Capítulo 12

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Antes de me deitar, Marlene serve o meu jantar. Ela me diz que Diana ainda está dormindo, e isso a preocupa. Eu a tranquilizo, pois conversei com o Natan e ele me garantiu que a Diana está fora de perigo, que essa sonolência é normal, e que o fato de ela ter acordado e comido alguma coisa é um bom sinal.

Eu termino o meu jantar e me levanto da mesa. Rodrigo chega de repente, e eu não gosto da sua expressão.

— Vamos para o escritório — resmungo, e ele me segue. Posso sentir que não vou gostar do que ele tem a dizer. Assim que entramos, eu fecho a porta e olho para ele. — Desembucha.

Rodrigo me encara, então solta uma respiração profunda.

— A Diana seria levada para um leilão, e sua amiga, Andréia, sabia disso e facilitou as coisas em troca de dois mil dólares — revela com insatisfação.

É difícil digerir o que ele acaba de me contar. Fico possesso com o que as pessoas são capazes de fazer em troca de dinheiro. Essa mulher é mesquinha, uma traidora. Entregou a própria amiga aos leões por uma miséria.

— Como você soube disso? — pergunto com calma, apesar de estar fervendo por dentro.

— Dinheiro, meu caro. Oferecemos uma boa quantia a um dos seguranças da boate. O cara é o mesmo que coloca substâncias nos copos das vítimas. Ele estava com raiva, pois o Don Aureliano está devendo um bom dinheiro a ele. E como já sabemos, aqueles homens não são leais.

Eu ando até o carrinho de bebidas e me sirvo de uma dose de whisky, então sigo para a minha mesa e me sento. Olho para o copo com olhar estreito e penso no que devo fazer com a traidora.

Eu não posso mandar que meus homens a assustem, pois, apesar de ser uma filha da puta, é uma mulher, e eu não consinto que meu pessoal use de força física com uma mulher. Porém, acredito em justiça, e essa Andréia vai pagar pelo que fez à Diana.

— Quero alguém na cola dessa mulher, até que eu decida o que fazer — aviso.

Rodrigo se aproxima de minha mesa e cruza os braços.

— Ok, já tem gente cuidando disso. Porém, temos um problema — diz e me observa, desconfiado. — Eles ainda querem a Diana, pois já a tinham anunciado, inclusive com fotos...

Eu me levanto, o ódio, mais uma vez, permeando a minha alma.

— Que porra é essa que você está falando? — corto-o com um rugido.

— Pereira, o segurança, contou que a Diana está prometida há muito tempo. Eles até pagaram adiantado à Andréia. O Don Aureliano a quer no próximo leilão a qualquer custo — revela.

A minha vontade é encontrar esse Don Aureliano do caralho e arrancar o seu pau, com bolas e tudo, e enfiar em sua boca.

Encaro Rodrigo, minha respiração parece instável.

— Pois esse desgraçado vai para o inferno antes que pense em encostar um dedo nela! Se ele quiser pegar a Diana, terá de me matar primeiro! — Sinto minha voz grave e cheia de raiva. Meu coração bate forte no peito, tenho gana de estrangular esse homem.

Rodrigo percebe meu estado e balança a cabeça.

— Não se altere, Alexander. Ninguém, além de nós, sabe que a Diana está sob a sua proteção. Mas acredito que eles irão atrás da tal Andréia, afinal, ela recebeu o dinheiro. E mesmo que ela não saiba o paradeiro da Diana, esse pessoal não vai deixar barato — explica.

Solto um bufo, atravesso o escritório e me sirvo de outra dose de whisky.

— Eu deveria deixar que eles a matassem de uma vez — digo e engulo a bebida de uma só vez. — Arrume um modo de devolver essa grana, essa Andréia vai pagar pelo que fez, mas não com a morte, pois isso seria muito fácil para ela.

ALEXANDER - A Redenção de Um HomemOnde histórias criam vida. Descubra agora