Sete meses depois...
Diana está deitada na cama do centro cirúrgico. O bipe do aparelho apita, monitorando seus batimentos cardíacos e sua pressão arterial. Ela me olha, um pouco nervosa, pois em instantes conheceremos as nossas filhas.
No início, Diana não queria saber o sexo dos bebês, preferia a surpresa na hora do parto, porém, quando estava com 21 semanas de gestação, do nada mudou de ideia, pois queria montar o quarto de acordo com o sexo. No entanto, quando fomos fazer o exame, apenas uma das meninas se mostrou. A outra só deixou que a víssemos quando Diana já estrava na 32ª semana.
Confesso que fiquei feliz ao saber que seria pai de duas meninas. É claro que tirei sarro dos rapazes, mas com Caio não teve graça, já que também é pai de gêmeos. Ele vivia se gabando ao dizer que era o mais potente de nós. Ele é mesmo um idiota.
Olho para Diana e sorrio, alisando sua testa.
— Eu te amo! — sussurro, para somente ela ouvir.
De repente, ouvimos o som do choro. A emoção me invade, é a primeira vez que eu me permito chorar. Poucos minutos depois, o segundo choro. Eu inclino o corpo e beijo a testa de Diana.
— Nossas meninas chegaram — sopra, tão emocionada quanto eu.
Continuo beijando sua testa e secando suas lágrimas com a minha boca.
— Obrigado, Diana... Obrigado por me tornar um homem realizado e feliz — declaro.
Eu pensava que não tinha como a minha felicidade ser ainda maior, mas a vida pode nos surpreender de muitas maneiras.
Meus amigos acabaram de ir embora, vieram com suas esposas nos parabenizar e conhecer Júlia e Amanda. Eu sou um pai orgulhoso, pois não tem criança no mundo que seja mais linda que minhas duas princesas.
Ainda não podemos ver com quem as duas se parecem, mas eu acho que elas têm um pouco de mim e de Diana. Uma nasceu bem cabeluda, já, a outra, mais careca. E as duas terão os olhos castanhos, como os meus.
Diana tem um sorriso no rosto e olha para as duas bebês, que dormem no bercinho ao lado da cama. Eu observo a cena com o coração exultante.
— Elas são tão lindas — diz Diana. Eu já perdi as contas de quantas vezes já falou isso.
Eu me aproximo do seu leito e, como ela, observo nossas princesas, as duas enroladinhas numa manta. Eu sorrio.
— Elas são perfeitas.
Alguém bate à porta, e acredito ser uma enfermeira, pois já passou da hora de visitas.
A porta se abre. Fico estagnado. Eu não posso acreditar no que meus olhos veem. E tudo só fica mais confuso quando a outra pessoa se faz presente.
— Eu falei que viríamos conhecer as nossas netas, meu filho. — A voz do meu pai sai em um tom comedido.
Seus cabelos fartos, antes pretos, agora então grisalhos, mas ele continua com a aparência de um homem forte. Ao seu lado, está minha mãe. Seus olhos estão cheios de lágrimas, ela parece segurar a emoção.
— Meu filho, que saudade! — declara e corre até mim.
Eu me levanto e a abraço. Suspiro, pois não consigo emitir nenhuma palavra. São mais de dezesseis anos sem vê-los. Mais de dezesseis anos de saudade.
Meu pai se aproxima, ele também está emocionado, mas como o homem durão que tem de ser, ele se mostra mais sério, como se o nosso encontro não o afetasse.
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ALEXANDER - A Redenção de Um Homem
RomanceAlexander Ball é um homem envolvido em mistérios. Ninguém sabe de seu passado, apenas que é implacável em suas ações. Seria ele um criminoso ou um herói? Seria Alexander um homem íntegro e bom? Ou seria ele um homem mau, impiedoso? Um homem temido p...