Capítulo 5

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Alguns dias mais tarde, estou a caminho do prédio onde está instalado o escritório da Conti Automobilística. Tenho em mãos o dossiê sobre o tio e o primo do Caio, e esses dois são piores do que meu amigo poderia imaginar. Um dos meus celulares, o que costumo usar para resolver problemas da Mansão, toca. É um número privado. Desconfiado, eu atendo.

Então, você decidiu atender... diz uma voz mecânica, gargalhando ao final.

Esse filho da puta, depois de meses, decidiu dar sinal de vida. Pego meu outro celular para enviar uma mensagem para Rodrigo.

— O que você quer, seu desgraçado? Vai me ameaçar novamente? — Enquanto respondo, aviso Rodrigo sobre a ligação, talvez ele consiga a rastrear. — Ao menos faça a coisa certa, não seja um covarde e venha até mim. — Minha voz sai muito calma, como se eu estivesse numa conversa comum.

E acabar com o jogo? — indaga, e sei que sorri, apesar da voz adulterada. Não... A parte de brincar contigo é a mais divertida.

Dou uma gargalhada fria.

— Não acho que seja isso. No fundo, você sabe quem eu sou e do que sou capaz. Você está com medo de mim.

Ele fica em silêncio, e penso que desligou, até que ouço um suspiro forte.

Eu só quero te avisar que sou muito mais esperto que você. Meu fantoche está sendo de grande valia, e, neste momento, vai acabar com um dos seus amiguinhos e a aquela família feliz...

— Do que você está falando, seu imbecil? — questiono com um rosnado. — Se tem algum problema comigo, resolva-o de vez. Não seja um covarde brincando de bandido de quinta categoria, descontando seu ódio em quem não tem nada a ver com isso.

Desta vez, é ele quem gargalha.

Oh, mas essa vingança em específico não é somente minha. O meu fantoche tem um desafeto com o Conti, assim, eu decidi dar uma mãozinha a ele. Apesar de ele ser um imbecil, está sendo muito útil para mim.

— O Pablo? — Penso no tio do Caio e devo avisá-lo. Noto que estou chegando.

Ele ri mais uma vez.

Errou.

Claro, é o Jairo. Esse sempre demonstrou ser mais fora de si. Já tentou armar contra o Caio e a esposa e não conseguiu, sem contar que sabia que estava sendo vigiado.

— O dia em que estiver na minha frente, eu acabo com você!

Nunca vai me encontrar... senhor Ball. E só para constar, eu sim acabo com você, pois é a pessoa que mais odeio. Quero te ver sofrer e definhar, e quando estiver na sarjeta, vai implorar para morrer e pedir clemência.

Definitivamente, esse verme não me conhece.

— Vai esperando... Eu posso sofrer a pior dor do mundo, mas clemência a você? Eu jamais pedirei.

De repente, a linha fica muda, e vejo que ele desligou. Procuro meu outro aparelho, um que apenas Rodrigo e Reinaldo sabem sobre a existência, e o ligo.

Chamo pelo Rodrigo, e ele diz que não conseguiu rastrear o celular do infeliz. Conto a ele sobre a conversa, e Rodrigo afirma que o prédio da Conti está limpo. Então, peço que envie homens para o apartamento do Caio e fale com a Luísa, a guarda-costas de Lara, esposa do Caio.

Finalmente chego à Conti Automobilística. Hoje, teríamos uma reunião, e certamente William e Heitor estão a caminho. Desço do carro com pressa, nem espero que o motorista averigue o local. Atravesso o estacionamento e recebo a ligação de William. Ele diz que está no hall da empresa e que chegou um envelope para mim.

ALEXANDER - A Redenção de Um HomemOnde histórias criam vida. Descubra agora