Capítulo 34

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O dia nem amanheceu e meu celular toca na mesa de cabeceira. Como não quero acordar Diana, saio da cama, pego o aparelho e vou atender no banheiro.

— Alô! — Por eu ter acabado de acordar, minha voz sai grossa.

Alexander, um dos carros que fica na garagem da Mansão acaba de explodir. — Ao ouvir a voz de Reinaldo com essa notícia, eu desperto.

Passo a mão pelo cabelo.

— Alguém se feriu? — É a minha primeira preocupação.

Felizmente, não. Mas eu já providenciei um especialista para averiguar se há mais bombas no local.

— Merda! — xingo, muito puto. — Daqui a pouco chego aí. Providencie a minha escolta. Vou só jogar uma água no corpo e me arrumar.

Encerro a chamada, apertando o aparelho em minha mão. Eu sabia que o desgraçado iria aprontar, só que ele está sem controle, o que o torna perigoso. A minha preocupação nem é comigo, mas com as pessoas que estão ao meu redor.

Depois de me vestir, vou até a cama e beijo a cabeça de Diana. Ela resmunga e se vira. Eu ainda a observo por alguns segundos, meu coração fica apertado por deixá-la aqui.

Eu não sei como será o meu dia hoje, mas de uma coisa eu tenho certeza: o desgraçado vai me ligar, e eu só preciso mantê-lo na linha por tempo o suficiente para descobrirmos a sua localização. Ele é tão imbecil que sempre age da mesma maneira, logo se vê que tem muito a aprender.

Rodrigo me espera ao lado do meu carro. Ordeno que a segurança da casa seja reforçada, por precaução, e ele diz que já estão todos avisados.

Entramos no veículo, que dá partida, e Rodrigo me olha.

— Já está tudo organizado. Quando ele ligar, o equipamento que temos numa van automaticamente começa a detectar seu sinal — informa.

— Da outra vez, não deu certo — resmungo.

Rodrigo ri.

— Da outra vez, nós não tínhamos o equipamento mais moderno, que, inclusive, é usado pela CIA — conta, orgulhoso.

Eu fecho as mãos, apertando-as, de tanta raiva. Assim que chegar à Mansão, ligarei para o meu pai. Não faz muito tempo, ele disse que O'Brien Miller estava sumido, que ninguém sabia dele. O que me leva a acreditar que esteja no Brasil, e com certeza é ele quem vem me ameaçando.

— Você já ligou para o Silas?

— Todos que devem saber já estão informados — declara Rodrigo.

Chegamos à Mansão, e do jardim pode-se sentir o cheiro de fumaça. Profissionais andam por todos os lados, e até cachorros farejam o lugar. Eu odeio quando a minha rotina sai do controle.

Marcho rápido para o escritório, Rodrigo vem atrás de mim, e Reinaldo nos encontra no caminho.

— Alguma novidade? — pergunto, abrindo a porta.

— Nada foi encontrado — responde Reinaldo. — Ainda não sabemos como essa bomba veio parar aqui. Estamos analisando as filmagens.

— Deve ter sido alguém daqui — fala Rodrigo, com a mão no queixo.

Eu olho para ele, querendo socar alguma coisa.

— Se tiver algum traidor entre o nosso pessoal, ele vai se arrepender do dia em que nasceu.

Alguém bate à porta, e Reinaldo a abre. Edmilson, o rapaz responsável pela tecnologia das câmeras, entra com um notebook nas mãos.

— Descobri como colocaram a bomba no carro. — Ele segue direto para a minha mesa. Rodrigo, Reinaldo e eu vamos para a frente da tela. — Vejam essa van, é da empresa responsável pela lavanderia.

ALEXANDER - A Redenção de Um HomemOnde histórias criam vida. Descubra agora