestido que usa não esconde muita coisa. Desvio o olhar de seus seios fartos e, com cuidado, consigo retirar meu paletó. Eu o ajeito em cima dela, e no mesmo instante Diana se aconchega mais em meu corpo. Tê-la tão perto me deixa desnorteado.

Minutos se passam e finalmente o carro para na garagem de minha casa. Reinaldo é o primeiro a sair e abre a minha porta. Saio e firmo meus braços no corpo de Diana.

— Conseguiu falar com o doutor Natan? — pergunto enquanto marcho para dentro de casa, com Reinaldo em meu encalço.

— Ele está a caminho — responde em voz baixa.

O outro carro, com meus outros seguranças, chega, e ouço a voz de Rodrigo com recomendações severas quanto à guarda noturna.

Passo direto pela sala imensa, deixando Reinaldo para trás. Mas digo a ele onde estarei, para que leve o doutor Natan até mim. Subo as escadarias até o piso superior e entro na suíte ao lado da minha. Por sorte, Madalena mantém tudo organizado, a cama está devidamente feita.

ALEXANDER - A Redenção de Um HomemOnde histórias criam vida. Descubra agora