ALEXANDER - A Redenção de Um Homem

Capítulo 27

Algumas semanas depois da festa em que Diana e eu estreamos a Suíte do Rei, Rodrigo chama minha atenção para um fato: um homem foi visto mais de três vezes nas redondezas da Mansão Eros.

— E por que ele ainda não foi pego? — questiono, com raiva.

O dinheiro que eu gasto com segurança não é pouco, e justamente por isso não aceito falhas.

Rodrigo faz uma careta e passa a mão na nuca.

— Ele não fazia nada comprometedor, no entanto, ao analisar as filmagens de segurança, percebemos que ele passava pela calçada e disfarçadamente olhava para o muro.

— Quantas vezes esse homem foi capturado pelas câmeras?

— Várias vezes, em quatro dias diferentes. Um dos vigias desconfiou quando o viu e notou que ele já passeava pela redondeza, então falou com Reinaldo, e nós dois decidimos verificar as imagens de algumas semanas para cá.

Respiro fundo e ando de um lado para o outro no escritório da Mansão.

— Eu quero ver essas imagens. Agora.

— Já enviamos para você. Está no seu computador — aponta.

Ando até a minha cadeira e abro o aplicativo da empresa de segurança contratada. Digito a senha e vejo que há um link em minha pasta. Clico sobre ele.

Observo o homem passando pela calçada. A princípio, é um homem normal mexendo no celular, e parece não prestar atenção em nada. Ele usa camisa branca e calça jeans. Em seguida, a imagem, já com a data de uma semana depois, mostra o mesmo homem. Dessa vez, está de boné. Ele passa, olha de um lado para o outro, para, depois olha para cima.

Paraliso a imagem e a amplio. Eu não me lembro de já tê-lo visto antes.

As próximas imagens apresentam o mesmo desconhecido, e em uma delas ele fala ao telefone. Mas é nítido que observa tudo ao redor, são várias imagens dele em torno da Mansão Eros, e algumas do outro lado da rua. É claro que ele está passando informações.

Olho para Rodrigo.

— Da próxima vez que o virem, mandem pegá-lo. Leve-o para a sala vazia nos fundos da Mansão.

— Na verdade, eu já avisei a todos. Com certeza ele vai aparecer novamente, em horário diferente, como tem feito.

— Sim, ele está observando a movimentação — digo, pensativo. — Por sorte, ele não sabe das câmeras camufladas que temos do outro lado da rua.

Rodrigo dá um sorriso sinistro.

— Nem das que temos nas ruas ao redor — completa.

Eu me levanto.

— Rodrigo, não podemos deixar esse ignorante escapar, reforce o pessoal. Vou encaminhar a imagem para o Silas e pedir que averigue se é algum meliante — informo.

Rodrigo diz que eu posso ficar tranquilo, então sai da sala. Verifico a hora e vejo que é o momento de ligar para o meu pai, a fim de saber se ele tem alguma informação sobre o infeliz que me persegue.

Pego de dentro do cofre um celular descartável e digito o número do meu pai.

— Você demorou a retornar — diz, pois já sabe de quem se trata.

— Eu estava dando um tempo maior, para ver se poderia descobrir algo a mais — respondo e jogo meu corpo para trás na cadeira. — O senhor conseguiu alguma coisa?

Meu pai solta uma tossida.

— Você sabe, quem trabalha comigo não pode sair vivo daqui, principalmente os que estão na linha de frente — aponta algo que estou cansado de saber. Eu fico calado. — E os homens que trabalham para mim são leais, e eles não teriam como ameaçá-lo. Mesmo assim, eu conversei com o Ronan. É claro que não falei nada sobre você, para não levantar suspeitas.