Capítulo 38

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Diana passa a noite no hospital, apesar de ela e os bebês estarem bem, a médica de plantão achou melhor mantê-la no soro, já que passou muito tempo sem ingerir alimentos e água.

Enquanto Diana dorme, ligo para Rodrigo, que me passa o relatório de tudo o que ocorreu após a minha saída. Conta que o delegado Silas precisou seguir alguns procedimentos, e por mais que tentasse me desvincular do caso, foi impossível. Eu já esperava por isso. Para mim, não há novidades.

— E o Isaac? — indago.

— Ele tentou fugir, mas, no processo, caiu em cima do próprio braço e o quebrou. E ainda, eu não sei como, machucou a perna, então não pôde ser levado para a delegacia, foi encaminhado para o hospital. A polícia está lá de vigia — declara.

Pela primeira vez no meu dia, eu tenho vontade rir. Não é à toa que Rodrigo e o Reinaldo são os homens de frente da minha segurança.

— Que pena... — respondo, sem sentir um pingo de remorso.

Após desligar o celular, volto para o quarto. Diana ainda dorme. Eu me sento na cama e seguro sua mão. Fecho os olhos e deixo a emoção tomar conta de mim. Eu nunca fui um homem religioso, embora meus pais frequentassem a igreja, indo à missa todos os domingos. Mas, hoje, quando eu estive por um fio de perder Diana, cheguei a orar. Eu não mereço ser atendido por Deus, mas a Diana merece, assim como os meus filhos.

Eu passei por muita coisa, praticamente fui, ainda jovem, convidado a me afastar da minha família. Tracei um novo caminho, sem esquecer quem eu era realmente. Fiz amigos e fiquei mais rico que o próprio rei. Mas eu sentia dentro de mim que algo me faltava. Eu poderia ter tudo. Tenho residências e negócios em todas as partes do mundo. No entanto, nada disso nunca foi o suficiente para mim. Então, Diana entrou em minha vida. Eu tentei me manter afastado, deixá-la livre de mim e dos meus demônios. Mas não consegui.

Diana trouxe luz para a minha alma. Meu coração criou vida. Tudo passou a fazer sentido. Eu passei a rir com mais frequência.

Abro os olhos e a observo, tão vulnerável e tão linda... Eu não consigo vislumbrar meu futuro sem ela, e pensar que a perderia me deixou desesperado. A ameaça de Isaac, ou outras mais que recebi ao longo da vida, não me assustaram tanto.

Por isso, meu primo terá seu fim. Agora, ele sabe sobre a Diana, e mesmo da prisão, pode dar um jeito de me afetar. Ele não poupará esforços para isso, eu sei do que Isaac é capaz.

Logo pela manhã, Diana recebe alta. Ainda no carro, vejo sua expressão preocupada.

— Alexander... e o seu Zezinho? — O medo em sua voz é nítido.

Eu sorrio.

— Ele está bem, foi hospitalizado e já teve alta.

Ela solta um suspiro de alívio.

— Ai, que bom! Quando eu o vi no chão e o sangue em sua cabeça, pensei o pior — confessa.

Beijo seus cabelos.

— Não vamos nos preocupar com mais nada. A partir de agora, tudo ficará bem — garanto, e ela sorri.

Marlene vem nos receber na garagem, ela segura um terço, e quando vê Diana, não perde tempo em a abraçar. Em seguida, ela vem até mim, seu olhar é torturado.

— Eu ainda não acredito que o Isaac está vivo e é o responsável por toda essa bagunça — manifesta.

Eu abraço Diana, olho para Marlene e esboço um sorriso entristecido.

— Pois acredite. E ele tem muito ódio no coração — esclareço, olhando em volta. — Mas não vamos falar sobre isso. Eu quero que você mime muito a Diana, tenho alguns assuntos para resolver agora.

ALEXANDER - A Redenção de Um HomemOnde histórias criam vida. Descubra agora